Mercado do boi gordo – 31/01/07

O mercado do boi gordo teve mais uma semana de leve alta, com escalas curtas e aumento dos preços da carne bovina no atacado. As principais praças do Brasil (MS, MT, GO e SP) tiveram reduções nas escalas médias. O RS foi o único estado que teve aumento das escalas.

O indicador Esalq/BM&F – boi gordo teve alta de 0,45% na semana, seguindo a tendência das últimas três semanas. O indicador do preço do bezerro MS também teve alta, de 0,69% na semana, com isso a relação de troca passa de 1:2,42 para 1:2,41.

O indicador está firme, tendo pressionado positivamente o mercado futuro. Veja no gráfico abaixo que o contrato janeiro/07 estava muito abaixo do indicador, mostrando que os agentes acreditavam em menores preços para o final do primeiro mês do ano. Desde o final de dezembro/06 o indicador vem subindo, puxando o valor dos contratos de janeiro/07.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F e Vencimento janeiro/07 BM&F

Tabela 1. Principais indicadores no mercado físico

O atacado da carne bovina teve reações positivas na última semana, já se preparando para o início de fevereiro. O equivalente físico subiu 3,10% na semana, aumento muito maior que o indicador do boi gordo. Com isso o spread (diferença) caiu R$ 1,26/@ na semana, valendo R$ 4,23/@, valor abaixo da média de 2006. Os preços da carne bovina no atacado atuais permitem novas reações no preço do boi gordo. Leia o artigo sobre o mercado da carne, no atacado.

Tabela 2. Cotações no atacado

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F e Equivalente físico

No mercado físico, a semana foi de poucas alterações na cotações máximas, levantadas pelo iFNP, veja a tabela abaixo. No RS segue a polêmica sobre a entrada de carne com osso de outros estados, com status sanitário equivalente ao do RS. Veja no gráfico abaixo, a diferença de preços máximos nos estados de RO e RS.

Tabela 3. Cotações máximas do boi gordo

Gráfico 3. Cotações máximas do boi gordo em RO e RS

A notícia mais importante da semana foi a confirmação de focos de aftosa na Bolívia. Apesar de ocorrer em local distante do Brasil, os focos foram confirmados no departamento de Santa Cruz de la Sierra, importante região produtora e fronteiriça com o Brasil. Acreditava-se que esse departamento estava livre de aftosa. Veja na lista de notícias relacionadas abaixo, as principais informações sobre a aftosa na Bolívia.

O foco de aftosa na Bolívia volta a confirmar que a América do Sul precisa dedicar mais atenção, tempo e investimentos para erradicar essa doença do continente. Doença que é a maior impedidora de negócios da cadeia da carne sul-americana no momento. Como muito bem disse Pedro de Camargo para a coluna de Sonia Racy do jornal O Estado de S. Paulo há alguns dias: “Crescimento para a agricultura é câmbio. Crescimento para as carnes bovina, suína e aves é Defesa Sanitária”.