Mercado Físico Boi – 13/06/07
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Mercado firme: indicador e futuros têm altas fortes

O mercado do boi segue em valorização, com o indicador Esalq/BM&F subindo 1,55% na semana (R$ 56,90/@ à vista). O indicador de preços do bezerro no MS também subiu (0,28%), para R$ 426,06, levando a relação de troca para 1:2,20. Na semana o dólar caiu novamente (-0,89%), levando a arroba em dólares para US$ 29,28, historicamente um valor bastante alto. O mercado futuro indica novas altas, desde 29 de maio, o indicador está abaixo do contrato com vencimento em junho.

O mercado do boi segue em valorização, com o indicador Esalq/BM&F subindo 1,55% na semana (R$ 56,90/@ à vista). O indicador de preços do bezerro no MS também subiu (0,28%), para R$ 426,06, levando a relação de troca para 1:2,20. Na semana o dólar caiu novamente (-0,89%), levando a arroba em dólares para US$ 29,28, historicamente um valor bastante alto. O mercado futuro indica novas altas, desde 29 de maio, o indicador está abaixo do contrato com vencimento em junho, como pode ser observado no gráfico abaixo.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F e contrato futuro junho/07


No mercado físico a semana também foi de valorização, com alta em diversas regiões brasileiras. Os frigoríficos estão receosos em aumentar os preços pagos pelo boi gordo, uma vez que maiores preços podem não garantir maiores ofertas de animais para abate.

Tabela 2. Cotações do boi gordo, praças com alterações na semana


No atacado da carne bovina, os preços do dianteiro subiram, aumentando o equivalente físico em 1,16%. Com isso o spread (diferença) entre o equivalente e o indicador subiu, para R$ 5,72/@, diminuindo a margem bruta dos frigoríficos. Como não há perspectiva de grande aumento da oferta de bovinos, além de expectativa de preços muito superiores no futuro, o mais provável é que a carne aumente de preço no atacado. O preço máximo do equivalente físico desde janeiro/2005 foi de R$ 59,79/@, muito superior ao valor atual de R$ 51,18/@.

Tabela 3. Cotações no atacado de carne bovina


Gráfico 2. Spread entre indicador Esalq/BM&F e equivalente físico


As exportações continuam batendo recordes. Em maio/07, o Brasil aumentou suas exportações em mais de 30% em relação a abril/07. No acumulado do ano (jan-mai), o ano de 2007 está com valores 43% acima do mesmo período de 2006, que foi um ano recorde de exportações. A relação de troca calculada pelo BeefPoint, para estimar a margem bruta dos frigoríficos, está com a menor média nos últimos quatro meses. Isso indica que os frigoríficos estão reduzindo suas margens, devido a apreciação do real e ao aumento do preço do boi gordo. Mesmo assim, as exportações seguem em ritmo crescente. Leia o artigo completo em “Exportações de maio batem recorde, com US$ 355,74 milhões “.

Tabela 4. Exportações de carne bovina in natura


Para os próximos meses espera-se preços em dólares ainda maiores para o gado gordo. Resta saber se o mercado internacional irá responder a alta do preço do gado do principal país fornecedor, num cenário de mercado comprador e países fornecedores com restrição de oferta.

No mercado futuro, a semana foi novamente de forte alta, com o contrato para outubro/07 fechando a quarta-feira em R$ 63,85/@. Usando-se a cotação atual do dólar, isso equivale a US$ 32,85/@. O contrato para junho/07 está cotado em R$ 57,62/@, acima do indicador. Ou seja, o mercado acredita em valorização do preço do boi gordo no curto e médio prazo.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros do boi gordo (valores à vista)

0 Comments

  1. Rafael Botelho Silva disse:

    Graças a Deus, parece que vai melhorar! Por que, a reposição de bezerro o preço que tá, se esse boi não subir, estamos lascados.

    Eu recrio e vendo garrote, se o boi não tiver mais alto do que esse no ano que vem, vou ter prejuízos concerteza!

  2. Sergio May Pedreira disse:

    Bom dia, Miguel !

    Em Xinguara o boi gordo essa semana ficou em $45,00 (30 dias), com os frigoríficos praticamente sem escala, a vaca $39,00 no mesmo prazo. Continua tendo procura de novilhas por grandes fazendeiros, principalmente os recém chegados na região como o grupo Santa Barbara, que já estão com umas 200.000 cabeças. O bezerro entre $350,00 e $380,00.

    Abço

    Sergio May

  3. Antonio Carlos de Sousa Messias disse:

    Caro Miguel:

    De início, registro minha apreciação pela sua excelente análise mercadológica. Nos oferta números e dados de exatidão cartesiana.

    À parte a questão de super oferta de bois para abate, alta produção e produtividade na pecuária de corte, semi-cartelização dos frigoríficos, baixo consumo doméstico, pontuais dificuldades sanitárias – mazelas que acometem a pecuária brasileira – venho sugerir uma consideração que ainda não vi elaborada: me refiro ao dólar!

    Nestes meus 40 anos de pecuária, sempre utilizamos a cota de 20 dólares como referência de preço médio da arroba – chegando a US$ 18 é hora de comprar, batendo em US$ 22 é hora de vender – excetuando-se aí eventuais solavancos na cotação do dólar em função de fatos excepcionais na política monetária.

    Me ocorre uma observação: alguém já mensurou a inflação da economia americana e a desvalorização de sua moeda, ao longo do tempo? Em, por exemplo, 10 anos, a desvalorização acumulada do dólar pode chegar a 15 ou 20 %. até mais, a depender do período considerado.

    E, sem considerar a atual apreciação do real, mas apenas a inflação interna americana e a desvalorização do dólar entendemos que essa cota de aproximadamente US$ 20/@ se tornou irreal, sugerindo novo patamar o qual, no momento, uso para meus cálculos em torno de US$ 30/@.

    Levanto esta questão longe de afirmá-la como verdade definitiva, mas com o intúito de suscitar o debate.

    Cordialmente,

    Antonio Carlos de Sousa Messias

  4. Heleimar Aparecida Mendes disse:

    Quem cria e vende tem que rezar para que não ocorra redução na demanda. E para isto mais atenção deve ser dada a problemas como focos de febre aftosa, por exemplo. Tudo deve ser levado com cautela.

  5. Claudio Alberto Zenha Carvalho disse:

    A velha e boa lei da oferta e da procura finalmente promete preços melhores; tudo bem, só que, segundo os analistas, economistas e outros muitos “istas”, o boi para empatar com a poupança precisa ser vendido a R$ 80 a @. Será que o Lula vai deixar? Marreta no dólar, comida barata, “às nossas custas”, com o sacrificado, como sempre o produtor rural carregando o país nas costas.

  6. Germano Zaina Junior disse:

    Se analizarmos o cenário da carne no Brasil, nós pecuaristas não temos nada que comemorar, pois nosso produto final depende dos frigoríficos, que não fazem nem se quer a sua lição de casa.

    Casos como a suspensão da Rússia, embargos de outros países, aftosa, dólar baixo, só nos deixa como vidraças, que os frigoríficos organizados, estão só esperando para lançar a pedra e dizer que a culpa de tudo isso são os produtores.

    Até quando os pecuaristas vão ficar deitados em berço explendido.