Nesta semana, os frigoríficos continuaram enfrentando dificuldades nas compras, devido à oferta restrita de animais para o abate, e trabalhando com escalas curtas. Esta condição está diretamente relacionada às chuvas e boa disponibilidade de pastos, que dão mais força para o pecuarista na hora da negociação, e aos preços altos da reposição. Assim o mercado do boi gordo seguiu firme e arroba teve mais uma semana de alta.
Nesta semana, os frigoríficos continuaram enfrentando dificuldades nas compras, devido à oferta restrita de animais para o abate, e trabalhando com escalas curtas. Esta condição está diretamente relacionada às chuvas e boa disponibilidade de pastos, que dão mais força para o pecuarista na hora da negociação, e aos preços altos da reposição. Assim o mercado do boi gordo seguiu firme e arroba teve mais uma semana de alta.
Na quarta-feira, o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 79,17/@, acumulando variação de 1,37% no período analisado (10/03 a 17/03). O indicador a prazo teve alta de 1,10%, sendo cotado a R$ 79,78/@. Em março, a variação acumulada é de 1,41%.
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à prazo
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
Mercado futuro
Diante da firmeza do mercado físico, a BM&FBovespa também registrou alta na semana, com todos os vencimento apresentando valorização. Março/10 acumulou alta de R$ 1,06, fechando a R$ 79,14/@ na última quarta-feira. Os contratos que vencem em maio/10 fecharam a R$ 78,14/@, com variação positiva de R$ 0,98. Outubro/10, considerado o pico da entressafra e o contrato com maior número de negócio, apresentou alta de R$ 0,77, fechando a R$ 84,94/@ no último pregão.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 10/03/10 e 17/03/10
Mercado físico
Nas principais regiões pecuárias os compradores enfrentam situações parecidas, pouca oferta de animais gordos e dificuldade para alongar a escalas, assim o mercado do boi gordo seguiu firme durante a semana, e a expectativa é que continue assim podendo inclusive apresentar novos reajustes para os próximos dias.
A expectativa de abertura de novos mercados para a exportação e aumento da procura pela carne brasileira no mercado internacional tem gerado boas expectativas no mercado e deve garantir um 2010 melhor do que o ano passado.
Segundo o Cepea, apesar dos frigoríficos ofertarem valores ligeiramente maiores na compra da arroba, pecuaristas seguiram bastante resistentes em novos negócios. Outro fator que tem influenciado a decisão do pecuarista é a dificuldade em realizar a reposição, assim muitos aguardam esperando preços maiores para realizar suas vendas.
Tentando driblar a dificuldade na compra e evitar novas altas na cotação da arroba, frigoríficos paulistas têm focado na compra de animais em outros Estados, principalmente Mato Grosso do Sul e Goiás. Outra estratégia que está sendo adotada é o aumento da compra de fêmeas para completar as escalas e assim e muitas regiões o preço da arroba vaca também subiu.
Informantes do BeefPoint, que atuam no mercado sul matogrossense, mais especificamente na região de Campo Grande, afirmam que nos últimos meses grandes mudanças estão acontecendo na comercialização e destacam que hoje só se negocia animais para pagamento à vista.
O leitor do BeefPoint, Marcos Paulo Batista Ferreira, de Luziânia/GO, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que na sua região o boi gordo está sendo negociado a R$ 72,00/@, com pagamento em 30 dias.
Dariane Laufer, comenta que em Itaporã/MS, os frigoríficos estão ofertando R$ 70,00/@ em lotes de boi gordo.
Mario Saraiva Gomes de Macedo, da Coorreta, informou que em Santa Maria/RS, o boi gordo está sendo negociado a R$ 72,00/@, com prazo de 30 dias, livre de Funrural. “Vale salientar que a diferenciação por qualidade, faz com que o produtor receba até 9% a mais nos bois certificados para o Programa de Carne Angus, por exemplo, onde se consegue R$5,30 o Kg de carcaça fria, ou R$ 79,50/@”, comenta Macedo. Sobre o mercado de animais magros ele ressalta, “existe bastante oferta de reposição, com pouca demanda por causa dos preços pretendidos, que chegam a R$3,00 o kg por terneiro”.
Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.
Na tentativa de desenvolver novos modelos de comercialização e melhorar a transparência das negociações, a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), controlada pela BM&FBovespa, lança um novo sistema eletrônico de comercialização de gado bovino no país. A Bolsa de Carnes do Brasil tentará gerar um ambiente confiável no setor ao instituir um modelo de depósito antecipado e promover a conciliação de conflitos por meio de arbitragem interna.
“Daremos mais credibilidade aos negócios com juízo arbitral e o peso da BM&FBovespa, com transparência e segurança”, comentou o presidente do conselho da BBM, Joaquim da Silva Ferreira.
O novo modelo deve dar mais segurança de recebimento do dinheiro a pecuaristas em caso de problemas financeiro nos frigoríficos, como ocorreu na onda de processos de recuperação judicial. Além disso, permitiria um planejamento de médio e longo prazos na escala de engorda e a redução de custos operacionais da bolsa, como ajustes diários e de margens. Aos frigoríficos, o sistema daria regularidade de oferta, planejamento das escalas de abate e melhor utilização da capacidade industrial. A bolsa ganharia mais liquidez, geraria novos negócios e se consolidaria como opção real para unir as pontas do mercado físico ao mercado de opções e futuros.
A BBM prevê que o preço da mercadoria será inicialmente definido pelo pecuarista, que fixará o preço futuro do boi sem os custos do mercado. “Quem se posicionará no mercado futuro será o frigorífico. Cada registro a termo exigirá uma posição futura na bolsa”, diz o diretor de Novos Produtos da BBM, Edílson Alcântara. A indústria só poderá retirar o gado dos currais se o dinheiro estiver na conta de liquidação da BBM. De quebra, será possível organizar o mercado físico de gado e estimular operações no mercado futuro.
As partes parecem apostar no sucesso do sistema. “É interessante, mas para saber se é bom ou ruim, temos que experimentar”, diz o presidente do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira. “Dá para vender realmente antecipado, porque hoje a venda à vista demora 48 horas”. As indústrias também aprovam a iniciativa. “É uma nova forma que atende bem ao setor, mas ainda precisa de alguns ajustes”, afirma o presidente da associação dos frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar. “Mas ajuda a quebrar o gelo nas relações comerciais”. Clique aqui para ler mais sobre o assunto.
Atacado
Segundo o Boletim Intercarnes as oscilações de preço no mercado da carne bovina seguem crescendo, com os compradores pressionando por recuos nos preços. As ofertas seguem sem volumes expressivos, mas atendem a demanda que está retraída, com vendas em ritmo lento no varejo. A tendência é de estabilidade nos preços, apesar da pressão de baixa que deve se acentuar, devido ao consumo tipicamente menor no final do mês.
No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 6,10, o dianteiro a R$ 4,20 e a ponta de agulha a R$ 3,70. O equivalente físico apresentou recuo de 1,69% na semana, sendo calculado em R$ 75,71/@ na última quarta-feira. Com a valorização dos preços do boi gordo e retração nas cotações da carne vendida no atacado, o spread (diferença) entre indicador e equivalente voltou a subir ficando em R$ 3,47/@.
Tabela 2. Atacado da carne bovina
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico
Reposição
O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 651,80/cabeça, com valorização de 1,14% na semana. Na parcial de março, até o dia 17, este indicador apresentou variação positiva de 5,30%.
Diante desta valorização, a relação de troca ficou em 1:2,00, abaixo do desejado pelos pecuarista, que tem reclamado muito nos últimos dias da relação desfavorável no momento, mas melhor do que no mesmo período do ano passado.
