O Serviço Nacional de Saúde, Segurança e Qualidade Agroalimentar do México (SENASICA) confirmou um novo caso de miíase (New World Screwworm – NWS) em Sabinas Hidalgo, localizado no estado de Nuevo León, a menos de 70 milhas (cerca de 110 km) da fronteira entre México e Estados Unidos, em 21 de setembro.
O USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) informa que este é agora o registro mais ao norte da NWS durante este surto, e o que mais ameaça a indústria de gado e animais de produção dos Estados Unidos. Sabinas Hidalgo está localizado próximo a uma das rotas comerciais mais movimentadas do mundo, a principal rodovia que liga Monterrey, Nuevo León, a Laredo, Texas.
“Proteger os Estados Unidos contra a NWS não é negociável e é uma prioridade máxima do Governo Trump”, disse a Secretária de Agricultura dos EUA, Brooke L. Rollins, em comunicado. “Isto é uma prioridade de segurança nacional. Demos ao México todas as oportunidades e todos os recursos necessários para combater a NWS desde o anúncio do Plano NWS Bold em junho de 2025.”
Rollins afirma que os EUA não dependerão do México para defender sua agricultura.
“Estamos executando com firmeza nosso plano de cinco frentes e tomaremos medidas decisivas para proteger nossas fronteiras, mesmo na ausência de cooperação”, disse Rollins. “Além disso, perseguiremos medidas agressivas contra qualquer pessoa que prejudique o gado norte-americano.”
O registro anterior mais ao norte havia sido relatado cerca de 370 milhas mais ao sul, em 9 de julho, em Veracruz, de acordo com o USDA.
Relatórios preliminares do SENASICA indicam que o animal afetado — uma novilha de 8 meses — havia sido recentemente transferido para um confinamento certificado em Nuevo León, vindo de uma região no sul do México com casos ativos conhecidos de NWS. O USDA afirma que essa possível ligação com movimentação animal reforça a “necessidade inegociável de que o México implemente e cumpra integralmente o Plano de Ação Conjunta EUA–México para NWS no México”. Os portos dos EUA permanecem fechados para importação de gado, bisões e cavalos do México.
O USDA tem monitorado ativamente quase 8.000 armadilhas no Texas, Arizona e Novo México. Mais de 13.000 amostras de triagem já foram enviadas, sem detecção de moscas de NWS. O USDA disse que continuará analisando todas as novas informações relacionadas ao caso recente em Nuevo León e buscará todas as opções para liberar moscas estéreis nessa região, se necessário.
Além disso, o USDA divulgará em breve um plano significativo para ajudar a reconstruir o rebanho bovino dos EUA, incentivando os pecuaristas e impulsionando uma revitalização em grande escala da indústria de carne bovina americana, diz o comunicado.
O USDA informa que sua estratégia abrangente inclui as seguintes ações imediatas:
Inovação para Erradicação
O USDA está investindo US$ 100 milhões em tecnologias inovadoras por meio do NWS Grand Challenge. Este programa irá solicitar ideias para aprimorar a produção de moscas estéreis e desenvolver novas ferramentas, como armadilhas avançadas, atrativos e terapêuticos. O USDA também está explorando e validando tecnologias como esterilização por feixe eletrônico e raios-X, moscas geneticamente modificadas e instalações modulares de esterilização, por meio de audiências públicas e avaliações contínuas.
Proteção da Fronteira dos EUA
O USDA iniciou a construção de uma instalação doméstica de dispersão de moscas estéreis na Base Aérea de Moore, em Edinburg, Texas. Essa instalação de US$ 8,5 milhões, que deverá estar quase concluída até o final de 2025, será capaz de dispersar até 100 milhões de moscas estéreis por semana, segundo o USDA. O Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA está trabalhando com o USDA nos planos para a construção de uma instalação doméstica de produção de moscas estéreis no sul do Texas, com capacidade projetada para 300 milhões de moscas estéreis por semana.
Fortalecimento da Vigilância e Detecção
O USDA vem monitorando ativamente quase 8.000 armadilhas no Texas, Arizona e Novo México desde julho. Até o momento, mais de 13.000 amostras foram analisadas, sem detecção de NWS. O USDA continua a dispersar 100 milhões de moscas estéreis por semana no México, provenientes da instalação da COPEG, no Panamá. Além disso, o USDA está apoiando o México na reforma de uma instalação de produção em Metapa, que deverá produzir de 60 a 100 milhões de moscas estéreis adicionais.
Ampliação da Conscientização e Educação Pública
O APHIS (Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal do USDA) publicou uma estratégia nacional atualizada de resposta a doenças e está oferecendo treinamentos e webinars para parceiros federais, estaduais, tribais e veterinários. Materiais informativos, incluindo cartões de identificação de pragas e alertas, estão sendo distribuídos ao longo da fronteira EUA–México. O APHIS já realizou mais de 50 reuniões com partes interessadas e continua expandindo seus esforços de divulgação.
Coordenação com México e Parceiros Internacionais
Após detecções em Oaxaca e Veracruz, o USDA fechou as entradas de portos no sul para o comércio de animais depois que um caso foi relatado a 370 milhas da fronteira. O USDA está realizando auditorias mensais da resposta do México à NWS e ajudando o país a desenvolver um plano de armadilhagem mais baseado em risco, especialmente em Veracruz e ao longo da fronteira. O México atualmente implanta armadilhas em áreas de alto risco, com apoio do USDA.
O USDA está apoiando a contratação de mais de 200 funcionários temporários para controle de armadilhas e movimentação animal no México. Além disso, o SENASICA lançou um painel de controle que rastreia casos de NWS em todo o país. Isso melhora a capacidade do USDA de monitorar a situação ao sul da fronteira, avaliar melhor os riscos e oferecer respostas operacionais mais eficazes em coordenação com as autoridades mexicanas.
As agências colaboradoras incluem: Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), Departamento do Interior, Departamento de Energia, Departamento de Segurança Interna, Agência de Proteção Ambiental (EPA) e o Departamento de Estado. Essa colaboração é guiada pela Unidade de Coordenação One Health dos EUA para NWS (U.S. OHCU–NWS), co-liderada pelo USDA, CDC e DOI, segundo o comunicado.
As larvas da NWS geralmente entram no animal por meio de uma ferida aberta e se alimentam da carne viva. Elas podem infestar animais de produção e outros animais de sangue quente, incluindo seres humanos.
O USDA pede aos moradores da fronteira sul que verifiquem seus animais de estimação e de produção em busca de sinais de NWS.
“Procure feridas que drenam ou aumentam de tamanho e sinais de desconforto”, disse o USDA. “Também verifique a presença de larvas (maggots) e ovos ao redor de aberturas do corpo, como nariz, ouvidos, genitália ou umbigo de animais recém-nascidos. Se você suspeitar que seu animal está infectado, contate imediatamente seu responsável estadual de saúde animal ou o veterinário de área do USDA.”
Embora rara em pessoas, se você notar uma lesão suspeita em seu corpo ou suspeitar que possa ter contraído NWS, procure atendimento médico imediato.
Fonte: Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.