O aumento da competitividade da região através de desvalorizações da moeda no Brasil e Argentina, juntamente com forte demanda internacional pelo produto levou a um aumento das vendas de carne bovina do Mercosul.
No primeiro trimestre de 2019 os quatro países do bloco exportaram 572 mil toneladas de carne in natura, 33 mil toneladas a mais do que nos mesmos meses de 2018, um crescimento de 6,1%. Além disso, esse é o maior volume dos últimos anos do período.
A fraqueza da demanda interna devido às dificuldades econômicas no Brasil e fundamentalmente na Argentina leva a mais produtos disponíveis para venda a clientes no exterior. A região ganhou competitividade, principalmente no caso argentino, via desvalorização da moeda.
Essa maior disponibilidade é atendida com uma demanda internacional muito ávida, principalmente no caso da China, devido a sua grande demanda por proteína animal para cobrir o buraco deixado pelo abate de milhões de suínos em uma tentativa de deter o avanço do Peste suína africana.
O valor médio da região no trimestre contraiu um pouco mais que US $ 300 por tonelada (6,8%) em relação aos mesmos meses de 2018, para US $ 4.197 por tonelada de peso de embarque. Em parte, esse declínio se deve a um peso relativo maior de remessas de menor valor. O aumento é quase exclusivamente devido ao aumento das vendas para a China, enquanto as compras europeias, com um valor unitário mais alto, foram mantidas nos mesmos volumes.
Mas existe também a possibilidade de os exportadores brasileiros e fundamentalmente argentinos reduzirem seus preços de venda, mantendo boas margens de lucro devido à queda do preço da matéria-prima em dólares, devido à desvalorização já mencionada.
A expectativa para o resto do ano é de que o mercado ganhe força, enquanto não se supõe que a oferta brasileira mantenha a trajetória de crescimento nem que a demanda chinesa diminua.
Fonte: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.