O mercado do boi gordo teve uma nova semana de baixa, com quedas expressivas no indicador Esalq/BM&F, mercados futuros e equivalente físico. Levantamento da Assocon, de 19/10, afirma que em 22 confinamentos, com 96 mil cabeças confinadas, cerca de 60% dos animais já foram abatidos e outros 29% estão planejados para abate em novembro. As chuvas também têm pressionado confinamentos a acelerar a saída dos animais.
O mercado do boi gordo teve uma nova semana de baixa, com quedas expressivas no indicador Esalq/BM&F, mercados futuros e equivalente físico. O indicador Esalq/BM&F para preço do boi gordo em SP fechou em R$ 59,49/@ a vista, queda de 4,3% na semana. Em dólares o indicador está cotado em US$ 27,67/@, queda de 5,1% na semana, puxado também pela valorização de 0,8% do dólar no período.
No mercado futuro, a semana foi de quedas expressivas, pressionado pelas reduções do físico. O contrato para nov/06, está cotado em R$ 57,00/@, queda de 4,95% na semana e de 10,59% desde 27/09. O contrato para mai/07 está cotado em R$ 53,52/@, queda de 3,17% na semana e de 6,78% em 4 semanas.
Gráfico 1. Contratos para novembro/06 e maio/07
Levantamento da Assocon, de 19/10, afirma que em 22 confinamentos, com 96 mil cabeças confinadas, cerca de 60% dos animais já foram abatidos e outros 29% estão planejados para abate em novembro. As chuvas também têm pressionado confinamentos a acelerar a saída dos animais.
No mercado físico, das 24 praças levantadas pelo iFNP, houve redução em 18 praças, estabilidade em quatro e aumento em Campos/RJ. As maiores reduções ocorreram em Cacoal/RO (-R$4,00/@), Cuiabá e Barra do Garças, ambas em MT, com redução de R$3,00/@.
Gráfico 2. Evolução dos preços do boi a prazo em noroeste de SP, Cuiabá/MT e Cacoal/RO
Gráfico 3. Equivalente físico no atacado X Esalq/BM&F
Curiosamente ontem, em palestra sobre mercado da carne realizada pelo BeefPoint em São José do Rio Preto/SP, um dos participantes indagou sobre o mercado externo. Tinha sido informado que dois frigoríficos da região presentes na feira de Paris, estariam tendo dificuldades em comercializar seus produtos, justificando assim novas tentativas de redução de preço do boi gordo. A Abiec, em notícia de hoje, afirma estar muito satisfeita com os resultados de SIAL 2006 (leia a notícia aqui).
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Desabafo – O setor agrícola, longe de constituir-se numa alavanca para o agribusiness, capaz de sustentar minimamente os vocacionados agricultores e pecuaristas, tem se tornado desesperador, sem financiamento, sem garantia mínima de safra, e sem política institucional efetiva e definida para o setor.
Boi é essa sanfona registrada por esses abnegados estudiosos dessa grande e competente faculdade da ESALQ. Todos os sintomas já foram detectados por inúmeros institutos e órgãos. Todos os problemas foram desnudados. E todos sabem a solução. É preciso vontade (sempre política) para correção do leme pecuário/agrícola em todos os segmentos, caso contrário, com certeza as estatísticas de produção não estarão nas primeiras páginas, em futuro. Sim e o povo esse é o maior prejudicado, até quando???
Abraços. Parabéns pela modernidade e atualidade das excelentes reportagens.
Roberto Rodrigues Alves
Todo dia vejo a cotação da carne no atacado, pois gasto em média 40 cabeças de vacas casadas na semana. Embora a cotação de hoje indique queda de preço, ainda não chegou para nós comerciantes do varejo. Fechei um carregamento de 30 cabeças com o frigorífico Atlas para terça feira a R$3,55/kg mas aqui em São Paulo não se conseguia por menos de R$3,60/@. Acho que mesmo que os preços recuem, vai ser difícil voltar ao patamar que estava por volta do mês de março abril deste ano.
Me espanta ver como nosso mercado é volátil, pois em agosto previa confinar mais alguns animais, ou seja, formar outro lote pensando em abater em novembro/dezembro, tudo pela expectativa da projeção dos preços da arroba como estavam. Hoje acho bom que não tenha dado certo, pois prever na época uma arroba superando os R$ 64,00, e ver que existe chance real de ver esse valor mais de 10% abaixo do previsto seria um duro golpe no bolso e um furo nos resultados do projeto. Quando será que teremos maior garantia ou seremos efetivamente “donos dos preços” de nossos produtos?
Parabéns pela publicação que nos ajuda, mesmo que não nos traga alegrias, ajuda que não tenhamos maiores tristezas.