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Mercado da carne bovina no atacado – 10/11/06

O mercado ensaiou uma recuperação nos preços algumas vezes, e a expectativa anterior era de que isso ocorresse de forma mais sólida. Houve recuperação nas cotações, de 2,22% no traseiro e 3,57% no dianteiro, puxado uma melhora na demanda em função da virada do mês e de um leve recuo nas ofertas. A PA permaneceu estável.

O mercado ensaiou uma recuperação nos preços algumas vezes, e a expectativa anterior era de que isso ocorresse de uma forma mais sólida. Houve recuperação nas cotações, de 2,22% no traseiro e 3,57% no dianteiro, puxado uma melhora na demanda em função da virada do mês e de um leve recuo nas ofertas. A PA permaneceu estável. O mercado trabalha a R$ 4,60 x R$ 2,90 no 1×1 (venda casada) e R$ 2,20 na PA.

Há informações de que houve um desaquecimento das exportações recentemente, mesmo com o bom desempenho em outubro. Jerry O´Callaghan, diretor de carne da Coimex Trading, explicou que os preços muito elevados das exportações forçaram um recuo no consumo de carne no Egito e na UE. Na Rússia, houve uma frustração com as vendas de carne após 30 mil toneladas embarcadas em setembro deste ano, e muitos embarques foram cancelados.

Assim, o direcionamento dessa produção se volta ao mercado interno, que perde sustentação. Além, é claro, do gado terminado em confinamento. A Rússia é um mercado importante de dianteiros, e funciona como um regulador enxugando os excedentes.

Mesmo assim, as atuais cotações não justificam por si só a continuidade do recuo no mercado físico. Com base nas atuais cotações do boi gordo, os preços da carne bovina no atacado são mais vantajosos em relação a outros momentos. O equivalente físico do boi no atacado, um valor relativo a uma arroba de dianteiro, traseiro e PA nas devidas proporções comercializados no atacado, hoje vale R$ 54,38. O Esalq/BM&F a vista fechou a quinta-feira cotado a R$ 55,99, apenas R$ 1,62 acima. Desde o início do ano, essa diferença não era inferior há R$ 2,00.

É simples: em um prazo de uma semana, em que as cotações no atacado levaram o equivalente a se recuperar em 2,46% no equivalente, o indicador Esalq/BM&F caiu 3,11%. O gráfico 1 apresenta uma série de cerca de um ano para que se acompanhe a evolução dos dois indicadores.

Gráfico 1. Evolução do indicador Esalq/BM&F vs equivalente físico do boi no atacado


O gráfico 2 apresenta a mesma comparação, com o cálculo do spread entre os indicadores, a diferença entre o Esalq/BM&F e o equivalente. Em momentos recentes, três foram as vezes que que ocorreu uma aproximação. No ano passado, até configurou um cenário atípico em que o equivalente valia mais que o Esalq a vista, entre outubro e novembro.

Gráfico 2. Spread Esalq/BM&F – equivalente físico


Agora compare com o gráfico 3, do volume exportado em carne in natura mês a mês no mesmo período. Coincidência ou não, setembro a dezembro do ano passado foram meses de baixo volume exportado em relação à média. Já em maio deste ano, a aproximação entre Esalq e equivalente físico ocorreu por conta da safra.

Gráfico 3. Volume exportado de carne bovina in natura


Nos cortes de carne bovina houve estabilidade na maioria, especialmente no traseiro. No dianteiro, o contra-filé, que é negociado entre R$ 6,40 e R$ 6,50, teve baixa de 1,53% na semana. O acém, corte de dianteiro, caiu 2,44% na semana e é negociado a R$ 4,00.

Tabela1. Cotações no atacado

0 Comments

  1. Luciano Andrade Gouveia Vilela disse:

    Caro Marcos, tenho a seguinte observação:

    Quando no Brasil a caracterização de cartel seja considerada crime contra a economia, como é nos Estados Unidos; que é um líder da defesa de economia de mercado; pelo menos do seu mercado interno, por que no mercado externo, a maioria dos países ricos agem com protecionismo.

    Durante oito anos consecutivos aprendemos a trabalhar com boi seguindo este comportamento de mercado:

    (1) A maior diferença dentro do ano era de 15% entre o máximo e o mínimo, e esta amplitude necessitava de seis meses para expressar o máximo com quedas ou ganhos de preço seguindo uma tendência linear crescente ou linear decrescente.

    Naquele tempo, se o pecuarista perdia uma boa chance de venda, perdia 2 ou 4% em relação ao valor que conseguia comercializar a posteriori. Hoje, se recusar um preço de venda, corre o risco de perder 9 ou 10% em uma semana, e some-se a isso as escalas longas que não tem permitido a venda rápida, mesmo que se resolva pela venda no início da baixa.

    (2) De 2006 a 2004 nunca a cotação de um determinado mês do ano era inferior ao mesmo mês do ano anterior (no mínimo igual).

    De 2005 para cá começamos a ver outro comportamento:

    (1) O boi inicialmente 10% inferior ao mesmo mês do ano anterior e em 2006 vimos as cotações mais 16% inferiores ao ano 2005 (comparação de janeiro de 2005 com janeiro de 2004 e depois comparação de janeiro de 2006 com janeiro de 2005).

    (2) De 2005 para cá começamos a observar quedas de 21% em 30 dias (10 de nov de 2005 para 10 de dez de 2005) ou seja, o que o boi, naquele período de super escassez (nov 2005) para super oferta (mai de 2006), tinha de cair (e foi muita queda naquele período – total de 25%), 84% da queda (21% num total de 25%) foi no primeiro mês.

    O elo fraco da corrente de alguma forma tem que se fortalecer, nem que para isso tenha que contar com instituições oficiais, como o congresso, CPI´s, justiça, federações etc. Mas enquanto isso não acontece, devemos reaprender a planejar, trabalhar, vender, segurar e se for o caso diversificar nossa produção; para termos renda de outras atividades o ano todo e guardemos nossos bois para vender naquelas únicas 48 horas do ano que o preço nos pareça menos injusto!!!!!

    Talvez assim, só vendendo nestes poucos instantes, (e logicamente tendo outras fontes de renda para esperar o “Dito” momento), pode ser que o mercado volte a se comportar como o referido período do qual estou com saudade.

    Abraços a todos.