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Mesmo com escalas curtas frigoríficos pressionam

Apesar da oferta curta e da relativa aversão do pecuarista a vender nos preços atuais, nesta semana os preços da arroba em São Paulo recuaram. De um lado os frigoríficos trabalham com escalas curtas, mas seus compradores evitam reajustar os preços alegando que o atacado da carne segue fraco. Do outro os pecuaristas evitam vender nos preços ofertados e seguram o máximo que podem seus lotes de boi gordo.

Apesar da oferta curta e da relativa aversão do pecuarista a vender nos preços atuais, nesta semana os preços da arroba em São Paulo recuaram. Este movimento pode ser explicado pela intensificação das contas em outros Estado pelos grandes frigoríficos tirando um pouco da pressão altista no mercado paulista.

De maneira geral, mercado segue em ritmo lento. De um lado os frigoríficos trabalham com escalas curtas, mas seus compradores evitam reajustar os preços alegando que o atacado da carne segue fraco. Do outro os pecuaristas evitam vender nos preços ofertados e seguram o máximo que podem seus lotes de boi gordo, já que as chuvas estão mantendo as pastagens em boas condições.

Nesta semana (24/02 a 03/03), o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista teve desvalorização de 0,49%. O indicador a prazo foi cotado a R$ 77,97/@, com variação negativa de 0,73%.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

A moeda americana voltou a recuar nesta semana e terminou a quarta-feira valendo R$ 1,7838 na compra (PTAX), com retração de 1,96% no período analisado. Com esta desvalorização a arroba do boi gordo em Dólares subiu para US$ 43,20 (+ 1,50%).

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista em R$ e US$

O leitor do BeefPoint Anderson Garcia, de Nova Monte Verde/MT, informou através do formulário de cotações do BeefPoint, que na sua região o boi gordo está sendo negociado a R$ 66,00/@, para pagamento à vista e a vaca gorda é cotada a R$ 62,00/@.

Silvia Layse Mendes Machado, informou através do formulário de cotações do BeefPoint, que em Janaúba/MG, o frigorífico está ofertando R$ 68,00 pela arroba do boi gordo, para pagamento com 30 dias de prazo.

Fernando Silveira Ferolla, de Macaé/RJ, comentou, “aqui no RJ os negócios se mantem estáveis com alguns pequenos compradores forçando uma baixa para valores inferiores a R$ 70,00, apesar dos frigoríficos ainda fazerem negócios em torno de 70,00 – 72,00”.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

A BM&FBovespa também registrou queda durante a semana. As exceções foram os contratos de setembro/10 (estável) e novembro/10 (+R$ 0,21), porém o volume de negócios para estes dois vencimentos foi muito baixo. Março/10 fehou a R$ 77,34/@ na quarta-feira, com desvalorização de R$ 0,81. Os contratos que vencem em outubro/10 tiveram recuo de R$ 0,69, fechando a R$ 83,07/@ no último pregão.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 24/02/10 e 03/03/10

Segundo o Boletim Intercarnes, o mercado da carne bovina segue trabalhando em ritmo lento, observando-se porém aumento da especulação visando compras para o final de semana, gerando melhores expectativas quanto ao aumento da demanda. As ofertas seguem apenas regulares com volumes mais retraidos, não havendo falta especifica de mercadoria. Os negócios com dianteiros seguem mais firmes e a procura por estes cortes tanto no mercado interno quanto na exportação é maior. A tendência é que a oferta continue reduzida tornando os preços mais firmes.

No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 6,20, o dianteiro a R$ 4,00 e a ponta de agulha a R$ 3,40. O equivalente físico registrou retração de 0,88% na semana, sendo calculada em R$ 74,67/@, na última quarta-feira. Diante desta retração o spread (diferença) entre indicador e equivalente aumentou, ficando em R$ 2,39/@, abaixo da média dos últimos 12 meses que é de R$ 3,48/@.

