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Milho: expectativa para safra eleva pressão nos preços

As cotações do milho alcançaram, na última semana, seu patamar mais elevado da última década, impulsionadas pela crescente demanda de etanol e uma safra reduzida nos Estados Unidos, afetando significativamente os preços dos alimentos feitos à base desse grão.

As cotações do milho alcançaram, na última semana, seu patamar mais elevado da última década, impulsionadas pela crescente demanda de etanol e uma safra reduzida nos Estados Unidos, afetando significativamente os preços dos alimentos feitos à base desse grão. Na última quarta-feira, os contratos relacionados ao milho chegaram a US$ 4,205, seu valor mais alto desde julho de 1996, quando passou dos US$ 5,50. “Em um ano, as cotações quase duplicaram, pois o mínimo simbólico de US$ 4 não era alcançado desde 2000”, destacou Dax Wedemeyer, analista da US Commodities, citado em matéria do Diário do Commercio.

Os preços sofreram uma forte alta na semana passada, quando o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos corrigiu para baixo sua avaliação das reservas mundiais de milho. Este recuo das reservas pode ser explicado principalmente pela colheita americana relativamente pobre, devido a uma redução das áreas cultivadas com o grão e a um menor rendimento, segundo o Departamento.

“Os Estados Unidos desempenham um papel fundamental na economia do milho, com mais de 40% da produção mundial e cerca de 70% das exportações”, manifestou Helen Henton, analista da Standard Chartered. “Apesar de a colheita americana ser ainda a terceira em importância jamais recolhida nos Estados Unidos, o que deveria satisfazer amplamente as necessidades do país, o certo é que haverá menos excedente para ser exportado”, advertiu Henton.

Os analistas concordam que, apesar do preço elevado, a demanda pelo produto não deve cair, devido ao uso crescente do etanol, biocombustível que é fabricando somente a partir deste cereal nos Estados Unidos. “Há seis anos, 54 usinas de etanol produziam menos de 2 bilhões de galões (7,56 bilhões de litros) por ano nos Estados Unidos”, havia destacado no início de janeiro o secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Mike Johanns.

“Hoje, mais de cem usinas produzem mais de cinco bilhões de galões por ano (18,9 bilhões de litros) e mais de setenta novas usinas estão em construção, o que deve permitir um aumento de produção de 8 bilhões de galões”, continuou.

De acordo com matéria do jornal gaúcho Correio do Povo, por Thaíse Teixeira, o hiato criado pelos EUA nas exportações de milho abrem oportunidade de exportação para produtores brasileiros, elevando o custo da principal utilidade do milho no país: a alimentação animal.

O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber, afirma que esse novo posicionamento das cotações deve se refletir na reposição do custo de produção suína. De acordo com ele, o reflexo já é percebido pelos integrantes da cadeia. “Estamos pagando R$ 21,00 pela saca que custava R$ 15,00 no ano passado”, salienta. A mesma preocupação estende-se à avicultura.

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