O mercado do boi gordo teve mais uma semana de alta, com pequena alta no indicador Esalq/BM&F e altas significativas em diversas praças levantadas pelo iFNP. O mercado da carne bovina no atacado teve alta significativa, com equivalente físico se valorizando 3,9% na semana.
O mercado do boi gordo teve mais uma semana de alta, com pequena alta no indicador Esalq/BM&F e altas significativas em diversas praças levantadas pelo iFNP. O mercado da carne bovina no atacado teve alta significativa, com equivalente físico se valorizando 3,9% na semana.
O indicador Esalq/BM&F para bezerro (estado do MS) está cotado em R$ 374,63 a vista, com relação de troca de 2,78 (-0,4%). Em dólar, o boi gordo segue se valorizando, +0,9% na semana e +8,3% no mês. A cotação do boi em dólar é a mais alta desde fevereiro de 1995.
Gráfico 1. Evolução do indicador Esalq/BM&F em dólares desde 1994
Com a alta no físico e a queda no mercado futuro, há aproximação de preços, com a diferença entre o primeiro vencimento (out/06) e o indicador Esalq/BM&F passando de R$1,80/@ para R$0,57/@ em uma semana.
Gráfico 2. Médias mensais do indicador Esalq/BM&F e contratos futuros
Gráfico 3. Esalq/BM&F x equivalente físico
No período de preços baixos para o boi gordo (indicador a R$49,08/@ em 10/07), os preços da carne no atacado estavam, relativamente ao boi gordo, mais baixos que hoje. Em 10/07 o spread (diferença) entre o indicador do boi gordo e o equivalente físico era de R$ 6,78/@ e hoje é de R$ 3,47/@, ou seja, hoje o frigorífico tem uma diferença positiva de R$ 3,32/@ em relação aos preços praticados no início de julho desse ano.
Por outro lado, em dólares, o boi gordo se valorizou 30,6% desde 10/07, um aumento muito significativo. No gráfico abaixo, pode-se observar que, apesar dos altos preços do boi em dólares durante o mês de setembro (a média foi de US$ 27,22/@), os preços médio FOB da tonelada de carne in natura exportada recordes ajudaram a manter a relação de troca próxima à média, considerando 2005 e 2006 calculada em 102,12 @/tonelada.
Simulando uma relação de troca, com os preços da carne exportada em setembro/06 (US$ 2.766/ton) e o preço do boi gordo em dólares (US$ 29,28/@) temos uma relação de troca de 94,5, próximo ao que os exportadores trabalharam em novembro de 2005, um dos valores mais baixos desde jan/05 e 6,94% abaixo da média do período.
Gráfico 4. Relação de troca @/tonelada de carne in natura exportada
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Amigo Miguel
Com relação ao mercado futuro, lembro que segundo dados da BM&F na posição de 11.out, por “tipo de participante” nos contratos de boi gordo, as pessoas físicas representam 61% do total de contratos de compra e 17% da venda (normalmente são pecuarista), já as pessoas jurídicas representam 26% da compra e 43% da venda (normalmente frigoríficos), e os investidores institucionais (nacional + estrangeiros) 8% da compra e 37% da venda.
Saliento ainda que 78% do total de contratos são representados pelos contratos de Out. e Nov.06, ou seja concentrados no curto prazo.
Na teoria, os frigoríficos acreditam na baixa futura imediata, ou querem “transmitir” esta mensagem ao mercado físico. Utilizando-se de um mercado pequeno (a bolsa ) para lucrar de fato no grande mercado (o físico), caso este acredite na profecia baixista dos frigoríficos.
Sendo esta operação facilitada pelas captações internacionais, via venda de bônus (fato citado em artigos de v.sas, nesta data), o que gera alta liqüidez imediata aos frigoríficos.
Atenciosamente,
Julio Tatsch, agropecuarista no RS e pres. do sind.rural de Caçapava do Sul.