A escassez de crédito deve aquecer o mercado de fusões e aquisições e o setor frigorífico não deve ficar de fora. Ontem, o presidente do Minerva, anunciou que a empresa está com "caixa confortável", apesar da crise que atinge o crédito, e que está revendo seu planejamento de investimentos para dar prioridade às oportunidades que surgirem em aquisições e arrendamentos de frigoríficos.
A escassez de crédito deve aquecer o mercado de fusões e aquisições e o setor frigorífico não deve ficar de fora. Ontem, rumores davam conta de que o Grupo Bertin e a Sadia S.A. disputavam a compra do frigorífico Quatro Marcos, cuja situação econômica ruim já é conhecida do mercado. Ainda, que outras empresas, além dessas duas, estavam interessadas no arrendamento de plantas do frigorífico Margen S.A., de Goiás.
Ontem, o presidente do Minerva, anunciou que a empresa está com “caixa confortável”, apesar da crise que atinge o crédito, e que está revendo seu planejamento de investimentos para dar prioridade às oportunidades que surgirem em aquisições e arrendamentos de frigoríficos.
“Passamos os últimos doze meses com política mais conservadora, já antevendo esse momento de crise. Estamos mais fortalecidos financeiramente e com mais apetite”, afirma Fernando Galletti de Queiroz, presidente do Minerva.
Ele afirma que a empresa está reavaliando seu plano de investimentos com objetivo de redirecionar os recursos para oportunidades de aquisições e arrendamentos. O plano era aplicar R$ 70 milhões entre o final de 2008 e início de 2009. Galletti cita a joint venture no ramo de carne cozida e congelada que entra em operação em 30 dias. “Esse investimento é prioritário e não será alterado. Talvez deixemos de lado construção de unidades no Norte do País e ampliações de algumas plantas”, explica Galletti.
Galletti completa, “temos mais caixa e financiamentos disponíveis e para entrar agressivamente e aproveitar essas oportunidades”.
A companhia antecipou que no terceiro trimestre deste ano registrou um faturamento líquido de R$ 610 milhões, ante os R$ 405 milhões de igual período de 2007. “Além do retorno da Europa, esse incremento se deve a um aumento da nossa participação no mercado interno e também da nossa política de diversificação na exportação”, afirma o presidente do Minerva.
Além do faturamento maior, a companhia informou que a empresa teve acesso a captações de financiamento de longo prazo antes da intensificação da restrição de crédito e possui no caixa cerca de R$ 570 milhões, mais que o dobro do montante registrado em junho. “Tivemos aumento do uso da capacidade para 80%, chegando em alguns meses a 90%. Isso contribuiu para diluir nossos custos fixos”, acrescenta.
Apesar dos números positivos, o presidente do Minerva anunciou que a empresa está alterando alguns procedimentos para aumentar seu “colchão” de liquidez. Entre as medidas está a suspensão das compras de boi à vista e o retorno ao modo tradicional de aquisição de animais, com prazo de 30 dias. “A compra à vista chegou a atingir um terço da nossa forma de aquisição de boi. Com a mudança para 30 dias, adicionamos mais recursos ao nosso caixa no mês”.
A matéria é de Fabiana Batista, publicada no jornal Gazeta Mercantil, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.