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Mesmo com prejuízo, JBS se diz pronta para crescer mais

Na última sexta-feira (15/05), o BeefPoint participou da teleconferência produzida pela JBS S.A. para divulgação dos resultados do grupo no primeiro trimestre de 2009. A apresentação teve um clima de otimismo, acreditando que o pior da crise já passou e na recuperação dos mercados internacionais para os próximos trimestres. Mesmo com números pouco animadores a JBS acredita em melhora para os próximos meses. "Já estamos vendo sinais de recuperação, e a expectativa é de um segundo trimestre bom e um terceiro ainda melhor", disse o presidente da empresa, Joesley Batista

Na última sexta-feira (15/05), o BeefPoint participou da teleconferência produzida pela JBS S.A. para divulgação dos resultados do grupo no primeiro trimestre de 2009.

No início da apresentação o diretor de relações com investidores, Jeremiah O´Callaghan, fez questão de ressaltar os valores que sustentam as ações da JBS: planejamento, determinação, disciplina, disponibilidade, franqueza e simplicidade.

No relatório disponibilizado na quinta-feira (14/05), a empresa destacou o crescimento de 58,2%, da receita líquida em comparação com o primeiro trimestre de 2008, que quando comparado com o 4º trimestre do ano passado teve retração de 3,8%, ficando em R$ 9.267,9 milhões (1T09). O EBITDA Consolidado aumentou 20,4%, em relação ao mesmo período do ano anterior, de R$ 175,7 milhões para R$ 211,5 milhões, porém registrou variação negativa de 20,4% em relação ao 4º trimestre/08.

Os diretores da JBS ainda destacaram, a consolidação da plataforma global de produção e a estratégia de criação da maior e mais eficiente plataforma de distribuição direta de carnes e derivados de produtos refrigerados e congelados no mundo. Também foram atingidos 70% dos objetivos traçados em ganhos de eficiência e redução de custos.

Apesar do gigantismo dos números apresentados, a empresa encerrou o primeiro trimestre com prejuízo líquido de R$ 322,7 milhões, contra perda de R$ 6,6 milhões registrada um ano antes.

Basicamente, o número foi impactado por resultado financeiro líquido negativo de R$ 446,6 milhões e prejuízo nas operações do grupo na Argentina.

A apresentação teve um clima de otimismo, acreditando que o pior da crise já passou e na recuperação dos mercados internacionais para os próximos trimestres. Mesmo com números pouco animadores a JBS acredita em melhora para os próximos meses. “Já estamos vendo sinais de recuperação, e a expectativa é de um segundo trimestre bm e um terceiro ainda melhor”, disse o presidente da empresa, Joesley Batista, durante teleconferência com analistas.

O vice-presidente da empresa, Wesley Mendonça Batista comentou, “o primeiro trimestre foi o final das dificuldades causadas pela crise”. Ele ainda ressaltou que já são notados indícios de recuperação, como aumento nas vendas no mercado interno.

Os diretores apontaram outros fatores que devem ajudar a empresa nos próximos meses, como menor oscilação cambial, menor número de competidores no Brasil e aumento da oferta de animais para abate.

Tabela 1. Resultados da JBS no 1º trimestre de 2009

Clique na imagem para ampliá-la.
*O resultado financeiro do trimestre findo em 31 de março de 2008 está afetado positivamente pela variação cambial dos investimentos permanentes em moeda estrangeira no montante de R$39,0 milhões e que não afetou o EBITDA.

Plataforma global de produção

Numa rápida análise da “linha do tempo”, os diretores comentaram que em 2005 e 2006 a empresa alongou as dívidas, organizou o capital e se preparou para as aquisições que tornaram a JBS a maior empresa do setor de carnes no mundo.

2007 e 2008 foram os anos da consolidação da plataforma global de produção da JBS S.A. Estratégia que possibilitou à empresa acesso ao fornecimento global de matéria-prima, liderança nos países com excedente de produção, ganhos de escala, liderança global nas exportações, acesso a todos os mercados, ganhos em eficiência, oportunidades de redução de custos e melhoria nas margens.

“Trabalhar com uma plataforma global de produção traz ganhos de escala, facilidade para distribuição, além de aumentar a força da empresa na hora da negociação. Competir com empresas regionais torna a empresa mais robusta, ou seja, o que representa 100% para um concorrente para nós representa 20%. Quando as margens recuam ou acontece algum problema, para nós o impacto é menor”, explicou Joesley.

Plataforma global de vendas e distribuição

Segundo o diretor de relações com investidores, 2009 e 2010 serão dedicados à nova estratégia de criação da maior e mais eficiente plataforma de distribuição direta de carnes e derivados de produtos refrigerados e congelados do mundo. Esse próximo passo busca integrar a plataforma de distribuição e vendas para atender eficientemente mercados locais e externos, varejistas e atacadistas, processadores de alimentos, restaurantes e outros clientes globais; força de vendas distribuídas ao redor do mundo; eficiência na venda dos melhores produtos, para os melhores mercados, com os melhores preços; redução de custos em vendas e logística e melhoria nas margens.

