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Mercado de reposição de machos – 10/10/06

Desde 2000, relação de troca somente foi superior em novembro do ano passado, momento que o boi atingiu um dos preços mais elevados e o bezerro vinha em tendência decrescente. O maior valor desta série para o bezerro, registrado em abril de 2003 (R$ 395,97/cab. - gráfico 1), ocorreu alguns meses após a relação de troca atingir 2,79 no pico da entressafra em 2002.

A reposição começa a dar sinais de aquecimento mais intenso na maioria das categorias, entre bezerros machos de 6 meses a bois magros Nelore. Considerando o início do segundo semestre como referência, animais mais novos são os que acumulam maior variação positiva (percentual). Machos Nelore, de desmama a sobreano acumulam valorização média de 8,37% nas 18 praças do Brasil cotadas na reposição pelo iFNP. Pelos mesmos critérios, a valorização média, medida para a era de 18 a 24 meses, é de 6,08%.

O indicador do bezerro disponível (MS) Esalq/BM&F confirma uma pequena intensificação da tendência nas últimas semanas. O indicador está cotado a R$ 373,79/cabeça a vista, 2,35% de alta no segundo semestre o que, em valor absoluto, representa aumento de R$ 8,58 no preço. Apesar de a variação ser muito inferior ao boi (que é mais volátil), com o indicador Esalq/BM&F 29,25% valorizado no período, a última data em que o indicador do bezerro foi superior à atual ocorreu em 20/09/2004. Naquele mesmo momento, um boi gordo valia 2,63 bezerros. Vale observar as séries históricas do bezerro e da relação de troca (Gráficos 1 e 2).

Gráfico 1. Série diária do indicador Esalq/BM&F – bezerro (MS)


Gráfico 2. Evolução da relação de troca


Observando dados históricos do Esalq/BM&F desde 2000, há alguns pontos a serem destacados. O primeiro é que a relação de troca somente foi superior em novembro do ano passado, momento que o boi atingiu um dos preços mais elevados e o bezerro vinha em tendência decrescente. Como foi destacado no gráfico 2, hoje a relação está em 2,78 e, em novembro do ano passado chegou a 2,82 (boi=R$ 58,31/@ e bezerro=R$ 341,25/cab.).

O segundo ponto, é que o maior valor desta série para o bezerro, registrado em abril de 2003 (R$ 395,97/cab. – gráfico 1), ocorreu alguns meses após a relação de troca atingir 2,79 no pico da entressafra em 2002. Se observarmos agora o gráfico do boi gordo (gráfico 3), nota-se que isso ocorreu justamente após a maior valorização do boi entre a safra e a entressafra nesta série. A variação em 2002 entre o menor e o maior preço do boi foi de 45,89%.

Gráfico 3. Evolução do indicador Esalq/BM&F (SP)


Analisando as cotações do iFNP, a praça com as valorizações mais significativas no mercado de reposição foi Campo Grande/MS, onde bezerros de 8 meses a sobreano tiveram alta nas últimas duas semanas de 12,50%, cotado a R$ 405,00/cabeça a prazo. O garrote de 18 a 24 meses se valorizou 8,91% (R$ 550/cabeça a prazo) e o boi magro de 24 a 30 meses 12,73% (cotado a R$ 620/cab.), medidos no mesmo período. No MT, bezerros tiveram valorização de 2,78% na semana, para R$ 405/cab. a prazo. Nesta praça, a variação mais expressiva ocorreu no garrote (18 a 24 meses), de 4,00% na semana, cotado a R$ 520/cabeça.

Gráfico 4. Praças com variação em 2 semanas – reposição


Tabela 1. Cotações na reposição (machos)


As relações de troca na reposição aumentaram na maioria dos estados, exceto o RS, que estão estáveis, e no MS. Neste estado, as relações médias de troca se reduziram de 2,65 para 2,54 bezerros (8-15 meses)/boi, 1,89 para 1,83 garrote (18-24 m.)/boi gordo; e 1,74 para 1,68 boi magro (24-30 m.)/boi gordo. O MS está entre os estados com menor relação de troca para o bezerro de 8 a 12 meses, enquanto SP está em 2,7 e MT e GO (mais elevadas), em cerca de 3. Mato Grosso é hoje o estado com a reposição mais barata. Veja nos gráficos 5 e 6 as relações média de troca por estado e a variação na semana.

Gráfico 5. Relações de troca médias por UF


Gráfico 6. Variação das relações de troca em relação a uma semana

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  1. Nivaldo Cesar Alvim disse:

    Artigo muito interessante. Parabéns!