SIC: avança campanha “Carne, Você Gosta, Você Pode, Você Precisa”
6 de dezembro de 2006
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Mercado do boi gordo – 06/12/06

Semana de preços em alta no boi gordo, refletindo o atacado firme na carne bovina. O indicador Esalq/BM&F, que iniciou o movimento de recuperação justamente há uma semana, fechou com alta acumulada de 3,51% (na quarta-feira da semana passada estava em R$ 52,49/@), cotado a R$ 54,33/@ a vista.

Semana de preços em alta no boi gordo, refletindo o atacado firme na carne bovina. O indicador Esalq/BM&F, que iniciou o movimento de recuperação justamente há uma semana, fechou com alta acumulada de 3,51% (na quarta-feira da semana passada estava em R$ 52,49/@), cotado a R$ 54,33/@ a vista.

Este artigo irá assumir como referência o dia 16/10, momento em que o Esalq/BM&F fechou no maior valor neste ano, R$ 63,15/@. Em relação àquela data, o indicador Esalq/BM&F caiu 17,10% até o dia 28/11, quando fechou em R$ 52,35/@, o menor valor neste intervalo. A partir daí retomou a valorização com uma redução nas ofertas e o mercado da carne bastante aquecido neste início de dezembro.

No gráfico 1, que representa a série histórica do indicador desde 2005, estão indicadas as movimentações de preços do Esalq/BM&F neste ano. A continuidade da alta vai depender da permanência dos bons fundamentos e da evolução das ofertas de boi terminado.

Gráfico 1. Evolução do indicador Esalq/BM&F


Há indicações de que a oferta de boi confinado já diminuiu muito. Na pesquisa Top 50: novas estimativas para confinamento em 2006, feita com base nos 50 maiores confinamentos do Brasil, constatou-se que os contingentes de maior oferta iriam se reduzir significativamente a partir do início de dezembro.

No atacado, o traseiro já é negociado a R$ 4,70, alta de 9,30% em uma semana, e já há vendedores buscando preços maiores em virtude da redução nas ofertas. O dianteiro é negociado na faixa de R$ 2,60 a R$ 2,70 e a PA entre R$ 2,20 e R$ 2,30, alta de, respectivamente, 12,50% e 21,05% na semana.

Tabela 1. Cotações no atacado


O equivalente físico do boi no atacado está em R$ 54,12/@, com alta de 11,12% na semana, aproximando-se mais do Esalq/BM&F. O spread está em R$ 0,21, o menor valor no ano. Isso significa que nenhuma vez em 2006 o atacado esteve com preços tão elevados em relação ao boi. A última vez em que houve uma forte aproximação, e o spread chegou a ficar negativo, foi entre setembro e outubro de 2005. Dentro do período representado pelo gráfico 2, o spread médio é de R$ 3,51/@, ou seja, essa foi a diferença média entre os dois indicadores.

Gráfico 2. Evolução do indicador Esalq/BM&F vs. equivalente físico do boi no atacado


Em 11 das 24 regiões cotadas pelo iFNP, houve recuperação das cotações na semana. Com exceção do RS e TO, até terça feira muitas regiões tiveram encurtamento das escalas. Com a melhora nos preços, muitos frigoríficos conseguiram alongar um pouco as escalas, que pode exercer uma pressão no sentido de interromper a alta, com compras de grandes lotes. Mesmo assim, o atacado continuando firme, é provável que o mercado mantenha sustentação.

No noroeste de SP o boi é negociado a R$ 56,00/@ a prazo, R$ 3,00 acima de 29/11. Em SP as escalas ainda são mais curtas em mais de um dia em relação a uma semana, apesar de pequeno alongamento. No PR, Maringá teve forte recuperação nos preços, onde o boi é negociado a R$ 55,00/@ a prazo, alta de R$ 4,00 no mesmo período. No MS, onde a escala média havia encurtado em mais de 2 dias, as três praças levantadas pelo iFNP tiveram alta na semana, e as escalas voltaram ao patamar de uma semana atrás.

Feira de Santana/BA, onde os preços estiveram bem acima da maioria das praças, recuou R$ 2,00 na semana encostando no noroeste de SP. A boa condição das pastagens nesta região, favorecidas pelas chuvas, estimulou uma elevação da oferta de boi terminado. A praças está cotada a R$ 56,00/@.

As praças gaúchas Porto Alegre e Fronteira negociam nos melhores preços no Brasil, a, respectivamente, R$ 60,00/@ e R$ 58,50/@ a prazo. Neste estado, há uma demanda represada pela proibição de entrada de carne com osso, o que contribui para a alta. De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Julio de Castilhos, Julio Tatsch, boa parte da demanda gaúcha tem sido abastecida pela carne desossada proveniente de outros estados, que chega a preços superiores à carne local. A seca de três anos e o alto abate de fêmeas elevou os preços de reposição no RS e vem agravando a capacidade produtiva do estado, sendo que o fechamento do estado para entrada de animais e carne com osso reforça essa condição.

Veja na tabela 1, apresentada abaixo, as cotações no mercado físico.

Tabela 1. Cotações no mercado físico


O mercado futuro acompanhou a evolução do físico e fechou a semana em alta, principalmente nos vencimentos mais curtos. O vencimento para dez/06 subiu na semana R$ 2,14/@, fazendo que que muitos vendidos liquidassem a posição. Os contratos em aberto se reduziram 233, movimento inverso de outras posições mais longas. Houve redução no total de contratos em aberto em decorrência do encerramento do contrato para novembro na semana passada. Veja na tabela 2 o resumo do mercado futuro na semana.

O fechamento da semana teria sido de alta mais expressiva, se não houvesse uma queda nos contratos na quarta-feira, que acompanharam o alongamento das escalas.

Tabela 2. Mercado futuro

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