Mercado da carne bovina no atacado – 12/09/06

As cotações no atacado fecharam em alta significativa na semana e, com exceção para a ponta de agulha que está estável em R$ 2,20, o traseiro e o dianteiros atingiram os maiores patamares em 2006. Na semana, o traseiro se valorizou 5,75%, cotado a R$ 4,50 nos negócios 1×1. Também na venda casada, o dianteiro se valorizou 7,27% na semana, cotado de R$ 2,90 a R$ 3,00, e com procura bastante ativa desde o início desta semana.

O mercado interno tem bons fundamentos para configurar este cenário de alta: as ofertas continuam inexpressivas e o consumo sentiu uma reação importante, principalmente com boas vendas durante o final de semana prolongado pelo feriado na quinta-feira passada. Além disso, é reforçado pelo período de recebimento salarial, virada de mês.

O mercado do boi segue firme, sustentado pelo atacado cujo equivalente físico se aproxima do Esalq/BM&F. Hoje, considerando as cotações máximas, o equivalente de uma arroba no mercado interno vale R$ 54,38 no atacado (alta de 5,01% na semana), R$ 3,27 abaixo do indicador Esalq/BM&F à vista, dando sustentação às altas nos preços do boi. Houve poucos momentos em que essa diferença esteve menor no ano, como pode ser observado no gráfico 1. Vale lembrar que esta é uma base de comparação que só reflete o mercado interno de carne, não incorporando subprodutos da matança e receitas exportadas.

Gráfico 1. Diferença entre o indicador Esalq/BM&F e o equivalente físico do boi no atacado

No mercado de carne bovina desossada, as altas podem ser sentidas de forma significativa nos cortes, tanto no dianteiro quanto no traseiro. Entretanto, o atacado já trabalhou com preços superiores há cerca de um mês atrás. O gráfico 2 mostra essa diferença.

Gráfico 2. Variação dos preços nos cortes de carne bovina no atacado, em relação a um mês e uma semana

Cotações no atacado em 12/09/06

Mesmo analisando as carnes alternativas, é possível observar um mercado firme com alta nos preços. O frango resfriado chegou a ser cotado pela Intercarnes a R$ 1,20/kg no atacado na primeira quinzena de julho, o que acaba sendo um fator limitante para uma recuperação efetiva no consumo de carne.

Aliviando o mercado interno, as exportações de todo o setor carnes foram boas em agosto. Em setembro, apesar da segunda semana apresentar queda na média diária de embarques em relação à primeira no setor carnes, a Secex aponta para bons resultados até o momento no mês. A média diária de embarques até 12/09 é de US$ 42 milhões, enquanto em agosto foi de US$ 40 milhões e setembro do ano passado 34,6 milhões.