A chegada da 42ª edição da Expointer, que se inicia neste sábado, dia 24, está motivando criadores de todo o Brasil, não só pelo número de animais de argola e rústicos inscritos, como pelo otimismo do setor do agronegócio.
“Continuamos na condição de melhores produtores em razão de vários fatores. O Rio Grande do Sul tem um papel fundamental no mercado brasileiro, que é a primeira pecuária do mundo”, avalia o presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Leonardo Lamachia.
O dirigente acredita que o bom momento do setor deve-se, sobretudo, a programas de estímulo e certificação. Lamachia entende, inclusive, que há ainda muito a crescer. Uma das perspectivas da Febrac é de que não só o mercado interno cresça, como aumentem as exportações para a China, em função dos desacertos do País com os Estados Unidos e a imposição de tarifas de importação por parte de ambas as nações.
O dirigente da Febrac, no entanto, aconselha cautela para negociações com a Ásia. “Eles precisam de proteína animal para alimentar mais de 1 bilhão de pessoas. Mas, assim como esses mercados abrem, podem fechar repentinamente. É preciso analisar com calma”, salienta Lamachia.
Ele explica que o Rio Grande do Sul avançou em muitas áreas. No combate ao abigeato, por exemplo, a entidade vem desenvolvendo um trabalho profícuo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP). Mas ainda são necessárias muitas ações para que os empresários invistam com tranquilidade em novos mercados. “Estradas como a BR-290, que cruza o Estado da Capital à Fronteira, ou a BR-116, que liga ao porto, deveriam ser duplicadas para facilitar o escoamento”, defende Lamachia.
Em relação aos números, o otimismo dos produtores se baseia em dados estatísticos e previsões econômicas. O Brasil, como produtor rural, ocupa o primeiro lugar no mundo em bovinos e assim deve permanecer, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária brasileira, em 2015, foi de R$ 258 bilhões, sendo que o Rio Grande do Sul contribuiu com 12,1%, aproximadamente R$ 31,3 bilhões, ocupando o primeiro lugar entre os estados brasileiros.
As exportações brasileiras de carne bovina registraram alta de 20,1% nos primeiros sete meses do ano, com aumento de receitas de 11,6%. Foram 982 mil toneladas no acumulado de janeiro a julho de 2019, crescimento de 20,1% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). No mesmo período, as receitas somaram US$ 3,73 bilhões, crescimento de 11,6%.
Atualmente, o Brasil produz em torno de 10 milhões de toneladas de carne bovina, dos quais, aproximadamente 20,8% são negociados para dezenas de países em todo o mundo, seguindo os mais rigorosos padrões de qualidade. Na última década, o País registrou crescimento de 135% no valor de suas exportações.
Fonte: Jornal do Comércio.