O mais recente Relatório de Análise do Mercado de Terras publicado pelo Instituto FNP indica que o reduzido volume de negócios reportado nesta época do ano é uma das evidências de que o mercado permanecerá com viés baixista nos próximos meses, principalmente em áreas pecuárias ou de agricultura de grãos.
A perda de liquidez poderá fazer o nível de preço das terras recuar para um patamar mais baixo, onde efetivamente serão realizados os negócios. Mesmo se os preços permanecerem estáveis, o alongamento do prazo de pagamento e o adiamento das primeiras parcelas estão ao lado dos compradores.
Hoje, em média, o hectare de terra no Brasil está 5% mais barato do que há um ano atrás. Em alguns casos, a queda de preços chegou a ultrapassar os 50%, como constatado em áreas agrícolas próximas à Cristalina e Formosa, em Goiás. A hora é de comprar terras.
A péssima rentabilidade da atividade, frente ao volume recorde de exportação de carne bovina é uma situação contrastante. E isso acaba por afetar também o mercado de terras. A política agressiva na comercialização, seja pela conquista de novos mercados ou devido a consolidação dos canais já existentes tem demonstrado resultados favoráveis e sem precedentes à ponta exportadora (frigoríficos ou indústrias).
Neste ano, a estiagem que perdurou até o fim de março forçou muitos pecuaristas a iniciarem a venda de animais mais cedo, disponibilizando no mercado um volume de gado acima do esperado, antecipando o período do ano onde é “normal” a queda de preço da arroba do boi. Desta maneira, o preço das áreas de pastagens caíram em média 9% nos últimos 12 meses. A análise gráfica possibilita ainda visualizar que a queda ocorreu de maneira mais acentuada a partir de 2005.
(a) maior oferta de pastagens, advinda da queda da área de plantio de grãos na safra 2005/06 e da “entrega” forçada de inúmeras áreas arrendadas e
(b) a diminuição do rebanho brasileiro, evidenciada pela elevada taxa de abate de fêmeas nos últimos anos. Portanto, mantemos o viés negativo dos preços de pastagens nos próximos 6 meses.
O IFNP edita o Relatório de Análise do Mercado de Terras, que é atualizado a cada 2 meses, e traz informações detalhadas dos fatores que influenciam a formação do preço das terras em todo o país.
Fonte: Instituto FNP, adaptado por Equipe BeefPoint