Técnicos dos governos dos estados da região Norte do País e do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura estarão reunidos em Porto Velho (RO), nos dias 13 e 14 do próximo mês, para reavaliar os níveis de risco da febre aftosa na região. Acre e Rondônia querem ser excluídos da classificação de risco porque mantêm vacinação e controle de seus rebanhos e fronteiras. O encontro vem sendo articulado entre os técnicos do Ministério da Agricultura e a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Ideron).
Os pecuaristas da região e o governo de Rondônia, estão prontos para exportar 8 mil toneladas de carne por mês para países vizinhos, bem como para Europa, Estados Unidos e Ásia, de forma que têm grande interesse na retirada da classificação de risco da região. Segundo Alípio Cadamuro, delegado do Ministério da Agricultura em Rondônia, essa é uma questão política, já que o Estado tem seguido todos os procedimentos técnicos em detrimento de outros Estados da região que ainda estão na condição de risco desconhecido da doença, caso do Amazonas.
Há cerca de 90 dias, o Idaron fez solicitação de auditoria ao Ministério da Agricultura, para realizar a sorologia no rebanho bovino. Porém, o secretário nacional de Defesa Agropecuária do ministério, Luís Carlos de Oliveira, já comunicou ao Idaron que esse ano seria inviável a realização da sorologia, devido ao fato de o Estado estar fazendo, neste mês, uma campanha de vacinação contra a febre aftosa no gado de até dois anos e em novembro fará uma nova no restante do rebanho.
O Idaron tem feito campanhas de vacinação em todo o rebanho, controle de trânsito com barreiras na entrada e na região de fronteira do Estado – feita por uma força de 120 soldados do Exército, Polícias Militar e Federal – além da vigilância epidemiológica, etapa na qual o governo já teria investido R$ 30 milhões. Porém, o Estado de Rondônia não quer esperar que os demais estados da região norte do País tomem as mesmas providências. Em novembro, uma auditoria da União Européia vem verificar os procedimentos adotados pelo estado para obter a certificação de área livre da doença com vacinação. A expectativa é que, se até o próximo ano for feita a sorologia, em mais 2 anos Rondônia estará livre da doença e poderá exportar a carne para Europa, Estados Unidos, Canadá, países Andinos e Ásia.
Acre
Segundo Antônio Monteiro, secretário da Agricultura do Acre, o Estado não registra casos de febre aftosa há mais de 2,5 anos. Em maio, foram vacinadas cerca de 1,6 milhão, de um total aproximado de 2 milhões de cabeças de gado existentes no Estado – o que equivale a uma cobertura vacinal de 85%.
Segundo Assuero Veronez, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre, Rondônia e Acre seriam os mais prejudicados, porque já exportavam carne para o Centro-Sul do País – mais de 70% da carne acreana é comercializada para a região Sudeste do País. Ele disse que obteve a confirmação da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) de que os rebanhos do Acre devem ser vistoriados nos próximos 60 dias, para que o Estado possa receber o atestado de zona livre da febre aftosa.
fonte: Gazeta Mercantil (por Yodon Guedes e Itaan Dias), adaptado por Equipe BeefPoint