O mercado do boi continuou firme durante a semana. Não houve grandes alterações nos valores para a arroba dos bois não rastreados, que ficou em R$ 56 em várias praças. Já a arroba do boi rastreado bateu a casa dos R$ 58, com indicação de que ainda pode subir mais.
A elevação aconteceu apenas para bois rastreados, que ainda estão difíceis de encontrar em função da quarentena, determinada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A arroba do boi rastreado foi negociada em R$ 58 durante a semana no Paraná e em São Paulo, sem muita diferença entre as praças, segundo informações do analista da Scot Consultoria, Fabiano Tito Rosa. Na quarta-feira (06) ele informou que a arroba estava sendo negociada a R$ 58 e que a perspectiva era de mais valorização diante da escassez de animais prontos para abate e, principalmente, aqueles para atender as cotas de exportação.
Além de ser entressafra, a oferta de animais rastreados é pequena. Em janeiro o Brasil tinha 1,5 milhão de animais rastreados. O Mapa divulgou na semana passada que 7,2 milhões já estão rastreados, informou Rosa. O problema, segundo o analista, é que a maioria desses animais não está pronta para abate. São animais de confinamento e semiconfinamentos que ainda não estão terminados.
O cenário também é influenciado pela variação do dólar. Se a moeda americana subir muito, além dos R$ 3, as exportações deverão aumentar e, conseqüentemente, a procura por animais rastreados.
Além de ser entressafra, o boi ainda ter que ser rastreado e quem tem boi pronto, rastreado, está segurando para conseguir preço melhor, considerou Rosa.
Há quem aposte, segundo o analista, que os frigoríficos vão pagar mais pela arroba, caso não encontrem animais prontos em quantidade suficiente para cumprir compromissos de exportação. ”Sorte de quem rastreou antes e que agora está dentro da quarentena”.
O cenário é todo do boi gordo. Nas outras categorias de animais o mercado trabalha estável. Na reposição a procura maior é pelo animal erado. Como o milho teve queda de preço, tem muito pecuarista entusiasmado em confinar. Já o mercado para animais mais jovens tem demanda fraca.
Com relação a preços para o pico da entressafra, a continuar a forte procura pela inclusão no Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov), Fabiano Rosa, mantém a tendência de R$ 65 para a arroba no período.
Essa previsão, segundo ele, aliás, despertou maior interesse este ano pelo confinamento. Um estudo da Scot Consultoria considerou custo médio, em São Paulo, para R$ 57,50 a arroba do boi confinado. Pensando na arroba em R$ 65 o sistema deverá trazer lucratividade. Com a queda no preço do milho ainda tem gente que deverá fechar animais até setembro.
Fonte: Folha de Londrina/PR (por Cláudia Barberato), adaptado por Equipe BeefPoint