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Mercado estável, mas fusão preocupa pecuaristas

O mercado do boi teve mais uma semana de preços relativamente estáveis. Entre 10 e 17 de setembro, o indicador Esalq/BM&F subiu 2%. Com mais uma redução do dólar, a arroba cotada na moeda americana subiu quase 3%. O preço do bezerro se manteve estável, com leve queda, levando a relação de troca para 2,10 bezerros por boi gordo de 16,5@.

O mercado do boi teve mais uma semana de preços relativamente estáveis. Entre 10 e 17 de setembro, o indicador Esalq/BM&F subiu 2%. Com mais uma redução do dólar, a arroba cotada na moeda americana subiu quase 3%. O preço do bezerro se manteve estável, com leve queda, levando a relação de troca para 2,10 bezerros por boi gordo de 16,5@.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

A carne no atacado teve semana de forte valorização, com o equivalente físico subindo 3,7%, puxado pela alta de 5% no preço do traseiro. O spread (diferença) entre preço do boi e equivalente caiu para R$1,06, um dos valores mais baixos dos últimos anos. Quanto menor o spread, melhor a margem do frigorífico. Há um ano, essa diferença era R$5,87/@ mais alta do que hoje, indicando uma margem bem superior do que há um ano atrás. Vale lembrar que há um mês, essa margem era pouco favorável ao frigorífico, R$6,36/@ acima do spread atual.

Tabela 2. Atacado da carne bovina

Gráfico 1. Boi gordo (indicador Esalq/BM&F) e equivalente físico

O mercado futuro teve semana de recuperação, frente aos baixos preços da última semana. No entanto, no dia 16, quando foi anunciada a fusão JBS-Bertin, os preços recuaram. Ontem, houve recuperação maior do que a queda do dia anterior. Reforça a percepção de que os preços atuais são o “fundo do poço” e não há espaço para mais recuos.

Gráfico 2. Contratos futuros

Gráfico 3. Spread entre contratos com vencimento em setembro/09 e outubro/09

Como pode ser observado no gráfico acima, o spread entre outubro e setembro está aumentando, indicando que o mercado acredita em melhores preços para o final do mês de outubro do que os atuais.

Sobre a fusão JBS-Bertin

Ainda é cedo para tirar conclusões definitivas sobre os impactos da fusão JBS-Bertin. Veja os principais pontos e seus possíveis impactos.

Pontos positivos

Criação da maior empresa de proteínas do mundo
Atuação em todos os continentes e presença em 23 países
Liderança em muitos mercados que atua
Grande potencial de sinergias entre empresas, redução de custos, distribuição ampliada
Presença ainda mais forte nos EUA, com compra da Pilgrim´s
Presença muito forte nas principais regiões produtoras de carne bovina da América do Sul
Brasil consolida posição de maior player no mercado global de proteínas animais

Pontos negativos

Aumento da concentração de mercado, diminuindo poder de barganha dos produtores
Em algumas regiões do Brasil, as opções de venda do pecuarista estão ainda menores (ex.: Campo Grande, MS)

Veja os slides da apresentação sobre a fusão JBS-Bertin e aquisição da Pilgrim´s, preparada pela JBS.

Deixe sua opinião abaixo. Qual o impacto da fusão JBS-Bertin na sua região? Na semana que vem, faremos um compilado com as principais respostas.

0 Comments

  1. joao jacintho disse:

    Foi boa a fusao, q adianta vender bem o boi,@ se nao recebe,pelo menos o jbs paga, parabens a todos.

  2. Jefferson Carbonaro Greffe disse:

    É bom para o Brasil, porém não sei se vai ser bom para os pecuaristas, pois diminuirá a concorrência no setor e conseqüentemente a desvalorização do produto( carne).

  3. Helio Zancopé Filho disse:

    O fato que mais chama a minha atenção é saber a verdadeira razão que o B N D E S vem lutando para salvar alguns “BILHÕES DE DOLARES” ou se realmente tem enterrese em salvar a PÉCUARIA NACIONAL COMO UM TODO
    Ao meu ver essa transação MEGALOMANIA de gigantes sem sobra de duvidas ao passar do tempo e pelo andar da carruagem quem no fundo vai pagar essa conta ASTRONÓMICA É O PECUARISTA mais uma vez como sempre sendo imposto a nós PREÇOS dito entre acordo de cavalhereios no “CALAR DA NOITE” nós impondo o preço ao bel prazer da ganância de poder fechar essa conta junto aos bancos em detrimento da pécuaria nacional.
    Criamos cobras para nós picar agora so resta saber ate que ponto aguentaremos com o pouco de oxigénio que nós sobra para continuarmos essa luta.
    Minha esperaça era que o CADE trave essa transação mas as perdi, quando vc olha para o volume de dinheiro envolvido nessa negociação sem chance de ter outro veredicto que não for favorável pela fusão de ambas empresa.
    Então durma-se com um barulho desse. BOA NOITE A TODOS

  4. jeferson moreira correa disse:

    o impacto da fusao jbs-bertin na minha regiao e muito delicado no qual nao sabemos o resultado porque na minha regiao de bonito-ms,nao contamos com outro frigorifico do porte de bertin e friboi,contmos com frigorificos tocado por terseiros, pequenos e medios no qual nao tem possibilidade de faser frente a um grupo dese porte,o ponto positivo e que podera abrir mais mercado para a carne do estado o negativo seria a consentrasao do poder de compra,espero podermos encontrar um ponto de equilibrio.