Segundo o presidente, “em 2009/10 nossa meta é expandir, integrar e otimizar as operações no mundo todo para melhorar as margens e garantir a sustentabilidade da empresa. A gente acredita que após construir uma importante plataforma de produção temos toda condição de construir uma importante plataforma de vendas e distribuição no mundo todo”.

Vendas e exportações

Segundo o presidente da empresa, a JBS é responsável por 30% – 40% da carne importada por Japão e Coreia. “Nos EUA somos responsáveis por 40% de toda a carne importada, que vem principalmente da Austrália”, as vendas da JBS à Rússia atingem de 30% a 40% das compras do país no mercado internacional. “Essa estrutura aumenta muito o market-share da empresa, possibilitando maior alcance dos produtos”.

Brasil e Mercosul

O´Callaghan apresentou o resultado das operações da companhia nos diversos países onde atua, dando destaque para a melhora na operação brasileira.

Porém, como podemos ver no gráfico abaixo, a operação no Mercosul apresentou retração, puxada pelo mal desempenho na atividade argentina, onde existem problemas com as exportações de carne bovina.

“Vale ressaltar que desde janeiro de 2008, quando a União Europeia impôs maiores restrições as exportações de carne bovina brasileira, perdemos uma grande receita e a JBS teve que reinventar suas operações, criando novas modalidades de negócio. Antes exportamos os melhores cortes para a UE e o resto era distribuído entre o mercado interno e outros países. De lá para cá o mercado interno se tornou pujante enquanto estão sendo enviados volumes menores para a UE. Acreditamos que a operação no Brasil deve melhorar nos próximos trimestres”, informou Joesley.

Gráfico 1. Desempenho da JBS Mercosul

“Finalizamos 2008 com grande ociosidade nas plantas, abatendo 10.000 animais por dia, enquanto a capacidade de abates era de 15.000 cabeças/dia. Iniciamos o primeiro trimestre com uma utilização em torno dos 55% e ao final do período já estávamos utilizando 70% da capacidade”, comentou o presidente.

Alavancagem

A JBS continua com seu plano para a redução de alavancagem no ano de 2009. “Estamos sempre a frente do mercado, começamos a desalavancagem 1 ano atrás e com a retomada do mercado estamos prontos para continuar crescendo. Estamos achando que o mercado está melhorando rapidamente e como fizemos nossa lição de casa estamos prontos para aproveitar oportunidades e continuar crescendo. Seguimos desalavancando a empresa, mas estamos muito animados com o mercado e prontos para crescer ainda mais, fazendo aquisições ou crescendo organicamente”, garantiu Joesley Mendonça Batista.

O presidente da JBS completou dizendo, “nossa estratégia é respeitar o mercado. Em épocas ruins recomenda-se desalavancar, se o mercado se recupera e a liquidez melhora recomenda-se investir mais”.

Gráfico 2. Perfil da dívida (Dívida Líquida / EBITDA Pro Forma por trimestre)

EUA

Ao comentar sobre as operações norte americanas, Wesley lembrou que nos EUA a demanda recuou, mas os preços também. “A JBS trabalha com spread e tem conseguido equacionar a operação, No segundo trimestre esperamos ganhos consideráveis”, disse o vice-presidente.

A respeito da operação de bovinos ele ressaltou, “o primeiro trimestre foi muito bom, apesar do primeiro e quarto trimestres serem historicamente mais fracos devido a sazonalidade, os spreads estão bons e a operação tem sido interessante, apesar dos recuos no preço do couro e miúdos”.

Wesley completou garantindo que “a oferta de animais está confortável e o número de animais confinados deve crescer, evidenciando maior oferta para os próximos meses. Também podemos notar isso na redução dos preços futuros”.

Futuro

Quando questionado sobre os planos para o futuro e novas aquisições, Batista afirmou que estuda expandir as operações de suínos nos EUA. “Não estamos olhando aquisições em regiões onde não atuamos. No momento não estamos trabalhando em nenhum processo de aquisição e a JBS não fará nenhum movimento agressivo aumentando o risco de alavancagem”.

Ainda falando sobre aquisições, Joesley Batista comentou, “acredito que não irão ocorrer compras de companhias no Brasil, mas sim de ativos”. “Existem ativos interessantes no país, mas a compra de companhias em recuperação é muito complexa”.

Segundo ele, não será preciso a emissão de nenhum papel novo caso negócios desse tipo venham a ocorrer, pois devem ser apenas algumas plantas, que não tem valores muito altos, e a empresa está com o caixa reforçado.

O presidente do grupo disse que não está pensando em nenhuma aquisição nos EUA e Europa, mas ressaltou, “market-share, quanto mais melhor. A gente pensa em ter 25% (25.000 cabeças/dia) dos abates no Brasil, eu acredito que aumento de economia de escala é sempre saudável para a empresa e depois de atingir este número devemos buscar crescer mais” finalizou.

Veja abaixo o material que foi apresentado durante a conferência:

Equipe BeefPoint, com dados fornecidos pela JBS S.A

0 Comments

  1. Darci Júnior disse:

    Claro, com dinheiro do BNDS todos tem folego mesmo. Porque o `J B N D S ´ sempre anda na contra mao de todos no mercado? Fica ai a pergunta!