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Mercado da carne bovina no atacado – 17/07/06

O consumo de carne bovina continua deixando o atacado sem sustentação, comportamento que persiste desde o início de junho. O mercado sente nessa semana uma redução nas ofertas de carne. Mesmo assim, a oferta de carne ainda não resultou na falta do produto no atacado, e, com exceção do dianteiro, os preços se mantiveram estáveis na semana.

A carne bovina com osso é negociada a R$ 3,60 no traseiro e de R$ 2,20 a R$ 2,30 no dianteiro, para negócios 1×1. O traseiro chegou a apresentar negócios a R$ 3,70 durante a semana passada, mas o preço não se sustentou e voltou ao patamar atual após um fim de semana considerado fraco de vendas.

O dianteiro se encontra em melhor situação, com valorização de 4,55% na semana. A ponta de agulha do boi é negociada de R$ 1,70 a R$ 1,80, estável na semana e acumula baixa de 2,78% no mês. Comparando os preços máximos do atacado com o início do ano, o traseiro acumula baixa de 18,18% e a PA 25%. O dianteiro está no mesmo patamar.

O equivalente físico do boi no atacado se encontra na faixa de R$ 42,11/@ a R$ 42,89/@, com um pequena valorização (0,69%) na semana devido ao dianteiro. No mês, o equivalente acumula baixa de 1,89% e 13,91% no ano.

O indicador Esalq/BM&F, que mede os preços do boi gordo em São Paulo apresentou comportamento oposto na semana, se valorizando 3,06% e 5,60% no mês. Hoje a diferença entre o indicador Esalq e o equivalente é de R$ 7,13. Isso indica que o mercado interno de carne não tem dado sustentação à valorização do boi no físico. Essa diferença é 37% maior em comparação a um mês, quando era de R$ 5,20.

Gráfico 1: evolução do equivalente físico no atacado x Esalq/BM&F e diferença


No mercado de carne desossada no atacado, houve estabilidade na maioria dos cortes durante a semana. A maminha teve recuperação nos preços de 1,83% na semana. Este corte ainda acumula baixa de 14,62% no mês.

Preços de carne bovina no atacado em São Paulo


A Rússia, Japão e Argentina proibiram temporariamente na semana passada as importações de frango do RS, devido ao foco de newcastle em aves naquele estado. O RS é importante exportador de carne de frango, principalmente para a Rússia. Segundo o MDIC, em junho o RS exportou 837 toneladas de frango para a Rússia. Entre janeiro de 2005 e junho deste ano, o RS respondeu por 21,3% do volume exportado de frango para este mercado.

Uma notícia desta pode ter um impacto negativo, no sentido de aumentar a oferta de frango direcionado ao mercado interno, que já se encontra com boas ofertas e preços baixos. De acordo com o site Avisite, a disponibilidade interna de frango, que é o volume da produção que é direcionada ao mercado interno, aumentou cerca de 9% no primeiro semestre. Ainda de acordo com o Avisite, o frango vivo já caiu 10% desde 10 de julho, para R$ 0,90/kg.

Não existe perspectiva de melhora no consumo de carne bovina para a semana, tendo em vista que meados de mês é normalmente fraco de vendas. A não ser que o nível de oferta de carne no mercado apresente aumento, pressionando os preços para baixo, a tendência é de manutenção.

Otavio Negrelli, Equipe BeefPoint

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