Atacado – 21/07/08
21 de julho de 2008
Análise Gráfica – contrato futuro boi gordo: 22-07-2008
23 de julho de 2008

Mercado de carne segue fraco e pressão se intensifica

O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 90,77/@. O indicador a prazo também recuou nesta segunda-feira, sendo cotado a R$ 91,71/@, com variação negativa de R$ 0,36. A semana começou com muitos frigoríficos fora das compras ou com preços que não estimulam negócios, e assim o mercado teve uma segunda-feira bastante lenta.

O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 90,77/@, baixa de R$ 0,34. O indicador a prazo também recuou nesta segunda-feira, sendo cotado a R$ 91,71/@, com variação negativa de R$ 0,36.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


A BM&F fechou em alta. O primeiro vencimento, julho/08, fechou a R$ 89,28/@, com variação de +R$ 0,01, 819 contratos negociados e 7.754 contratos em aberto. Os contratos para agosto/08 fecharam com alta de R$ 0,37, a R$ 85,06/@. Outubro/08 teve valorização de R$ 0,35, fechando a R$ 85,20/@, com 4.331 contratos negociados e 34.666 contratos em aberto. A maior variação (+R$ 0,60) foi registrada nos contratos que vencem em novembro/08, que fecharam a R$ 87,20/@.

Segundo o broker de mercado Rodrigo Brolo, da Terra Futuros, “o mercado futuro continua sensível ao movimento de queda do mercado físico, em especial da carne no atacado. Depois do traseiro atingir o pico de R$6,30/kg, hoje ele é vendido a R$5,50/kg, deixando o mercado bem fraco. Muitos frigoríficos estão fora das compras, pois quanto mais se coloca carne no atacado, mais ele cai. Tendência continua de queda para os próximos dias”

Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 21/07/08


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x contratos futuros para outubro/08


A semana começou com muitos frigoríficos fora das compras ou com preços que não estimulam negócios, e assim o mercado teve uma segunda-feira bastante lenta. Em São Paulo alguns frigoríficos conseguiram comprar bem (em geral animais de outros estados) e alongar as escalas, e hoje trabalham com ofertas abaixo dos patamares da semana passada. Outro fator que colabora com a pressão baixista é o início de abates de bois próprios.

No atacado da carne bovina os preços voltaram a recuar. As cotações dos três cortes primários apresentaram retração de R$ 0,10 nesta segunda-feira, com o preço traseiro ficando em R$ 5,60, do dianteiro em R$ 4,60 e da ponta de agulha em R$ 4,10. Assim o equivalente teve baixa de 1,96%, sendo calculado em R$ 75,23/@. O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente físico subiu para R$ 15,55/@, esta é uma das maiores diferenças registradas para este índice. A média dos últimos 12 meses é de R$ 7,3/@.

Gráfico 2. Spread entre indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista e equivalente físico


Segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado (IEA/Apta/SAA) os preços dos produtos animais (carnes e leite) aumentaram 7,24% na segunda quadrissemana de julho, puxando assim os preços agrícolas no campo. O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR) registrou alta de 3,81%.

“Isto configura a continuidade da pressão inflacionária dos preços agropecuários (principalmente os produtos de origem animal), que têm aumentado mais que os indicadores globais da inflação brasileira”, dizem os pesquisadores responsáveis pela análise.

Por produto, as maiores altas foram registradas nos preços do tomate para mesa (37,30%), laranja para indústria (22,70%), soja (13,42%), carne de frango (10,53%), carne bovina (8,85%), milho (7,77%) e leite tipo C (5,86%).

De acordo com o estudo do IEA, a redução da oferta de animais para abate, por parte dos pecuaristas, forçou os frigoríficos a pagarem mais pelo boi gordo, porém com menor intensidade que nos períodos anteriores. Os frigoríficos adquiriram um volume maior de animais de outros Estados. As demais carnes apresentaram a mesma tendência. Com as altas nos preços das três carnes, diminui o poder do consumidor para exercer pressão baixista, migrando de um produto para outro.

Na reposição, o indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista voltou a recuar, sendo cotado a R$ 754,28/cabeça (-R$ 0,23). Porém o recuo ainda não foi capaz de alterar a relação de troca que permanece em 1:1,99.

André Camargo, Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Antonio Pereira Lima disse:

    Vejam a confusão do mercado, minhas dúvidas são:

    A BM&F fechou em alta, o primeiro vencimento julho subiu ,se os frigoríficos já fizeram escala para uma semana comprando mais barato, se daqui uma semana termina o mês porque julho subiu?

    Segundo Rodrigo Brolo o mercado futuro continua sensível ao movimento de queda, principalmente no atacado que continua com tendência de queda. O mercado está tão sensível que julho subiu, agosto subiu e outubro teve valorização.

    A semana começou com muitos frigoríficos fora das compras ou com preços desestimulantes, mas num passe de mágica em São Paulo conseguiram comprar bem e alongar as escalas.

    Outro fator baixista é o abate dos bois dos próprios frigoríficos, será que é uma doação para o fome zero, ou são empresários portugueses, primeiro baixa o preço depois vende o deles?

    Segundo o IEA, depois de todas as notícias acima de queda de preço, a carne e o leite puxaram os preços agrícolas no campo, e segundo os pesquisadores, isto configura a continuidade da pressão inflacionária dos produtos agropecuários.

    O mesmo Instituto afirma que os pecuarístas ofertaram menos e os frigoríficos foram obrigados a pagarem mais pelo boi gordo, mesmo conseguindo adquirir um volume maior de carne, a carne de boi subiu, junto com as outras duas ,que a meu ver deve ser frango e porco, o que deixa o coitado do consumidor sem saida para migrar para outro produto.

    Os frigoríficos estão perdendo R$15,00@, ou R$262,00 por um boi de 17,5@, será que a nossa tão falada carne, que o produtor tanto é cobrado para que melhore ainda mais a sua qualidade, virou subproduto do boi?

    E durma com um barulho deste.

  2. João Pires Castanho disse:

    Aparentemente estamos assistindo ao velho filme novamente, estamos em plena seca, e os frigorificos sabem muito bem disso, é a hora de forçar os preços para baixo, os indicadores que temos, é que houve diminuição do rebanho, assim sendo não haveria razões para o recuo de preços, porém, estamos no Brasil, e estamos começando a perder a queda de braços com o grande cartel, e rezarmos para que até o final do ano, apenas nos atordoem, e não nos matem de vez.

  3. Antonio Pereira Lima disse:

    Fiz um comentário sobre esta matéria e não vi sua publicação,gostaria de receber um e-mail da razão do corte.