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Mercado do boi gordo – 11/10/2006

O mercado do boi gordo teve mais uma semana de alta, com pequena alta no indicador Esalq/BM&F e altas significativas em diversas praças levantadas pelo iFNP. O mercado da carne bovina no atacado teve alta significativa, com equivalente físico se valorizando 3,9% na semana.

O mercado do boi gordo teve mais uma semana de alta, com pequena alta no indicador Esalq/BM&F e altas significativas em diversas praças levantadas pelo iFNP. O mercado da carne bovina no atacado teve alta significativa, com equivalente físico se valorizando 3,9% na semana.

O indicador Esalq/BM&F para bezerro (estado do MS) está cotado em R$ 374,63 a vista, com relação de troca de 2,78 (-0,4%). Em dólar, o boi gordo segue se valorizando, +0,9% na semana e +8,3% no mês. A cotação do boi em dólar é a mais alta desde fevereiro de 1995.

Gráfico 1. Evolução do indicador Esalq/BM&F em dólares desde 1994


No mercado futuro, houve retração em todos os contratos, com recuo médio de R$1,04/@ na semana. Nessa semana, os dias 05/10 e 11/10 foram de baixas. A possível explicação para a queda de preços na semana são: operação Grandes Lagos, aumento da oferta de animais de confinamentos, início das chuvas adiantando a saída de animais do cocho e acelerando a chegada de animais de pasto mais ao fim do ano e também a existência de um número (estimado) alto de contratos de boi a termo, que aumentaria as escalas dos frigoríficos nas próximas semanas.

Com a alta no físico e a queda no mercado futuro, há aproximação de preços, com a diferença entre o primeiro vencimento (out/06) e o indicador Esalq/BM&F passando de R$1,80/@ para R$0,57/@ em uma semana.

Gráfico 2. Médias mensais do indicador Esalq/BM&F e contratos futuros


No mercado físico, houve alta em 15 praças e estabilidade nas 9 restantes, entre as 24 levantadas pelo iFNP. Outra notícia, a abertura do mercado russo para SP e GO não teve o impacto positivo esperado, pelo menos por enquanto. As praças de Noroeste SP e Três Lagoas/MS tiveram alta na semana, mas os preços de GO se mantêm estáveis.


No mercado da carne no atacado, a semana foi de alta, mais expressiva que nos preços do boi gordo. Os preços do traseiro, dianteiro e PA subiram mais de 3% na semana.

Gráfico 3. Esalq/BM&F x equivalente físico


Interessante analisar a evolução do mercado desde 10/07/2006, quando os preços do boi gordo começaram a reagir. Nesses 90 dias, o indicador Esalq/BM&F para boi gordo subiu 28,5%, o do bezerro apenas 3,5%, o contrato futuro para out/06 10,2%, para maio/07 apenas 0,6%. No mercado físico: em SP a alta foi de 29%, MS 31%, MT 31%, GO 24,5% e MG 24,6%. Interessante notar que nesse mesmo período os preços da carne no atacado subiram muito mais. O equivalente físico se valorizou 40,9% nesses 3 meses.

No período de preços baixos para o boi gordo (indicador a R$49,08/@ em 10/07), os preços da carne no atacado estavam, relativamente ao boi gordo, mais baixos que hoje. Em 10/07 o spread (diferença) entre o indicador do boi gordo e o equivalente físico era de R$ 6,78/@ e hoje é de R$ 3,47/@, ou seja, hoje o frigorífico tem uma diferença positiva de R$ 3,32/@ em relação aos preços praticados no início de julho desse ano.

Por outro lado, em dólares, o boi gordo se valorizou 30,6% desde 10/07, um aumento muito significativo. No gráfico abaixo, pode-se observar que, apesar dos altos preços do boi em dólares durante o mês de setembro (a média foi de US$ 27,22/@), os preços médio FOB da tonelada de carne in natura exportada recordes ajudaram a manter a relação de troca próxima à média, considerando 2005 e 2006 calculada em 102,12 @/tonelada.

Simulando uma relação de troca, com os preços da carne exportada em setembro/06 (US$ 2.766/ton) e o preço do boi gordo em dólares (US$ 29,28/@) temos uma relação de troca de 94,5, próximo ao que os exportadores trabalharam em novembro de 2005, um dos valores mais baixos desde jan/05 e 6,94% abaixo da média do período.

Gráfico 4. Relação de troca @/tonelada de carne in natura exportada

0 Comments

  1. Julio M. Tatsch disse:

    Amigo Miguel

    Com relação ao mercado futuro, lembro que segundo dados da BM&F na posição de 11.out, por “tipo de participante” nos contratos de boi gordo, as pessoas físicas representam 61% do total de contratos de compra e 17% da venda (normalmente são pecuarista), já as pessoas jurídicas representam 26% da compra e 43% da venda (normalmente frigoríficos), e os investidores institucionais (nacional + estrangeiros) 8% da compra e 37% da venda.

    Saliento ainda que 78% do total de contratos são representados pelos contratos de Out. e Nov.06, ou seja concentrados no curto prazo.

    Na teoria, os frigoríficos acreditam na baixa futura imediata, ou querem “transmitir” esta mensagem ao mercado físico. Utilizando-se de um mercado pequeno (a bolsa ) para lucrar de fato no grande mercado (o físico), caso este acredite na profecia baixista dos frigoríficos.

    Sendo esta operação facilitada pelas captações internacionais, via venda de bônus (fato citado em artigos de v.sas, nesta data), o que gera alta liqüidez imediata aos frigoríficos.

    Atenciosamente,
    Julio Tatsch, agropecuarista no RS e pres. do sind.rural de Caçapava do Sul.