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Mercado do boi gordo – 17/01/07

A oferta reduzida de animais para abate vem mantendo o mercado firme na semana, apesar da lentidão dos negócios. As chuvas favorecem a retenção de animais no pasto e, nas principais regiões produtoras, com exceção de MT e RO que tiveram aumento, as escalas médias se reduziram na semana em cerca de um dia. É safra, ainda que seja difícil falar em alta, o mercado permanece equilibrado.

A oferta reduzida de animais para abate vem mantendo o mercado firme na semana, apesar da lentidão dos negócios. As chuvas favorecem a retenção de animais no pasto e, nas principais regiões produtoras, com exceção de MT e RO que tiveram aumento, as escalas médias se reduziram na semana em cerca de um dia. É safra, ainda que seja difícil falar em alta, o mercado permanece equilibrado.

No mercado físico do boi gordo, o indicador Esalq/BM&F sobe lentamente. Em 17/01, o indicador fechou em R$ 53,62/@ a vista, acumulando alta de 0,58% na semana. Na reposição, o indicador Esalq/BM&F – bezerro/MS fechou em R$ 365,14, acumulando +0,23% e a taxa de reposição subiu de 1:2,41 para 1:2,42.

Tabela 1. Principais indicadores no mercado físico


No noroeste paulista, de acordo com o iFNP, o boi é negociado a R$ 54,00 a prazo para descontar o Funrural e a vaca a R$ 50,00/@, sendo que há um bom mercado para vacas no abastecimento interno. De fato, no mercado da vaca gorda, as cotações tiveram alta em 5 regiões pesquisadas pelo iFNP, enquanto o boi teve alta em 3 na semana. Baixas, houve 7 para o boi gordo e 5 para a vaca gorda. No sul de GO, os preços da vaca tiveram aumento de R$ 2,00/@ na semana, e R$ 1,00/@ para o boi gordo. Veja as cotações e variação para boi gordo e vaca gorda na tabela 1.

Tabela 2. Cotações máximas do boi gordo e da vaca gorda no mercado físico


O mercado interno de carne, apesar do baixo consumo típico para janeiro, vinha se mantendo firme nas primeiras semanas de janeiro. A pouca oferta, com os abates prejudicados pelas chuvas, dava o equilíbrio necessário ao mercado. Nesta semana, entretanto, o atacado começa e exercer pressão negativa nos preços, ao passo que os estoques aumentam. O equivalente físico do boi no atacado, que valia R$ 51,71/@ em 10/01, caiu para R$ 49,82/@, -3,66% na semana. De qualquer forma, um retração no atacado sempre é esperada quando caminha-se para final de mês, em que o poder aquisitivo já é menor.

Tabela 3. Cotações no atacado


Um fato positivo que merece ser observado é que, de 02 a 17 de janeiro, o valor médio do indicador Esalq/BM&F para o mês de janeiro, de R$ 53,33/@, está 7,38% acima das cotação de janeiro de 2006, sem deflacionar. Deflacionando para dezembro/06, o valor para este ano ainda é 4,20% superior, mas ainda muito abaixo de anos anteriores, considerando-se preços corrigidos pelo IGP-DI.

O Indea/MT divulgou nessa semana que o rebanho bovino matogrossense caiu 2,5% em 2006, pela primeira vez nos últimos anos. Não é significativo, mas pode ser um sinal de reversão.

Gráfico 1. Evolução do indicador Esalq/BM&F deflacionado pelo IGP-DI, para dez/06


Na BM&F, os contratos futuros do boi gordo fecharam a semana praticamente estáveis, com exceção dos contratos para jan/07 e mai/07 que se valorizaram mais. O primeiro vencimento vinha trabalhando bem abaixo do indicador Esalq/BM&F, com a expectativa do mercado futuro de que os preços recuassem até o final do mês. Houve um ajuste nos dois últimos fechamentos, com alta de R$ 1,06 nesta posição durante a semana, reduzindo a diferença entre seu valor e o Esalq/BM&F de R$ 1,53/@ a R$ 0,78/@. Observe este comportamento no gráfico 2. A tabela 4 resumo a movimentação do mercado futuro em relação a uma semana atrás.

Gráfico 2. Contrato futuro para jan/07 na BM&F vs Esalq/BM&F


Tabela 4. Contratos futuros na BM&F e variação em relação a 10/01/07

0 Comments

  1. Antonio Pereira Lima disse:

    Além das chuvas, o aumento dos bois em confinamento no ano passado pode ter puxado a safra para outubro e novembro, deixando janeiro e fevereiro com cara de entressafra. No caso das vacas, a procura é maior pelas vacas pesadas, que na desossa vira boi, atrapalha um pouco o padrão de qualidade mas mantém o preço, inibindo a alta do boi.

    Nem sempre o atacado exerce pressão de baixa na carne, algumas vezes os frigoríficos exportadores, dependendo do volume exportado no momento, desovam carne mais barata no mercado, esta operação nada mais é do que matar dois coelhos com uma paulada só, saem fora do excedente e amarram os pequenos tirando fora da concorrência.

    Aqui no MS, o gado magro continua com uma boa demanda, com oferta reduzida.

  2. Edson Nilo Padilha Freitas disse:

    Vejam que o Rio Grande do Sul, que sempre amargou preços baixos frente ao Centro-Oeste e Sudeste, nos últimos 6 meses vem se mantendo como o estado que paga aos produtores o melhor preço pelo gado gordo. Isto, sem falar na reposição, que devido à escassez, tem gerado negócios a preços quase impensáveis, chegando-se a pagar R$ 72,00 a arroba por boi de sobreano.

    Bom, mas tudo isto tem motivo: primeiramente porque o estado vinha de 2 anos de baixa produtividade em função da seca, e da matança desenfreada de matrizes. Depois, porque o estado vem mantendo-se com bom volume de exportação, em função de nosso gado ser basicamente europeu, e tenha boa aceitação nos mercados de maior valor agregado aliado às parcerias entre indústria e produtores, o que incentiva o investimento para produção de animais jovens e padronizados, e por fim, a manutenção da proibição de entrada de carne com osso oriunda de outros estados, mantendo estável a variação estoque/demanda, que além de ajudar a manter preços, ainda é de suma importância do ponto de vista sanitário.

  3. João Mansur disse:

    O artigo retrata o mercado e o Antonio P. Lima foi muito esclarecedor no seus pontos de vista. Realmente com os confinamentos, safra e entressafra podem mudar no calendário. Vamos torcer por um 2007 com safras e entressafras melhores. Boa sorte a todos.