Informantes do BeefPoint, que atuam no mercado paulista, comentam que quem precisa de animais para reposição consegue encontrá-los com relativa facilidade. O problema é que em muitos casos os preços são altos e desanimam os recriadores, que preferem segurar um pouco mais seus lotes de boi gordo, esperando uma melhora na relação de troca.
Leia mais sobre o mercado de reposição.
Técnicos da UE aprovam Sisbov
“As visitas aos estabelecimentos (frigoríficos e propriedades rurais) habilitados à exportação de carne bovina in natura para a União Europeia nos permitem concluir que o sistema dá garantias quanto ao registro, controle, identificação e inspeção dos animais e seus produtos. Confiamos no Sistema Brasileiro de Certificação Sanitária.” A afirmação é do chefe da Missão do Escritório de Alimentação e Veterinária da União Europeia (FVO, sigla em inglês), Joergen Alveen, que participou de reunião final, nesta segunda-feira (15), em Brasília.
Para o secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, as considerações dos representantes do bloco europeu mostram o restabelecimento da confiança no sistema brasileiro. “Sempre trabalhamos para cumprir os acordos firmados, o que nos confere a credibilidade dos 180 países para os quais exportamos produtos agropecuários”, destaca.
Ao longo de duas semanas, a equipe do FVO avaliou o sistema de rastreabilidade em vigor (Instrução Normativa Nº 17/2006) e ainda debateu a proposta de alteração das normas operacionais do Sistema de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), que esteve em consulta pública entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010. “Antes de qualquer mudança tudo será testado em projeto piloto nas propriedades representativas do sistema produtivo nacional. Entre os pontos definidos para o novo sistema estão o acesso direto dos produtores à base de dados, sem intermediação das certificadoras e a integração dos sistemas de controle”, explica o diretor de Programas da Área Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, Márcio Rezende.
A missão da União Europeia visitou nove propriedades em seis estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. O envio do relatório europeu e os comentários brasileiros seguirão o procedimento normal estabelecido para missões do FVO. “Sem dúvida, o nosso principal mercado é o consumidor brasileiro, embora exportemos nossos produtos para dezenas de países. Sendo assim, essas missões de inspeção contribuem para que a população do nosso País e também dos mercados importadores, ao adquirir alimentos com certificação brasileira, tenha a garantia da sua qualidade”, finaliza Kroetz.
Stephanes deixa ministério no início de abril
A cotação de nomes técnicos para substituir o ministro Reinhold Stephanes agrada o setor. Ele deixa o cargo em 1º de abril para concorrer a uma vaga de deputado federal pelo Paraná. Entre as especulações, os destaques são o secretário executivo do Ministério da Agricultura (Mapa), Gerardo Fontelles, e o presidente da Conab, Wagner Rossi.
A preocupação do setor é que não prevaleçam critérios políticos na escolha. O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, adota uma postura diplomática. “Tanto um quanto o outro atenderão as expectativas dos produtores.” Para ele, as características de trabalho dos nomes apontados facilitarão o diálogo e permitirão dar continuidade à postura que Stephanes adotou durante seu mandato.
A atuação direta no Mapa seria o ponto mais favorável a Fontelles. Além disso, o presidente Lula sinalizou que deseja uma solução técnica, ou seja, a posse do atual secretário executivo. Assessores do Planalto ressaltam que é difícil garantir que essa solução seja definitiva, embora a tendência seja a de manter a orientação inicial do presidente.
Contra Rossi pesam as investigações que o Tribunal de Contas da União (TCU) faz na estatal, embora o dirigente afirme que os atos sob fiscalização não se refiram a sua gestão na Conab. Ele se declarou feliz com a possibilidade de assumir o Ministério da Agricultura após o desligamento de Stephanes.
Como medir a produtividade?
Nesta semana demos início a uma discussão sobre quais métricas e indicadores devem ser adotados pela pecuária brasileira para avaliar a sua produtividade e direcionar ações em busca da melhoria constante.
Entendemos que medir o desempenho da atividade é essencial para avaliar se a produção está no caminho certo, para definir metas e auxiliar o produtor na tomada de decisão.
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