Segundo Fernando Galleti de Queiroz, diretor presidente do Minerva, "a empresa mostrou estabilidade de margens e de resultados no ambiente bastante volátil que o setor e o mundo têm vivido. Isso aconteceu graças a uma política sólida de gestão de risco, muito focada em minimizar os riscos da empresa, somada a uma capilaridade e força de distribuição interna e externa muito grande e embaladas por uma gestão forte e transparente, buscando a melhoria constante da governança corporativa. E assim, se preparou para crescer, sendo uma das empresas mais bem posicionadas em um cenário bastante instável". No relatório, a diretoria destaca: o crescimento de 23,6% da receita bruta no 1º trimestre de 2009; a utilização da capacidade voltou para níveis recordes históricos, atingindo 80% de utilização em março/09; o EBITDA aumentou 11,6% em relação ao 4º trimestre/08.
Fechando com chave de ouro a temporada de divulgação dos resultados dos frigoríficos brasileiros, na última sexta-feira (15/05), o frigorífico Minerva divulgou o relatório anunciando os números referentes ao 1º trimestre de 2009 e nesta segunda-feira o BeefPoint participou da teleconferência realizada com os diretores da empresa, acompanhe abaixo os dados apresentados por eles.
No relatório, a diretoria destaca:
• o crescimento de 23,6% da receita bruta no 1º trimestre de 2009 em relação ao 4º trimestre de 2008 e 25,8% contra o 1º trimestre do ano passado, totalizando R$ 629,3 milhões;
• a utilização da capacidade voltou para níveis recordes históricos, atingindo 80% de utilização em março/09. A Companhia aumentará a produção em 25% no mês de maio, com segundo turnos em algumas unidades e contratações de aproximadamente 350 pessoas;
• o EBITDA aumentou 11,6% em relação ao 4º trimestre/08, num total de R$ 32,8 milhões, com leve contração de 0,6 p.p. na margem devido ao realinhamento de preços com a crise global e maiores custos iniciais com a planta da Minerva Dawn Farms. Após um janeiro e fevereiro difíceis, a margem em março já se recuperou para níveis históricos, continuando em abril, reflexo da recente racionalização da indústria e recuperação das exportações.
Tabela 1. Resultados do Minerva no 1º trimestre de 2009
Segundo Fernando Galleti de Queiroz, diretor presidente do Minerva, “a empresa mostrou estabilidade de margens e de resultados no ambiente bastante volátil que o setor e o mundo têm vivido. Isso aconteceu graças a uma política sólida de gestão de risco, muito focada em minimizar os riscos da empresa, somada a uma capilaridade e força de distribuição interna e externa muito grande e embaladas por uma gestão forte e transparente, buscando a melhoria constante da governança corporativa. E assim, se preparou para crescer, sendo uma das empresas mais bem posicionadas em um cenário bastante instável”.
Durante a teleconferência, Galleti afirmou que apesar de uma sensível queda no consumo e redução da demanda, o momento é bastante favorável para o Brasil. “Os estoques internacionais estão muito baixos, permitindo os exportadores brasileiros trabalharem com preços mais altos na maioria dos mercados e evidenciando um movimento de recuperação”, completou.
Ele citou o seguinte exemplo: de janeiro até agora, o dianteiro teve alta de 50% (em dólares), ou seja, uma recuperação significativamente forte.
Exportações
Após janeiro e fevereiro fracos, em março houve forte retomada nas exportações brasileiras de carne bovina in natura, com volumes e receitas 24,4% e 25,7%, respectivamente, maiores que o mês anterior e abril continuou mostrando recuperação, com Rússia e China (via Hong Kong e Vietnã) apresentando o maior crescimento na demanda pelo produto.
A perspectiva é de que haja retomada dos volumes exportados, em conseqüência da volta de mercados como Chile, China e mercados tradicionais na UE, propiciando volumes crescentes e preços maiores no decorrer de 2009.
Gráfico 1. Evolução mensal dos preços e volumes
Gráfico 2. Volumes por destinos (mil toneladas)
O mercado externo representou 67,4% do total das receitas, em comparação com 61,1% no 4º trimestre/08 e 65,0% no 1º trimestre/08, com a divisão carnes, mercado interno e externo, representando 75% da receita bruta.
Mercado interno
No mercado doméstico o crescimento nos volumes foi de 22,6% e 16,1% contra o 4º trimestre/08 e 1º trimestre/08, respectivamente, mas o preço médio variou -17,7% em relação ao trimestre passado e +14,3% em relação ao 1º trimestre/08.
A redução nos preços no trimestre ocorreu em função do redirecionamento de exportações para o mercado interno, principalmente de frigoríficos com dificuldade de recebimento no exterior.
Apesar da crise, a renda média e a massa salarial em crescimento em 2009 tendem a apoiar o consumo no mercado interno. O Minerva atua através de uma base de clientes altamente pulverizada, com foco no pequeno e médio varejo e redes de distribuição abastecendo 18.000 pontos de venda.
O presidente do Minerva comentou que “existe forte relação entre a massa salarial e o consumo interno de carne bovina. Estamos estimando aumento de consumo”.
