Nos últimos anos, diversas empresas de Uberlândia e região têm apresentado crescimentos consideráveis, tanto em volume quanto em valores movimentados com exportações. Hoje pelo menos 20 empresas com atuação variada nos segmentos de processamento de carnes de aves e bovina, grãos e de produtos elaborados como couro e farelos, negociam com freqüência suas produções nos mercados externos. A previsão para os próximos anos continua sendo de crescimento para essas empresas.
Estudos realizados pela Secretaria Municipal de Indústria e Comércio revelam que, este ano, as empresas da cidade devem movimentar mais de R$ 150 milhões em negócios com o mercado internacional. Um dos principais indicadores do setor está no crescimento de desembaraços de cargas na Estação Aduaneira de Uberlândia (Eadi), porto seco.
A unidade que foi inaugurada no primeiro semestre de 2000 movimentou, em seu primeiro ano de atuação, pouco mais de mil toneladas. No ano passado, o volume de mercadorias transportadas através da malha ferroviária chegou a 22,5 mil toneladas. Para este ano, a expectativa da Eadi é ultrapassar as 100 mil toneladas de produtos transportados pelas linhas férreas do porto seco.
Além do crescimento no volume exportado, as empresas da região que atuam no comércio internacional estão investindo na melhoria dos produtos. O gerente regional do Núcleo de Apóio a Negócios Internacionais em Minas Gerais do Banco do Brasil (BB), Olinto Medrado Neto, diz que os empresários a cada ano investem mais para agregar valor aos produtos destinados à exportação. “Há alguns anos, a preocupação era apenas em exportar. Hoje frigoríficos negociam cortes de carnes diferenciados, produtores vendem cafés finos e as indústrias estão vendendo o farelo, ao invés de grãos. A tendência é justamente negociar o produto elaborado, que possui mais valor que a matéria-prima”, acrescenta.
A Cargill está entre as principais empresas exportadoras da cidade. Das três fábricas – a de farelo de soja, a de processamento de milho e a de ácido cítrico -, duas destinam parte de sua produção ao mercado externo. O comércio internacional de produtos garante à Cargill US$ 800 mil por mês. A maior parte das exportações é de derivados do milho, amido e xarope.
Ainda no segmento agro, o frigorífico Mataboi, localizado em Araguari, destina a maior parte da produção para o mercado internacional. Este mês, a direção da empresa formalizou o primeiro embarque de carne para a Rússia. O contrato de fornecimento foi assinado em dezembro e faz parte do programa de ampliação das exportações do Mataboi, que até o fim do ano pretende dobrar o volume de negócios com o exterior. A unidade de processamento do frigorífico em Araguari abate 350 cabeças diariamente, destinadas ao mercado interno. Para a exportação são processadas mais 200 cabeças por dia. O Mataboi já envia cortes especiais de carne para Suíça, Alemanha, Inglaterra, Itália, Holanda, Portugal, Arábia Saudita, Líbano, Israel e Egito; além de atender a China através de Hong Kong.
Fonte: Jornal Correio/ Uberlândia, MG (por Dorival Dias) – www.jornalcorreio.com.br, adaptado por Equipe BeefPoint