Semana de preços em alta no boi gordo, refletindo o atacado firme na carne bovina. O indicador Esalq/BM&F, que iniciou o movimento de recuperação justamente há uma semana, fechou com alta acumulada de 3,51% (na quarta-feira da semana passada estava em R$ 52,49/@), cotado a R$ 54,33/@ a vista.
Semana de preços em alta no boi gordo, refletindo o atacado firme na carne bovina. O indicador Esalq/BM&F, que iniciou o movimento de recuperação justamente há uma semana, fechou com alta acumulada de 3,51% (na quarta-feira da semana passada estava em R$ 52,49/@), cotado a R$ 54,33/@ a vista.
Este artigo irá assumir como referência o dia 16/10, momento em que o Esalq/BM&F fechou no maior valor neste ano, R$ 63,15/@. Em relação àquela data, o indicador Esalq/BM&F caiu 17,10% até o dia 28/11, quando fechou em R$ 52,35/@, o menor valor neste intervalo. A partir daí retomou a valorização com uma redução nas ofertas e o mercado da carne bastante aquecido neste início de dezembro.
No gráfico 1, que representa a série histórica do indicador desde 2005, estão indicadas as movimentações de preços do Esalq/BM&F neste ano. A continuidade da alta vai depender da permanência dos bons fundamentos e da evolução das ofertas de boi terminado.
Gráfico 1. Evolução do indicador Esalq/BM&F
No atacado, o traseiro já é negociado a R$ 4,70, alta de 9,30% em uma semana, e já há vendedores buscando preços maiores em virtude da redução nas ofertas. O dianteiro é negociado na faixa de R$ 2,60 a R$ 2,70 e a PA entre R$ 2,20 e R$ 2,30, alta de, respectivamente, 12,50% e 21,05% na semana.
Tabela 1. Cotações no atacado
Gráfico 2. Evolução do indicador Esalq/BM&F vs. equivalente físico do boi no atacado
No noroeste de SP o boi é negociado a R$ 56,00/@ a prazo, R$ 3,00 acima de 29/11. Em SP as escalas ainda são mais curtas em mais de um dia em relação a uma semana, apesar de pequeno alongamento. No PR, Maringá teve forte recuperação nos preços, onde o boi é negociado a R$ 55,00/@ a prazo, alta de R$ 4,00 no mesmo período. No MS, onde a escala média havia encurtado em mais de 2 dias, as três praças levantadas pelo iFNP tiveram alta na semana, e as escalas voltaram ao patamar de uma semana atrás.
Feira de Santana/BA, onde os preços estiveram bem acima da maioria das praças, recuou R$ 2,00 na semana encostando no noroeste de SP. A boa condição das pastagens nesta região, favorecidas pelas chuvas, estimulou uma elevação da oferta de boi terminado. A praças está cotada a R$ 56,00/@.
As praças gaúchas Porto Alegre e Fronteira negociam nos melhores preços no Brasil, a, respectivamente, R$ 60,00/@ e R$ 58,50/@ a prazo. Neste estado, há uma demanda represada pela proibição de entrada de carne com osso, o que contribui para a alta. De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Julio de Castilhos, Julio Tatsch, boa parte da demanda gaúcha tem sido abastecida pela carne desossada proveniente de outros estados, que chega a preços superiores à carne local. A seca de três anos e o alto abate de fêmeas elevou os preços de reposição no RS e vem agravando a capacidade produtiva do estado, sendo que o fechamento do estado para entrada de animais e carne com osso reforça essa condição.
Veja na tabela 1, apresentada abaixo, as cotações no mercado físico.
Tabela 1. Cotações no mercado físico
O fechamento da semana teria sido de alta mais expressiva, se não houvesse uma queda nos contratos na quarta-feira, que acompanharam o alongamento das escalas.
Tabela 2. Mercado futuro