O mercado boi gordo segue com as negociações em ritmo lento na maioria das regiões e continua a queda de braço entre pecuaristas e frigoríficos. A arroba teve uma semana de alta, com o indicador a prazo sendo cotado a R$ 77,11/@ e registrando variação acumulada de 0,31%.
O mercado boi gordo segue com as negociações em ritmo lento na maioria das regiões e continua a queda de braço entre pecuaristas e frigoríficos. Conforme já ressaltamos aqui no BeefPoint, a oferta de boi gordo e o ânimo do compradores se mostra equilibrado. Mesmo sem apresentar um volume excessivo de compras, os frigoríficos seguem pressionando os preços já que o mercado de carne trabalha em ritmo lento e a demanda se mostra fraca.
As chuvas têm colaborado para manter esse equilíbrio na oferta de boi gordo, já que na maioria das regiões os pastos estão em boas condições dando espaço para os pecuaristas segurarem seus animais e negociarem preços melhores. Em outros casos, a chuva foi tanta que as estradas estão intransitáveis e fica difícil ou quase impossível enviar lotes para os frigoríficos, é o caso de algumas regiões do MS.
O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 76,20/@ nesta quarta-feira, com valorização de 0,87% na semana. No período de 20 de janeiro até ontem (27/01), o indicador a a prazo registrou variação acumulada de 0,31%, sendo cotado a R$ 77,11/@.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
Segundo o InfoMoney, diante do clima instável nos mercados, o dólar segue em trajetória positiva, fechando esta quarta-feira (27) com forte alta, fechando a R$ 1,8505 (Dólar comercial compra PTAX) sua máxima desde o dia 3 de setembro de 2009, quando encerrou a R$ 1,8694.
Nesta sessão, o clima de apreensão predominou à medida que os anúncios das decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) e do Fomc (Federal Open Market Committee), acerca do futuro das políticas monetárias brasileira e norte-americana, se aproximavam.
Além da decisão a ser anunciada pelo Fed, a agenda de indicadores da principal economia do mundo mostrou que o número de vendas de casas usadas em dezembro ficou abaixo do esperado. O resultado apresentado de 342 mil ficou aquém dos 366 mil esperados pelos analistas. O número também mostrou-se inferior àquele revisado de novembro, que foi de 370 mil casas.
Com a cotação de ontem, a moeda americana acumulou variação de 3,69% na semana e o valor da arroba do boi gordo recuou para US$ 41,18.
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista, em R$ e US$
A MCM Consultores Associados revisou suas estimativas para o dólar em 2010, elevando a taxa de câmbio esperada ao final do ano de R$ 1,75 para R$ 2,00. Segundo a consultoria, pressões tanto no âmbito interno quanto no externo têm ganhado forças nesse começo de ano, contribuindo para o crescimento da aversão ao risco dos investidores.
No front doméstico, a equipe de análise da MCM destaca o aumento no déficit em conta-corrente e a forte deterioração fiscal promovida pelo governo federal ao longo de 2009, fatores que têm contribuído para aumentar a necessidade de financiamento externo. “A necessidade de financiamento externo em 2010 será bem superior ao que se previa há alguns meses”, diz a consultoria. A MCM também ressalta o fator volátil existente em ano de eleição, assim como a expectativa de que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresça em torno de 5% em 2010.
Passando do âmbito interno para o externo, a consultoria responsável pelo relatório aponta três fatores – um nos EUA, um na Europa e um na China – que têm ajudado a elevar a aversão ao risco nos mercados. Na Europa, as dúvida vêm da recuperação dos países do velho continente, como Alemanha, Grécia e Portugal. Nos EUA, o motivo de cautela gira em torno das medidas de Obama contra o setor financeiro. Já na China, a consultoria aponta a recente decisão do governo de limitar as operações de crédito no país como forma de arrefecer o crescimento da demanda interna. Segundo sua análise, essa medida foi interpretada pelos mercados “de maneira exagerada” como um sinal de enfraquecimento da principal economia emergente do mundo.
“Tudo isso deve levar ao aumento da percepção de risco, a um ajuste para baixo dos preços de certos ativos e à apreciação do dólar, visto ainda como o porto mais seguro em tempos de incerteza e turbulência”, concluem os analistas da MCM, justificando a elevação da taxa de câmbio esperada em 2010.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (27), manter a taxa Selic em 8,75% ao ano, nível em que se encontra desde julho do ano passado. A decisão dos membros do Copom foi unânime. A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e no início de 2009 estava em 12,75% ao ano.
