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Mercosul terá cota de 100 mil toneladas para UE

Representantes do setor de carne dos países do Mercosul chegaram a um acordo prévio para repartir a cota adicional do produto que poderá ingressar na União Européia caso seja concluído o acordo de livre comércio. Na sexta-feira passada, em Buenos Aires, representantes de entidades setoriais ligadas à produção e industrialização da carne dos quatro países do bloco definiram como será dividida a cota adicional de 100 mil toneladas anuais da chamada cota de Hilton oferecida pelos europeus.

Segundo informações da Conferencia Rural Argentina (CRA), uma das entidades que esteve representada na reunião, ficou acertado de que o Brasil ficará com 42% da nova cota, 29,5% irá para a Argentina, 11,5% para o Uruguai e 7% para o Paraguai.

Benito Legeren, presidente da CRA, qualificou a oferta da EU como positiva, embora considere que ela ainda pode ser melhorada e está longe da reivindicação do Mercosul, que é exportar 300 mil toneladas anuais de carne dentro desta cota. Segundo ele, por enquanto os europeus concordam em ceder uma cota de 100 mil toneladas que entraria em vigor a partir de janeiro do ano que vem, com um aumento anual de mais 10 mil toneladas nos próximos cinco anos. “Nossa meta é alcançar 5% do consumo, o que levaria a exportações a 315 mil toneladas”, disse Legeren.

Segundo o dirigente, a oferta da EU prevê que a nova cota seja somada ao que o Mercosul já exporta em cortes Hilton, que totalizam 40 mil toneladas anuais. A cota anual beneficia majoritariamente a Argentina, que tem direito de vender 28 mil toneladas por ano, contra apenas 5 mil toneladas do Brasil.

Para o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, o acordo firmado entre os dois países é histórico. “É natural que o Brasil tenha a maior fatia, já que temos o maior rebanho”, afirma. Ele acrescenta que está em estudo também a formação de uma associação dos produtores de carne do Mercosul.

O dirigente da Abiec explica que o acordo será regulamentado nas próximas semanas. Uma das cláusulas deixará claro que a cota é do Mercosul. Portanto, se algum país estiver impedindo de exportar, os outros ocuparão o seu espaço.

Fonte: Valor, adaptado por Equipe BeefPoint

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