Mercado da carne bovina no atacado – 11/12/06

O mercado da carne bovina se mantém aquecido com a boa demanda no fim de ano por cortes de alto valor. O dianteiro, que chegou a ser negociado na semana passada a R$ 2,80 no 1×1, recuou para R$ 2,60, ainda assim está 4,00% valorizado na semana. O atacado está em um bom momento, e de importância crucial para o boi, explicando parte da atual valorização.

A atenção do mercado está nos cortes de traseiro, que mantém este mercado firme. O traseiro com osso é negociado a R$ 4,80, +6,67% na semana, e apenas R$ 0,20 abaixo do maior valor negociado no ano, que foi de R$ 5,00/kg no momento de menor oferta no mercado (meados de outubro). A PA também negocia em bons preços, a R$ 2,30, 9,52% valorizado na semana, visto que estava com preços bastantes deprimidos no início do período analisado.

Com a voracidade em que o mercado no atacado se recuperou com o início de dezembro, mês cuja demanda foi reforçada pelo 13º salário e pelas festas, o equivalente físico do boi chegou a valer mais do que o indicador Esalq/BM&F a vista. A última vez em que isso ocorreu foi entre setembro e outubro do ano passado.

Atualmente, o equivalente físico está em R$ 54,26/@, 6,13% de alta na semana. Na quinta-feira passada, havia fechado firme em 54,84/@ (acima do valor atual devido ao recuo de R$ 0,20 no dianteiro). Naquele momento, pela primeira vez no ano o spread Esalq/BM&F – equivalente físico fechou negativo, ou seja, o equivalente físico foi cotado acima do Esalq a vista.

Historicamente, tal fato é muito raro. Acompanhe nos gráficos 1 e 2 a evolução dos dois indicadores e a diferença (spread) entre ambos desde 2002. O valor médio do spread nesse período é de R$ 6,60/@, enquanto o valor médio de 1 a 8 de dezembro é de R$ 1,15.

Gráfico 1. Evolução do Indicador Esalq/BM&F x equivalente físico, médias mensais

Gráfico 2. Spread médio Esalq/BM&F – equivalente físico, médias mensais

O gráfico 3 representa, em um período mais curto e com peridiocidade diária, as mesmas informações. Veja com a alta no atacado fez com que o equivalente físico encostasse no Esalq/BM&F nos últimos dias.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F x equivalente físico, diário

Os preços dos cortes confirmam a hipótese de que os cortes de maior valor tem sido os mais demandados. O mercado para estes cortes trabalham em valores muito superiores ao negociados ao longo de 2006. A picanha A, por exemplo, é negociada a R$ 15,00 no atacado, 7,14% de alta na semana e 13,25% acima dos patamares de quando a carne com osso atingiu o maior patamar no ano. Veja os preços e variações nos cortes na tabela 1.

Tabela 1. Cotações no atacado paulista