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Mercado da carne bovina no atacado – 22/08/06

Mesmo após a entrada da entressafra e trabalhando com nível de oferta reduzido, a carne bovina teve outra semana cujos preços recuaram no atacado em São Paulo. Até o início de agosto, a redução nas ofertas de carne bovina provocaram uma alta considerável no mercado, entretanto, com consumo abaixo das expectativas, o mercado rapidamente perdeu sustentação e recuou para o patamar atual de preços.

Mesmo após a entrada da entressafra e trabalhando com nível de oferta reduzido, a carne bovina teve outra semana cujos preços recuaram no atacado em São Paulo. Nos negócios 1×1, o traseiro está cotado a R$ 4,10, 2,38% desvalorizado na semana; o dianteiro está cotado de R$ 2,60 a R$ 2,70, estável na semana. A ponta de agulha do boi está cotada a R$ 2,20, queda de 4,35%. O dianteiro tem melhor procura, e teve uma pequena recuperação no preço hoje.

Ainda assim, o mercado trabalha com preços acima de um mês atrás. Até o início de agosto, a redução nas ofertas de carne bovina provocaram uma alta considerável no mercado, entretanto, com consumo abaixo das expectativas, o mercado rapidamente perdeu sustentação e recuou para o patamar atual de preços. Veja a evolução dos preços da carne com osso no gráfico 1.

Gráfico 1. Evolução dos preços (máximos) da carne com osso no atacado em São Paulo


No mercado físico do boi gordo, a evolução do indicador Esalq/BM&F e do equivalente físico no atacado dá indicações de que o mercado interno não foi capaz de manter o ritmo de alta nos preços do boi gordo. Considerando o dia 10 de julho como o início do movimento de alta no boi e no atacado de carne bovina, veja que em 7 de agosto, 4 semanas depois, o equivalente físico estava valorizado 22,52% em relação àquela data e passou a recuar, assim como o Esalq/BM&F. Esta comparação é representada graficamente abaixo.

Gráfico 2. Valorização do Esalq/BM&F e do equivalente físico no atacado em relação a 10/07


No mercado de carne bovina desossada, a tendência foi semelhante, com queda na maioria dos cortes, cerca de 4% na média. Ainda assim, o mercado trabalha em alta em relação a um mês.

Preços da carne bovina no atacado


De acordo com a Intercarnes, a semana se iniciou com uma procura muito lenta, e existe uma pressão baixista, principalmente para os negócios com traseiro. O mercado tem trabalhado com uma demanda bem abaixo das expectativas já há algum tempo, e o fator oferta é o que tem segurado os preços nas últimas semanas na carne bovina.

Apesar do aumento de 41% no consumo de alimentos pela classe C (informação do Datafolha), retratada por Luiz Alberto Marinho, no Espaço Aberto do BeefPoint (clique para ver o artigo), o mercado da carne bovina pouco tem se beneficiado deste crescimento na renda e na demanda. Entre os fatores que influenciam a demanda por carne bovina no mercado interno, os números indicam que a concorrência com outras carnes exercem influência negativa no consumo.

Segundo o Avisite, a oferta interna de carne de frango aumentou 9,08% de janeiro a julho de 2006, em um total de 3,385 milhões de toneladas, o que representa cerca de 281 mil toneladas a mais no mercado interno.

Este número só não foi maior devido à capacidade do setor avícola de ajustar a produção rapidamente, com a queda nas exportações de frango. De janeiro a julho, as exportações caíram 21% para o frango inteiro e 8% para os cortes de frango. Entretanto a Abef (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos) já alertou para o aumento do alojamento de matrizes em junho e julho, fator preocupante por indicar um aumento na produção.

Na caso da carne suína, de acordo com a Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína), a produção de carne deverá registrar um crescimento de 4,5% em 2006, para o total de 2,82 milhões de toneladas, 122 mil toneladas a mais do que 2005. De janeiro a julho de 2006, as exportações de carne suína caíram 28,84%. Ou seja, neste período, a indústria de suínos exportou 101.801 a menos que 2005.

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