Mercado de boi deve seguir firme

Os preços do boi gordo devem se manter firmes apesar do fraco desempenho do mercado de carnes no varejo, acreditam analistas e fontes do setor. Ainda que o consumo lento esteja pressionando os cortes bovinos, a arroba do boi segue sendo negociada entre R$ 46 e R$ 46,50 (para descontar Funrural) em São Paulo desde meados de janeiro.

“O mercado deve continuar nesse patamar pelo menos nos próximos 30 dias”, prevê o consultor da Lucra, Sérgio Galeano. Ele explica que o clima chuvoso está permitindo ao pecuarista manter os animais no campo. “O criador vende apenas o que precisa”.

Para o consultor da FNP, José Vicente Ferraz, esse mercado só deve ter alterações significativas a partir de abril. “Não sobe porque não tem consumo e não cai porque não tem oferta”, explica. Segundo a FNP, os cortes bovinos recuaram R$ 0,05 na sexta-feira. O dianteiro foi negociado a R$ 2,00/quilo e o traseiro, a R$ 3,40.

Com a menor oferta por parte dos pecuaristas, as escalas de abate dos frigoríficos encurtaram, acrescenta Sérgio de Camargo Penteado, da Hencorp Commcor. Ele não descarta uma alta na cotação da arroba esta semana. “Já saíram negócios a R$ 47”.

A decisão do pecuarista de reter parte do gado também se deve ao fato de a reposição do animal estar cara, lembra o consultor Alcides Torres, da Scot. Assim, como o clima favorece, o criador prefere agregar valor ao animal pela engorda, explica.

Se o mercado é favorável para os criadores, já começa a preocupar os frigoríficos. “Precisa esfriar um pouco senão fica inviável”, diz fonte de frigorífico.

Em relação ao varejo, a avaliação é de que as vendas estão fracas porque há redução do poder aquisitivo. Além de o mercado geralmente enfraquecer nesta época do mês, os gastos das famílias, com impostos, concentram-se no início do ano, lembra Ferraz.

Fonte: Valor On Line (por Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe BeefPoint