Mercado da carne bovina no atacado – 28/08/06

Com ofertas limitadas, as cotações em São Paulo se recuperaram na semana, para o patamar de R$ 4,20 a R$ 4,30 no traseiro, valorização média de 3,66%, e R$ 2,70 no dianteiro, 3,85% de alta na semana na venda casada (1×1) no boi. A ponta de agulha está estável em R$ 2,20. No Rio de Janeiro, as cotações são equivalente a São Paulo, exceto para a ponta de agulha, que é negociada a R$ 2,30.

As altas levaram o equivalente físico do atacado no mercado paulista a valer de R$ 50,33 a R$ 51,05/@, valorização média de 3,40% na semana. Neste mesmo período, o boi permaneceu praticamente estável. O indicador Esalq/BM&F fechou a semana com uma pequena valorização, de 0,56%, com destaque para a variação nos 3 últimos fechamentos, que foram mais significativas. O indicador está cotado a R$ 55,96/@, R$ 4,92 acima do equivalente físico do boi no atacado.

Ambos os indicadores de preços, do boi e de carne no atacado, interromperam um ciclo de alta na entrada de agosto. Em relação ao dia 10/07, o indicador Esalq/BM&F se valorizou 14,02% até hoje. No mesmo período, o equivalente físico se valorizou 20,67%, dando sustentação ao preço do boi. Entretanto, novas altas no mercado interno, limitadas pelo nível de consumo, ainda impedem a continuidade da valorização do boi com o atual nível de oferta. Observe este movimento no gráfico 1.

Vale lembrar que o equivalente físico (48% do traseiro+ 39% do dianteiro + 13% da PA) é apenas uma referência útil para se comparar os preço praticados no mercado da carne no atacado e no mercado do boi gordo. É normal que o equivalente seja inferior ao preço do boi por não incorporar os subprodutos, como couro e sebo, e por ser uma referência apenas do mercado interno.

Gráfico 1. Esalq/BM&F x equivalente físico no atacado

As cotações na carne desossada caíram na maioria dos cortes, como o contra-filé, que se está 6,06% desvalorizado, e o miolo da alcatra, 7,30% desvalorizado na semana. A maminha está 10,07% desvalorizada na semana. A alcatra inteira está cotada 3% abaixo de um mês atrás. A maioria dos cortes ainda trabalha com preços superiores ao praticado há um mês, conforme pode ser observado no gráfico 2.

Gráfico 2. Variação dos preços nos cortes de carne bovina no atacado

Preços no atacado em 24/08/06

Para o restante da semana, a atual configuração deverá se sustentar em virtude da irregularidade nas ofertas de carne, que ainda não é considerada escassa, apesar de baixa. Novas altas nas cotações do atacado somente devem ser esperadas com a virada do mês, período em é normal esperar uma recuperação no consumo com o recebimento salarial.