MG: produtor pede reativação de planta do Independência

Representantes do governo do Estado e dos produtores rurais do Norte de Minas se reúnem hoje para discutir uma saída para o frigorífico Independência, de Janaúba/MG, desativado em junho do ano passado, e que está em processo de recuperação judicial. Parte dos pecuaristas credenciados para o fornecimento de carne para exportação já estariam sem condições de manter os altos custos para a certificação dos animais. A mão de obra formada nos últimos quatro anos já se dispersa.

No encontro, os produtores vão pedir apoio ao governo para que o frigorífico seja reativado, com a concessão de incentivos fiscais para facilitar a operação. Com a dispensa de cerca de 840 funcionários do frigorífico, Janaúba deixou de movimentar, por mês, entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões.

“Há vários grupos interessados. Representantes do Marfrig e do Mataboi já visitaram a fábrica”, disse o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Janaúba e Região, José Aparecido Mendes Santos. “Estamos dispostos a negociar com os interessados a reabertura do frigorífico”, disse o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Elmiro Nascimento.

A região é a que possui o maior número de fazendas certificadas para fornecer para a União Europeia. “Há um custo grande para manter as fazendas certificadas e todo esse trabalho pode ser perdido”, alertou o produtor rural.

Um dos instrumentos que podem ser usados é o programa Minas Carne, que prevê incentivos para a modernização da cadeia produtiva. O Independência, que investiu cerca de R$ 40 milhões na planta de Janaúba, foi um dos primeiros a aderir ao projeto do governo estadual. A fábrica, no entanto, pertence à massa falida do grupo Caioba. Antes de ser reinaugurada pelo Independência, a planta ficou 20 anos desativada. Outra preocupação dos pecuaristas é com a mão de obra qualificada. A maioria dos ex-funcionários estava vivendo do seguro-desemprego. Como o benefício se encerrou em janeiro, há risco de que haja uma dispersão dos trabalhadores para outros setores. “Estamos jogando no ralo um trabalho de quatro anos de qualificação”, completou. A planta industrial tem capacidade para até 1.200 abates por dia.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros, Ricardo Quadros Langhton, o saldo devedor do Independência com os pecuaristas do Norte de Minas gira em torno de R$ 4 milhões. Ele calcula que há de 30 a 40 produtores à espera da retomada dos pagamentos.

Segundo Langhton, quem tinha até R$ 100 mil para receber recuperou o dinheiro. A proposta era quitar o restante em 36 parcelas, mas apenas seis foram pagas.

As informações são do jornal O Tempo, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.