Os preços no atacado permanecem sob pressão pelo aumento da oferta de carne com osso, e as cotações já recuaram para R$ 4,50 x R$ 2,80 x R$ 2,20 (traseiro x dianteiro na venda casada x PA) no atacado paulista. O equivalente a uma arroba de carne com osso é negociada a R$ 53,07 no atacado (eq. físico), queda de 6,65% na semana.
Os preços no atacado permanecem sob pressão pelo aumento da oferta de carne com osso, e as cotações já recuaram para R$ 4,50 x R$ 2,80 x R$ 2,20 (traseiro x dianteiro na venda casada x PA) no atacado paulista. O nível de oferta é, entretanto, inferior à semana passada, quando um excedente de mercadoria foi gerado.
O recuo no atacado é bastante significativo, acumulando em uma semana – 4,26% na cotação do traseiro com osso, – 9,68% no dianteiro e – 12,00% na PA. No dia 16/10, foi registrado o maior patamar de preços no atacado durante o ano, quando as cotações atingiram R$ 5,00 no traseiro, R$ 3,20 no dianteiro e R$ 2,60 na PA.
Logo após as cotações chegarem a esses valores, antes considerados pouco prováveis, o recuo foi significativo e ocorreu em um curto período de tempo (gráfico 1), como resposta à elevação das ofertas. Vale lembrar que a alta das cotações somente foi possível devido à redução da oferta de carne dirigida ao mercado interno, em parte pela escassez de animais terminados para o abate, em parte pelo desempenho das exportações dando vazão ao excedente. Portanto, o movimento não pode ser explicado pelo consumo, que veio fraco durante o ano.
Gráfico 1. Evolução das cotações da carne com osso no atacado paulista
Essa diferença chegou próxima de R$ 3,00 há duas semanas. Considerando um período desde o início do segundo semestre deste ano, a maior incidência dessa diferença foi entre R$ 4 e R$ 5 (cerca 30% do período). Se o spread voltar para este intervalo, considerando que o equivalente físico permaneça estável, o Esalq/BM&F trabalharia entre R$ 57 e R$ 58. Isso não significa que a diferença não possa ser maior, principalmente se considerarmos uma série mais longa, onde a média do spread é próxima de R$ 6/@.
De qualquer forma, é importante que o atacado dê sustentação para que ocorra uma reversão da tendência de baixa verificada no mercado físico do boi gordo nas últimas 2 semanas. Em duas semanas, o indicador Esalq/BM&F registrou recuo de 6,12% e o equivalente físico do boi no atacado recuou 10,95%.
Gráfico 2. Evolução do indicador Esalq/BM&F x equivalente físico do boi no atacado
Os preços na carne desossada refletiram situação semelhante no atacado, com alguns cortes registrando baixa significativa. No traseiro, o contra-filé acumulou baixa de 16,11% na semana, negociado entre R$ 6,20 e R$ 6,30. No dianteiro, o acém teve queda de 7,87%, negociado a R$ 4,10. Essa queda ocorre, muitas vezes, quando a carne com osso registra uma queda mais significativa que a desossada, levando muitos frigoríficos a optarem pela desossa. O resultado é o aumento da oferta.
Tabela 1. Cotações no atacado