O Mercosul, incluídos Chile e Bolívia, exigirá da Organização Internacional de Epizootias (OIE) uma classificação especial dos países que tiveram ou têm a doença da ‘vaca louca’ (Encefalopatia Espongiforme Bovina – EEB) na hora de comercializar a carne.
Este foi um dos pontos tratados durante a 4ª reunião do Comitê Veterinário Permanente do Cone Sul, realizada no Paraguai. Segundo o presidente do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina, Jorge Amaya, para os países desenvolvidos, parece que ter EEB “não é mais do que um resfriado”, enquanto que ter febre aftosa “é como um câncer”, quanto esta última não é uma zoonose (doença animal transmitida a seres humanos) e a primeira é.
Como conseqüência, o Comitê Veterinário Permanente apresentará uma posição conjunta (Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia) na próxima reunião da OIE para que seja classificado o nível que corresponde os perigos de enfermidades nos países e aos controles destas enfermidades, neste caso, a EEB. “Vamos trabalhar muito fortemente em conjunto para defender os direitos que nos correspondem por ser uma área que atualmente está em muito boas condições sanitárias e livre desta doença”.
A solicitação concreta é que, as cinco categorias de risco sejam reduzidas para três – risco insignificante, risco controlado e risco indeterminado. “O que estamos vendo é que os países que têm a doença estão facilitando tudo para que não se veja esta enfermidade como um limitante para o comércio. Então, começam a fazer certos tipos de classificações, tais como, em curto prazo (sete anos em alguns casos), países que tenham tido a enfermidade, poderiam estar nas mesmas condições que estamos nós agora na região. Mas as nossas condições não são comparáveis com as condições destes países, porque nós não tivemos a doença e nem a temos”, disse Amaya.
Na reunião também foi destacado o fato de que deve ser validada a condição sanitária de “livre de aftosa” à região que engloba desde o sul do Amazonas até Tierra del Fuego (Chile e sul argentino sem vacinação, e o resto com vacinação) com um rebanho bovino de mais de 260 milhões de cabeças que fazem desta parte do planeta a melhor e maior zona de produção bovina do mundo.
Participaram da reunião Héctor Galleguillos, diretor do Serviços Agrícolas e Pecuários (SAG) do Chile; Ernesto Salas, chefe nacional de Sanidade Animal da Bolívia; Jorge Caetano, diretor do Departamento de Defesa Animal do Brasil; Francisco Muzio, diretor do Serviços Pecuários do Uruguai; Jorge Amaya, presidente do Senasa da Argentina; e o anfitrião, Hugo Corrales, presidente do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (SENACSA) do Paraguai.
Fonte: ABC – Paraguay, adaptado por Equipe BeefPoint