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Mesmo com poucos negócios arroba recua

O indicador a prazo foi cotado a R$ 103,95/@, com variação negativa de 1,64% na semana. No mês este indicador apresentou leve alta de 0,22% e em relação ao mesmo período do ano passado a valorização é de 33,46%. Na primeira semana do ano os negócios no mercado físico, de maneira geral, ainda seguem lentos e apesar dos frigoríficos #DCL#m que esperam melhora nas ofertas durante este ano, ainda trabalham com escalas relativamente curtas.

Nesta primeira semana de 2011, o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista registrou retração de 1,50% (esta é a variação acumulada no período de 29/12/10 a 05/01/11), sendo cotado a R$ 103,03/@ na última quarta-feira.

O indicador a prazo foi cotado a R$ 103,95/@, com variação negativa de 1,64% na semana. No mês este indicador apresentou leve alta de 0,22% e em relação ao mesmo período do ano passado a valorização é de 33,46%.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&FBovespa, relação de troca, câmbio

Nesta quarta-feira (05/01) a moeda americana foi cotada a R$ 1,6705, acumulando desvalorização de 0,45% na semana. A arroba do boi gordo em dólares está valendo US$ 61,68, uma redução de 1,06% em relação à semana passada, mas ainda está 38,19% mais cara do que o apurado em 05 de janeiro de 2010 e figurando entre as mais caras do mundo.

Nesta quinta a moeda americana está operando em alta, após as medidas anunciadas pelo Banco Central. As instituições financeiras terão que recolher ao Banco Central (BC) 60% sobre o valor da posição de câmbio vendida que exceder US$ 3 bilhões ou o montante equivalente ao patrimônio de referência do banco. A medida tem o objetivo de ajudar a conter a queda do dólar.

Segundo o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, com a mudança, a tendência é que a cotação do dólar aumente. “A princípio [a medida] vai gerar alguma demanda por dólar, o que tende a fazer com que a cotação suba”, disse hoje (6) em entrevista coletiva. “Com a medida, o Banco Central visa a melhorar o funcionamento do mercado de câmbio à vista e reduzir as posições vendidas do sistema que em dezembro de 2010 alcançaram o valor de US$ 16,8 bilhões”, diz nota divulgada pelo BC.

O governo Dilma Rousseff precisa encontrar um arranjo de política econômica que permita ao mesmo tempo ajustar o ritmo de crescimento da demanda – hoje “um pouco excitada” – e enfrentar a questão do câmbio valorizado, que desarticula cadeias produtivas inteiras, diz o professor Luiz Gonzaga Belluzzo, da Unicamp e da Facamp. Para ele, é necessário, de fato, controlar as despesas correntes e elevar o superávit primário, para que se consiga executar uma política fiscal anticíclica, “exatamente para não exigir depois do Banco Central uma ação mais enérgica”. Saiba mais.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista em R$ e em US$

No mercado futuro a semana foi de alta, com o primeiro vencimento, janeiro/11, registrando alta de R$ 1,92 e fechando o pregão da a última quarta-feira a R$ 100,42/@. Os contratos que vencem em fevereiro/11 fecharam a R$ 97,00/@, com variação positiva de R$ 1,47 na semana.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 29/12/10 e 05/01/11

Na primeira semana do ano os negócios no mercado físico, de maneira geral, ainda seguem lentos e apesar dos frigoríficos #DCL#m que esperam melhora nas ofertas durante este ano, ainda trabalham com escalas relativamente curtas.

Gustavo Figueiredo, postou o seguinte comentário no Twitter: “Alguém manda notícia de boi. Mercado parado demais e preços mínimos no R$ 100,00, à vista em SP”.

Caio Junqueira Neto, da Cross Investimentos, comentou: “estão tentando me convencer que se compra boi em SP a R$ 98,00 à vista. Negócios confirmados R$ 101 e R$ 102 hoje, quem pagou fez escala até quinta-feira, e agora tenta comprar a R$ 100,00/@. No R$ 98,00 não vi absolutamente nada”.

O leitor do BeefPoint, Joao Victor Jose Mendes Cordeiro, de Almenara/MG, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que no Norte de Minas Gerais a arroba do boi gordo está sendo negociada a R$ 90,00, para pagamentos à vista.

O leitor do BeefPoint, Ubiratm Brito de Mello Junior, de Rio Branco/AC, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que na sua região a arroba do boi gordo está sendo negociada a R$ 85,00, com 30 dias de prazo. “O mercado está estável, prevendo leve alta”, completou.

Frederico Medeiros de Souza, informou que em Rio Maria/PA, o boi gordo está sendo negociado a R$ 90,00/@ e a arroba da vaca gorda vale R$ 80,00, ambos com prazo de 30 dias. Souza comenta que na região o bezerro Nelore desmamado está valendo R$ 720,00. “Mesmo com os preços altos está difícil comprar lotes grandes e achar animais de qualidade”, ressalta.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

Segundo o Boletim Intercarnes, o mercado de carne bovina segue estável. A tendência para os próximos dias é de manutenção da estabilidade nos níveis atuais de preços, pois as ofertas deverão se manter regulares e a procura segue mais ativa, o que tende a um melhor equilibrio e sustentação (oferta,procura e preços).

No atacado, o traseiro foi cotado a R$ 8,30, o dianteiro a R$ 4,80 e a ponta de agulha a R$ 4,90. Assim o equivalente físico foi calculado em R$ 97,40/@, com valorização de 0,12% na semana. O spread recuou para R$ 5,63/@.

Tabela 2. Atacado da carne bovina

É interessante notar que o preço da arroba do boi gordo não acompanhou a valorização da carne bovina no atacado. Nos últimos 30 dias, o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista teve variação positiva de 0,16%, enquanto o equivalente físico registrou alta de 5,05%. Seria este um indicativo de que o mercado da carne ainda pode dar sustentação aos preços da arroba?

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

No ano passado a melhora de renda da população garantiu a sustentação dos preços da carne bovina. Cálculos de elasticidade do Cepea, baseados na POF/IBGE de 2002/03, apontam que o avanço de 10% da renda nacional (PIB) tende a estimular o aumento do consumo de carne bovina de primeira em 5,4%, considerando-se a média de todas as regiões do País e de todas as todas as faixas de renda. Na região Sul, o impulso chegaria a 74,5% e, na Sudeste, a 60,4%; já no Centro-Oeste, 10% a mais de renda motivam consumo extra de 48,4%, o menor entre as cinco regiões. Quanto à carne de segunda, o aumento seria de apenas 0,84%.

0 Comments

  1. Anderson Carneiro Polles disse:

    Parabens pela excelente análise André.
    Aprofundando um pouco a questão, faltam aos cáulculos do Cepea classificar a resonância dos estímulos ao consumo entre as diferentes classes sociais, ou seja, o aumento do consumo nas classes E e D é maior que os verificados na classe A,B e C (Hoffman,2000).
    Paira no ar a dúvida se a Elasticidades-renda Das Despesas E Do Consumo Físico De Alimentos No Brasil Metropolitano Em 2011, especificamente a carne vermelha vai ser igual ou Maior que o aumento no abate de animais?
    Em resumo irá ocorrer ou não a inverção entre oferta e demanda prevista por alguns analistas, que justifica a manutenção dos preços no nos atuais patamares!