Durante a semana o indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista apresentou recuo de 0,15%, sendo cotado nesta quarta-feira a R$ 94,12/@. Já o indicador a prazo apresentou variação positiva de 0,02%. A oferta de animais não deu sustentação às pressões baixistas dos frigoríficos e com o recuo das cotações o mercado travou e poucos negócios foram efetivados a preços mais baixos.
Durante a semana o indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista apresentou recuo de 0,15%, sendo cotado nesta quarta-feira a R$ 94,12/@. Já o indicador a prazo apresentou variação positiva de 0,02%. A oferta de animais não deu sustentação às pressões baixistas dos frigoríficos e com o recuo das cotações o mercado travou e poucos negócios foram efetivados a preços mais baixos.
Sem conseguir comprar um número satisfatório de animais, a maioria dos frigoríficos precisou negociar e pagar preços mais altos do que os ofertados no início da semana. Ontem (02/07), as cotações de boi gordo divulgadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Esalq/USP) voltaram a subir, com o indicador à vista valorizando R$ 0,15 e o indicador a prazo variando positivamente R$ 0,17.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
Em São Paulo e no resto do país a situação é bastante parecida e os negócios seguem lentos na maioria das praças. Frigoríficos paulistas que conseguiram comprar animais de fora do estado e alongar suas escalas saíram do mercado para esperar melhor definição do mercado de carne e da oferta de boi, em muitas regiões os frigoríficos trabalham com grande ociosidade. Mas tudo indica que a oferta não deve se alterar muito no curto prazo, mantendo o mercado firme.
As indústrias, invariavelmente, reclamam que o preço da carne está muito ruim dificultando as operações. Comenta-se muito que o preço está muito alto, as vendas no varejo estão fracas e que o fator substituição (troca da carne bovina por outras fontes de proteína pelo consumidor final) já começa a afetar o consumo. Apesar disso os preços começam a se recuperar e o mercado está um pouco mais enxuto, proporcionando novas altas nas cotações do atacado.
No atacado da carne bovina, os três cortes primários apresentaram valorização durante a semana, fazendo o valor equivalente físico subir 2,59%, na semana, sendo calculado em R$ 82,53/@. Durante o período analisado o traseiro teve variação positiva de 1,67%, enquanto o dianteiro e a ponta de agulha subiram 4,08% e 2,27%, respectivamente. O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente físico ficou em R$ 11,59/@.
Segundo o Boletim Intercarnes, mercado segue mais ativo e especulativo no tocante a procura, em relação aos últimos dias, visto que ofertas estão mais escassas (não havendo falta especifica). Especificamente para dianteiros a procura aumentou, e os preços estão em recuperação. Na carne desossada, as ofertas seguem a níveis regulares, com melhor procura e preços estáveis.
Tabela 2. Cotações do atacado da carne bovina
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 25/06/08 e 02/07/08
“A volatilidade dos principais mercados agropecuários tem atraído mais investidores”, diz Ivan Wedekin, diretor de produtos do agronegócio e energia da BM&FBovespa. “Há um choque de demanda no mundo, e isso tem puxado os preços para cima”.
Na ponta de compra, os investidores institucionais, entre os quais estão os fundos, responderam por 22,7% dos negócios em junho. Um ano antes, essa fatia foi de 17,1%. Pessoas jurídicas não-financeiras, categoria representada por frigoríficos e empresas ligadas à cadeia produtiva, caíram de 31,2% para 23,2%. Nesse cenário, a participação de quem efetivamente produz ficou diluída.
Na reposição os preços continuam valorizados apesar de um leve aumento na oferta de bezerros. Agentes que atuam nesse mercado comentam que no momento existe um número maior de bezerros desmamados sendo ofertados, mas mesmo assim os preços ainda são altos e a procura também é grande. Porém, quando se fala em garrotes mais erados e bois magros a situação é diferente, ou seja, este produto está em falta no mercado e alguns confinadores estão tendo dificuldades para cumprir as metas previstas no início do ano.
Segundo o leitor do BeefPoint, Manoel Torres Filho de Tupi Paulista/SP, na região o mercado de reposição está calmo. “Não se vê muita correria, talvez seja pelo fato de estarmos já na seca e os pastos já estão secando, ou pelo pecuaristas estarem preocupados com recuo do preço da arroba na semana passada. eu acredito que a escalada do preço da arroba do boi ainda não parou, como todo mundo sabe, com a matança de matrizes nos anos anteriores – que ainda continua – contribuiu para a falta de boi, e o bezerro que falta hoje, é o boi que vai faltar amanhã”, comenta.
O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 749,85/cabeça, alta de 0,86%, na semana. A relação de troca está em 1:2,07.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista x relação de troca