Tabela 2. Atacado da carne bovina

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Segundo Manoel Torres Filho, de Tupi Paulista (região oeste de São Paulo), o mercado segu ena mesma e a procura por reposição está calma. “Acredito que está acontecendo o mesmo em todo lugar, o invernista está vendendo aos poucos, esperando por uma alta da @ do boi gordo, com muita chuva o pasto ainda está bom. O que melhorou foi a procura por fêmeas, muitos estão engordando novilhas já que a diferença da @ entre boi e vaca (novilha) é muito pequena”.

O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 622,74/cabeça, nesta quarta-feira, com valorização de 3,58% na semana. Com o indicador de boi gordo em baixa, a relação de troca recuou para 1:2,04.

Exportação de carne bovina in natura

Em fevereiro os exportadores brasileiros enviaram ao exterior 74.300 toneladas de carne bovina in natura, responsáveis pela receita de Us$ 265 milhões. Em relação ao mês de janeiro a receita divulgada pelo MDIC foi 9,92% superio e o volume cresceu 10,85%.

Frente ao mesmo período de 2009, a receita da exportações do mês passado aumentou 42,57%, enquanto o volume embarcado foi 12,59% maior. Estas variações evidenciam a valorização do produto brasileiro no mercado internacional.

Tabela 3. Exportações brasileiras de carne bovina in natura

Apesar da variação negativa em relação aos valores de janeiro de 2010, preço médio da carne bovina in natura exportada (US$ 3.567/tonelada) sofreu acréscimo de 26,63% frente ao registrado em fevereiro de 2009.

Gráfico 4. Preço médio da carne bovina in natura exportada

Estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aponta que soja, carne de frango, açúcar, etanol, algodão, óleo de soja e celulose serão os produtos com maior potencial de crescimento nos próximos onze anos. A pesquisa realizada pela Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) indica cenários de produção, participação no mercado mundial, exportação e consumo de 23 produtos da pauta agropecuária do País.

As carnes bovina, suína e de aves deverão ter aumento de produção em torno de 37,8%, incremento de 8,4 milhões de toneladas. De acordo com a pesquisa, o crescimento agrícola no Brasil deve ocorrer com base na produtividade. Os resultados revelam maior acréscimo da produção agropecuária que de área plantada.

Segundo o Mapa, a produção nacional de carnes deverá suprir, até 2020, 44,5% do mercado mundial. “Haverá expressiva mudança de posição do Pais no mercado internacional. A relação entre as exportações brasileiras e o comércio mundial mostra que, em 2019/2020, as vendas de carne bovina representarão 30,3% do mercado, contra os 25% atuais. A participação da carne suína passará de 12,4%, em 2009/2010, para 14,2%, em 2019/20. A carne de frango terá 48,1%, das exportações mundiais. Atualmente, o percentual é 41,4%. Os resultados indicam que o Brasil continuará a manter posição de primeiro exportador mundial de carnes bovina e de frango”, informou um comunicado do Ministério.

O coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques, explica que a crise financeira internacional, em setembro de 2008, impactou as exportações, refletindo na dinâmica do produto. De acordo com Gasques, até 2020, o agronegócio brasileiro sofrerá dupla pressão. “Haverá aumento do consumo interno, por conta do crescimento da renda, e grande demanda do mercado mundial”, comenta.

A previsão de que o mercado internacional de carne elevará os índices da balança comercial brasileira neste ano vem se confirmando diante dos últimos resultados registrados pelo setor pecuário. A avaliação é da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). “Com o aumento mundial no consumo de alimentos, principalmente por proteínas animais, um dos desafios ao agronegócio mato-grossense fica por conta da pecuária que têm buscado constantemente alternativas de ganho em produtividade por meio de novas tecnologias sem abertura de novas áreas”, disse o diretor-tesoureiro Eduardo Alves Ferreira.

Outra boa notícia a espalhar otimismo nos dois primeiros meses deste ano veio da África do Sul, considerado um país emergente e detentor de um mercado promissor, que liberou a compra de carne bovina desossada e maturada de zonas livres de febre aftosa do Brasil.

Roberto Gianetti da Fonseca, da Abiec, que representa os exportadores de carne bovina, mantém a expectativa de faturar 20% a mais até dezembro próximo.

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