Esse resultado da primeira reunião do Copom neste ano já era amplamente previsto pelo mercado. Na opinião da maioria dos especialistas, nem a inflação, nem a recuperação da atividade econômica justificam uma mudança neste momento. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 16 e 17 de março.
No mercado físico existe um sentimento de redução de oferta de animais para o abate, que foi acompanhado de uma “pisada no freio” por parte dos compradores e assim os negócios seguem com lentidão se refletindo em poucas compras, escalas mais curtas e pouca alteração no preço da arroba.
De acordo com as pesquisas do Cepea, “ainda tomando como base o fraco desempenho das vendas internas e externas, frigoríficos mostraram-se resistentes a abrir preços maiores pela arroba, mesmo que tenham que trabalhar com escalas bastante curtas. A oferta também foi limitada, sobretudo pelo baixo interesse de pecuaristas em negociar nos atuais patamares de preços. Nesse contexto, grande parte das unidades de abate ainda tentava agendar lotes para esta semana”.
Murilo Borges, leitor do BeefPoint de Campo Grande/MS, nos enviou o seguinte comentário: “na praça de Campo Grande os frigoríficos estão tentando comprar bois no preço de arroba de R$ 69, mas não estão conseguindo fazer escala. Os invernistas não podem vender por menos porque a relação de troca com o bezerro esta muito apertada”. Ele completa informando que na sua região, o mercado de gado magro se mostra bastante aquecido.
Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição – uma iniciativa do BeefPoint em parceria com a Bayer – para informar preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.
Mesmo registrando forte retração nesta quarta-feira, a BM&FBovespa teve uma semana de alta com todos os vencimentos apresentando valorização no período analisado. O primeiro vencimento, janeiro/10, fechou a R$ 76,24/@ no último pregão, com alta de R$ 1,20 na semana. Outubro/10 registrou variação positiva de R$ 0,64, fechando a R$ 80,50/@.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 20/01/10 e 27/01/10
Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 27/01/10
Segundo o Boletim Intercarnes, a demanda segue praticamente inalterada, observando-se apenas especulações, graças a efetiva retração nas vendas do varejo. As ofertas de carne c/ osso seguem regulares, porém com volumes inferiores a semana passada. A tendência continua indefinida, mas os preços devem se estabilizar, devendo apresentar maior definição somente na próxima semana com a virada e início do mês,onde a expectativa é de um melhor equilíbrio.
No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 6,30, o dianteiro a R$ 3,50 e a ponta de agulha a R$ 3,20. O equivalente físico apresentou valorização de 3,76% na semana, sendo calculado em R$ 72,08/@ nesta quarta-feira. O spread (diferença) entre indicador e equivalente recuou para R$ 4,13/@.
Tabela 3. Atacado da carne bovina
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico
Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 611,81/cabeça, registrando um recuo de 0,21% na semana. Em relação ao mesmo período do ano passado a variação acumulada é de -3,24%. Com os indicadores de boi gordo (+0,87%) e de bezerro (-0,21%) andando para lados opostos, a relação de troca subiu para 1:2,06.
Gráfico 4. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista x relação de troca (boi gordo de 16,5@ por bezerros)
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Com relação ao mercado da reposição,quando meu amigo Murilo Borges diz que a relação de troca pelo bezerro está apertada,é sinal que a demanda é maior que a oferta,e se os invernistas não estão vendendo boi gordo,e a demanda continua ,é porque existem compradores que tem outros parâmetros,o dinheiro do invernista só vem do boi gordo,o do criador nem sempre.O dinheiro que compra o bezerro ou a bezerra,pode vir da venda de uma casa,de um carro,de um apartamento,de uma boa colheita,de um comércio,e até mesmo de um sortudo ganhador da mega sena e etc..etc..e etc.Mas nem todas as portas estão fechadas para o invernista,não existe motivo para desespero,temos aí uma oferta de garrote e boi erado que convida o boiadeiro para um bom negócio,vender um boi gordo,comprar um boi magro,colocar um troco no bolso e esperar a poeira abaixar,afinal,é melhor ter um boi ganhando peso no pasto,já que o pasto tá bom,do que um boi parado esperando preço,e nada melhor do que incentivar o seu fornecedor sem mexer no seu bolso,deixa o criador aproveitar o momento,assim ele aumenta a cria e amanhã será a sua vez.
Um abraço