Maior exportadora de carne bovina da América do Sul, a Minerva reportou hoje um prejuízo de R$ 25,7 milhões no quarto trimestre do ano passado, ante um lucro de R$ 150,3 milhões em igual período de 2021. A companhia disse, em nota, que o resultado reflete principalmente o impacto de R$ 198,4 milhões relativos a instrumentos financeiros de proteção cambial (hedge).
“Em linha com a política de gerenciamento de riscos, a companhia mantém protegido no mínimo 30% de seu endividamento de longo prazo em moeda estrangeira”, justificou a diretoria.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recuou 17,4% no trimestre, para R$ 607,5 milhões, com margem Ebitda de 8,9% — um ano antes, era de 9,8%. A receita bruta caiu 8,2%, para R$ 7,3 bilhões.
No ano, a companhia comandada por Fernando Galletti de Queiroz registrou uma receita recorde de R$ 31 bilhões, quase 15% acima do resultado de 2021. O lucro líquido de 2022 ficou em R$ 655,1 milhões (aumento de 9,4%) e o Ebitda chegou a R$ 2,8 bilhões (avanço de 17,6%), com margem Ebitda de 9,2% – acima dos 8,9% do ano anterior.
“Mesmo diante de um contexto de alta volatilidade e repleto de desafios no mercado internacional neste ano de 2022, seguimos firmes com o nosso compromisso com a disciplina de capital”, afirmou o executivo no documento. Nesse sentido, a alavancagem da companhia ficou em 2,15 vezes, o menor patamar desde 2007. A geração de caixa livre alcançou R$ 647 milhões no ano.
A cada cinco quilos de carne bovina exportada pela América do Sul em 2022, um quilo saiu de frigoríficos da Minerva. Os embarques responderam por praticamente 70% da receita bruta da empresa, ou R$ 22,55 bilhões.
A companhia avaliou que a demanda internacional segue firme e com grandes oportunidades para os exportadores da América do Sul. “O forte desequilíbrio entre oferta e demanda segue propiciando oportunidades nos mais diversos mercados, como Ásia, Estados Unidos e Oriente Médio, que juntos já representam cerca de 63% das nossas exportações consolidadas”, disse Galetti.
Segundo ele, a contração do rebanho americano tende a manter a oferta global restrita. A seu favor, a empresa também tem a expansão da disponibilidade de animais no Brasil devido à mudança no ciclo pecuário, que deve reduzir os custos da matéria-prima.
Mesmo com as exportações como pilar principal, os mercados internos onde a companhia atua na América do Sul cresceram, em média, 12%, com receita consolidada de R$ 10,3 bilhões em 2022.
Fonte: Valor Econômico.