Com as vendas externa de boi em pé crescendo, o frigorífico Minerva aposta no segmento. Além da demanda exterior aquecida, os preços são remuneradores. Segundo o superintendente de Relações com Investidores do grupo, Ronald Aitken, a participação das vendas externas de bois vivos no faturamento passou de 4% em 2006, para 13% em 2007 e 15% no primeiro trimestre deste ano.
Com as vendas externa de boi em pé crescendo, o frigorífico Minerva aposta no segmento. Além da demanda exterior aquecida, os preços são remuneradores.
Segundo o superintendente de Relações com Investidores do grupo, Ronald Aitken, a participação das vendas externas de bois vivos no faturamento passou de 4% em 2006, para 13% em 2007 e 15% no primeiro trimestre deste ano.
“O principal fator de crescimento é que há no mundo uma demanda muito forte por matérias-primas”, afirmou. “E o Brasil é um dos poucos países que têm capacidade de expansão do rebanho e da produção”, acrescentou.
No ano passado, o Brasil exportou o equivalente a US$ 260 milhões em gado vivo, sem contar as vendas de bois e vacas para reprodução, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A Venezuela foi o principal destino, com importações de US$ 189 milhões, seguida do Líbano, com US$ 70,8 milhões.
No primeiro trimestre deste ano, os embarques totais renderam US$ 68,2 milhões, ante US$ 22,5 milhões no mesmo período de 2007. A Venezuela comprou o equivalente a US$ 58,9 milhões e o Líbano US$ 9,3 milhões. O mercado mundial, de acordo com Aitken, movimenta cerca de US$ 2 bilhões por ano, sendo que a Austrália é a maior fornecedora.
Segundo ele, no Líbano há uma demanda específica pelos animais por questões religiosas e culturais. O caso da Venezuela é diferente. De acordo com o executivo, por razões políticas o governo do país sul-americano subsidia a importação de bois com o objetivo de gerar empregos nos frigoríficos locais.
Com relação à resistência da indústria brasileira à esse mercado, Aitken destacou que o número de cabeças exportadas é insignificante frente ao tamanho do rebanho brasileiro, o que faz com que a atividade tenha pouca influência na formação dos preços internos. “No ano passado foram exportados 432 mil animais, enquanto que no Brasil foram abatidos cerca de 45 milhões. Ou seja, as exportações representam menos de 1% do total”, comparou.
Segundo o executivo, o Minerva teve uma participação de 50% no mercado de exportação de gado em pé em 2007, quando suas vendas externas cresceram 305%. No primeiro trimestre deste ano a fatia subiu para 67% dos embarques.
Neste ano, a companhia espera realizar negócios em outros mercados, como Angola, Rússia e Itália, informou a Agência de Notícia Brasil-Árabe.
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Tenho acompanhado as vendas de “boi vivo” para exportação, pois trabalho na compra de gado no Maranhão e por aqui se fala muito em “vender boi vivo para navio”, inclusive de alguns clientes que temos e possuem propriedades no estado do Pará.
Na verdade o volume dessa venda como disse o artigo não é tão significativa, representando menos de 1% de todo o volume abatido no país. Acontece que hoje a exportação de boi vivo se dá em grande parte nos estados do Pará e Rio Grande do Sul, mas creio que em um número bem maior aqui no Pará. E ai sim, se formos analisar ela já se torna significativa em números representando o abate que dois grandes frigoríficos (abatendo 750 bois por dia durante todo o ano) realizariam.
Sempre fui a favor do livre comércio, da liberdade de negociação, mas temos que pensar que se de um lado foi bom para tornar o boi “mais concorrido” aumentando seu valor, do outro esses dois frigoríficos não existem e estamos deixando de empregar 1000 pessoas (o próprio artigo cita que a intenção do Sr. Presidente Hugo Chaves é gerar empregos na Venezuela) sem falar nos subprodutos, sebo, couro e miúdos que perdemos e não estão sendo processados aqui.
O que está acontecendo e que temos que observar, é que a carga tributária deveria ser a mesma, tanto para um frigorífico localizado no estado do Pará quanto para uma empresa que esta exportando o “boi vivo” e isto não está acontecendo, portanto é o mesmo que uma empresa frigorífica que paga vários tributos, encargos, despesas com pessoal (em torno de 500 pessoas em cada frigorífico desses), refeitório, lavanderia, controle ambiental etc. etc. concorra com um outro frigorífico totalmente subsidiado só que lá na Venezuela.
Mas tudo isto se ajusta, com o tempo o mercado coloca as coisas no lugar.
O que realmente preocupa é uma informação que recebi de um amigo, sobre a exportação para Angola de 500 mil fêmeas a ser iniciada nós próximos meses.
Demoramos muitos anos para chegar ao estágio em que estamos, a nossa evolução genética foi espetacular em todo nosso rebanho e tudo isso esta para ser repassado para os outros praticamente de graça, ou seja pelo módico preço de 500 reais por uma bezerra.
Temos que nós lembrar que isso tem valor e muito e também o suor de nossos avôs, de nossos pais e o nosso.
Quem sabe um dia ainda nós vamos nos valorizar mais (assim como muito bem sabem fazer os EUA e a Europa) e pensarmos que não deveríamos exportar um couro com um boi dentro, e sim um sapato fabricado aqui gerando em todo seu processo milhares de empregos.
Não fôsse o embarque de boi em pé no Pará, estaríamos à mercê dos frigoríficos da região, em especial o Bertin, que é dono de quase todas as plantas de abate da região.