Custos com matéria prima
O 1º trimestre/09 foi de continuidade na redução do preço médio do boi gordo no Brasil, com a arroba variando -7,2% em relação ao 4º trimestre/08, mas num patamar ainda maior que o do 1º trimestre/08. A acomodação no preço da arroba é reflexo, principalmente, da racionalização da indústria, que acabou por melhorar a dinâmica entre a oferta e demanda por boi gordo e da queda nos preços e volumes de exportação da carne com a crise global.
Após uma recuperação dos preços em abril, o preço do boi gordo voltou a recuar em maio, hoje a R$ 77-78/@ em São Paulo, reflexo do início do período de seca, que traz uma maior oferta de gado, uma vez que os criadores querem evitar que o boi emagreça no pasto seco e conseqüentemente perca valor.
Gráfico 3. Preço médio da arroba do boi gordo (R$/@)
No momento o preço do gado tem sido ditado pelas condições climáticas: a estiagem nas regiões produtoras do MS, Sul e SP, resulta em maior oferta de animais e pressão nos preços. Nas regiões norte os preços permanecem relativamente firmes devido as chuvas mas constantes.
Gráfico 4. Percentual de umidade no solo
Gráfico 5. Preço da arroba do boi gordo (R$/@)
Resultados
A receita líquida reportada no 1º trimestre/09 avançou 24,3% e 25,3% em relação ao 4º trimestre/08 e 1º trimestre/08, respectivamente, para R$ 578,3 milhões. No acumulado de doze meses, a variação na receita líquida foi de 38,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Gráfico 6. Crescimento da receita líquida
O lucro bruto totalizou R$ 98,9 milhões no trimestre, acréscimo de 21,6% em relação ao 4º trimestre/08, apresentando margem bruta de 17,1%, leve retração de 0,4 p.p, devido aos preços médios de venda menores nas divisões carne e boi vivo. A contração de 4,0 p.p. na margem bruta em relação ao 1º trimestre/08 é reflexo da alta da arroba do boi na comparação entre os dois períodos.
O EBITDA aumentou 11,6% em relação ao 4º trimestre/08, num total de R$ 32,8 milhões, com contração de 0,6 p.p. na margem, devido ao realinhamento dos preços com a crise global e custos inicialmente maiores com a nova planta da Minerva Dawn Farms. Após janeiro e fevereiro ainda impactados pela crise internacional, a margem em março já se recuperou para níveis históricos, continuando em abril, reflexo de recente racionalização da indústria e recuperação das exportações.
Gráfico 7. Crescimento do EBITDA
O Minerva registrou um lucro líquido de R$ 1 milhão no 1º trimestre/09, inalterado em relação ao mesmo período do ano passado e bem superior aos prejuízos do 4º trimestre/08, que refletem os efeitos da variação sobre a dívida em dólar.
Galleti fez questão de ressaltar que as margens da empresa estão se mantendo, fruto da consolidação do mercado, da política de pulverização da base de aquisição e de venda do Minerva e da melhor utilização das fábricas do grupo. “Além disso, a recuperação das exportações e o preço estável do gado colaboraram para esses resultados”, completou.
Futuro
Quando questionado sobre sobre possíveis contratações de linhas de crédito junto ao BNDES, Galleti foi enfático, “todas as possíveis linhas de crédito para capital de giro são analisadas pela nossa equipe, e a decisão de usar ou não vai depender do custo dessas linhas”.
Comentado sobre a nova linha de crédito para a agroindústira, de R$ 10 bilhões, anunciada pelo Governo ele comentou, “esse é um passo importante do Governo, que busca disponibilizar crédito com taxas menores que alguns bancos e faz sim parte da nossa análise. Se a gente vai acessar ou não depende das condições com que essas linhas serão disponibilizadas”.
A empresa tem R$ 215 milhões já contratados diretamente com instituições de fomento. Deste volume de capital R$ 89 milhões já foram utilizados e uma parcela de R$ 100 milhões do total destes recursos é predestinada para recompor o caixa utilizado nos investimentos já realizados em 2008.
Sobre aquisições e o processo de consolidação do setor, o presidente do Minerva afirmou que “o processo de consolidação é saudável e estamos atentos a todos os movimentos. Como prevíamos anteriormente, quando não fomos agressivos num momento de euforia, agora os ativos estão sendo ofertados a preços mais condizentes e iremos avaliar todas as oprtunidades de negócios como sempre fizemos”.
“Reafirmamos que o Minerva, com sua política conservadora de dar passos sólidos e pensados tem mostrado sua estratégia vencedora. Existe uma diversidade muito grande de estratégias dentro do nosso setor, mas nós continuamos acreditando que ter estabilidade de margens, canais sólidos de distribuição, um parque industrial com utilização eficiente, uma gestão de risco compatível com a empresa, transparência e uma governança profissionalizada são as chaves para sermos líderes de mercado”, finalizou Fernando Galleti de Queiroz.
Veja abaixo o material que foi apresentado durante a conferência:
Equipe BeefPoint, com dados fornecidos pelo Minerva
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Parabéns ao Grupo Minerva…
Trabalhando com os pés no chão
O Grupo Minerva S/A e um grupo solido que ja vem a muito tempo se reestruturando, efetuando investimentos seguros, trabalhando com os pés no chão. parabens a Presidencia e sua Diretoria .