A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentos da Argentina (SAGPyA) começou a negociar com o Argentine Beef Consortium (ABC) alternativas para ampliar o volume da cota Hilton de cada frigorífico, porque, caso contrário, neste ano, receberão a metade da cota do ciclo anterior.
Apesar de o ministro da Agricultura argentino, Miguel Campos, ter firmado a resolução de adjudicação na sexta-feira (24), a sensível queda do volume aos frigoríficos maiores motivou a demora – normalmente, são três meses – da norma, que se definiria finalmente nesta semana, segundo fontes da Secretaria.
A repartição da cota Hilton – cota especial de exportação de carnes com destino à União Européia (UE) que consta de 28 mil toneladas de cortes de alta qualidade e preço – ficou complicada porque cerca de 13 mil toneladas foram reclamadas judicialmente e ficaram nas mãos de juízes. Dessa forma, a SAGPyA tem para repartir hoje somente 15 mil toneladas entre as numerosas empresas que participam do negócio.
O ABC compreende 95% das indústrias exportadoras de carnes e entre seus membros estão os maiores frigoríficos, entre outros, Swift e Quickfood. Segundo dados sobre a nova distribuição, a Swift obteria 800 toneladas a menos que no ciclo anterior, enquanto a perda de volume da Quickfood seria de duas mil toneladas.
Durante a reunião realizada na sexta-feira (24) entre Campos e o ABC, o secretário teria sugerido às empresas que buscassem uma forma de reduzir as medidas cautelares que possuem firmas pertencentes ao ABC. Por isso, os diretores desse grupo exportador de carnes realizariam uma reunião na segunda-feira (27) com o propósito de fazer uma proposta à SAGPyA. Este consórcio apresentou um recurso judicial ante um tribunal no contencioso administrativo para desarticular as medidas cautelares.
A cota Hilton é o maior negócio da indústria de carnes exportadora da Argentina, significando cerca de US$ 200 milhões anuais. Uma tonelada desses cortes está em torno de US$ 8.500, de forma que, para algumas empresas, somente o fato de possuir a cota justifica sua permanência no mercado.
Fonte: La Nación, adaptado por Equipe BeefPoint