Mercado da carne bovina no atacado – 23/01/07

O atacado inicia a semana com preços em baixa. As ofertas de carne no mercado paulista aumentaram na semana. Janeiro é um mês de atividade econômica reduzida, portanto o mercado é mais parado, pressionando dessa forma os preços. O menor poder aquisitivo, com a distanciamento do início do mês, agrava um pouco o quadro.

No 1×1, o traseiro é negociado de R$ 4,20 a R$ 4,30, -3,41% na semana, o dianteiro a R$ 2,30 (-4,17%) e a ponta de agulha a R$ 2,00 (-4,76%). O equivalente físico do boi no atacado está entre R$ 47,60 e R$ 48,32, queda média de 3,73% na semana. Ainda assim, espera-se melhor equilíbrio para essa semana, visto já haver uma redução na pressão de oferta e com os distribuidores se posicionando para o final de semana.

O mercado do boi teve um comportamento oposto durante a semana. As escalas curtas e a boa condição das pastagens têm condicionado o mercado do boi para que mantenha a estabilidade apesar de as vendas dos frigoríficos no mercado interno terem sido fracas. Desta forma, os frigoríficos compram pouco mas os pecuaristas também só vendem o necessário. Espera-se que, caso ocorra uma estiagem nos próximos dias, o mercado do boi fique mais frouxo com a possível pressão de venda dos pecuaristas.

Desta forma, nos últimos dias, o atacado vem trabalhando em um movimento oposto ao mercado do boi. O indicador Esalq/BM&F boi-SP, na terça-feira, fechou a R$ 53,79/@ a vista, acumulando leve alta, de 0,39% na semana. Com isso, a diferença entre o equivalente físico do boi no atacado, que normalmente trabalha em patamares inferiores ao boi, e o Esalq/BM&F a vista, aumentou de R$ 3,77/@ há uma semana, para R$ 5,48 ontem, ou seja, o boi está mais caro em relação a uma semana.

Ainda assim, comparado a padrões históricos, essa diferença não é alta. Veja no gráfico 1 o comportamento do atacado, representado pelo equivalente físico, e do mercado do boi, em periodicidade diária, em um intervalo curto. No gráfico 2, veja os mesmos dados em médias mensais, em um intervalo mais longo.

Gráfico 1. Equivalente físico vs Esalq/BM&F a vista, diário

Gráfico 2. Equivalente físico vs Esalq/BM&F a vista, médias mensais

Entre os cortes desossados, houve queda nos preços na maioria. O que chama a atenção é uma queda de 7,49% nos preços do frango congelado, acumulando em um mês 18,42%. De acordo com dados do Avisite, com base em MDIC e Apinco, a disponibilidade interna de frango aumentou 2,76% no ano passado, principalmente nos primeiros meses do ano em que a produção é resultante da produção de pintos de corte em época anterior à crise do setor naquele ano.

Tabela 1. Cotações no atacado paulista