  5. Silvio Medeiros disse:

    Cada vez mais o pecuarista esta perdendo o poder de barganha, se não se unirem para se posicionar no mercado com certeza vão sofrer no futuro, acho que seria hora de fazer parceria ainda com frigorificos pequenos mas solidos com vendas a vista para não ficar na mão de um só.

    Silvio

  6. Luis Fernando Bastarrica Gomes disse:

    Boa Tarde
    Eu acho uma fusão destas muito ruim, tanto p/ os supermercados como para os pecuaristas, sempre ouvi na minha vida que quanto mais existirem ofertas tanto p/ compra no caso do supermercado ou na venda no caso dos pecuaristas, melhor é, e é exatamento o contrário que que se vê, no caso dos Frigoríficos tem dois ou três que compram tudo, que também é muito estranho, já que sabe é que eles tem muita divida, mas seguem comprando tudo o que tem pela frente, enquanto os pecuaristas e os próprios supermercados não tem ajuda alguma, uma carcaça bovina hoje custap/ um frigorífico no RS mais ou menos 5,50 o Kg e o Marfrig vende a 5,40, esta matemática eu não entendo

  7. bruno medeiros de souza disse:

    Muito interessante as conclusões entre pontos positivos e negativos para podermos comparar e ver que os benefícios são somente para a nova empresa (JBS-BERTIN). E para os pecuaristas quais os benefícios? E os outros frigoríficos, como vão reagir?

  8. MARCILIO GIORGETTE disse:

    Fusão não preocupa somente pecuaristas, mas todos os envolvidos na cadeia da carne. Espero que esta venha para melhor.

  9. Daniel Chramosta disse:

    …é sr. Luis Fernando, ninguem entende, isso vem acontecendo a um bom tempo em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e pelo visto vem acontecendo na maioria do país. Ouvi de um funcionario graduado do ministerio da agricultura, pecuaria e abastecimento que esse preço mais baixo que os demais é fruto de “competencia”. Não tem como trabalhar senão tiver um banco injetando dinheiro desenfreadamente para cobrir os preços oferecidos abaixo do mercado, que é o que vem acontecendo por aqui. A carcaça mais barata que o boi em pé, vistos os custos de operação, é só com esse grande sócio BNDES.
    Que Deus nos proteja e um grande abraço.

  10. marcelo di pietro disse:

    Ainda é cedo para falar do impacto da fusão JBS-BERTIN na região onde trabalho, a fusão é uma grande dúvida para quem está de fora do negócio pois, com certeza para os investidores, não ha dúvidas da lucratividade da fusão.

    A grande questão é:
    Quem será o maior beneficiário dessa transação?
    a) grupos econômicos
    b) bancos parceiros
    c) governo
    d) pecuaristas
    e) atacado e varejo de carne bovina

    Ainda vive na lembrança dos colegas pecuaristas que, a alguns meses atrás, houve uma grande discussão a nível nascional, inclusive com a cobertura da mídia, sobre a formação de cartel pelos grandes frigoríficos em atividade na época em detrimento dos pecuáristas, ocasionando baixa significativa dos preços da arroba.
    Será que essa grande fusão nada mais é que a consolidação e legalização do que era praticado naquela ocasião?

    Além disso a atual instabilidade na economia mundial nos leva a seguinte reflexão:

    “IMAGINEM SÓ SE OCORRE COM UMA EMPRESA DESTE TAMANHO O MESMO QUE OCORREU COM O FRIGIRÍFICO INDEPENDÊNCIA A UNS DIAS ATRÁS??????????”

    Ou, melhorando a questão:

    “QUAL SERIA O NÚMERO DE PECUARISTAS LESADOS SE UMA EMPRESA DESTE TAMANHO QUEBRAR???????”

    Aqui na região conheço no mínimo 1 duzia de produtores lesados pelo Independência, sem esperança de receber o gado abatido.

    Na minha opinião todos devem ter cautela: entidades de classe, produtores, governo e todos ligados a atividade pecuária, pois já dizia o ditado:
    “QUANTO MAIOR O BICHO, MAIOR O TOMBO”