Marcos Montes, secretário-executivo do Ministério da Agricultura e ministro em exercício durante as férias de Tereza Cristina, disse hoje que a Pasta está buscando uma suplementação de recursos para o Plano Safra devido ao esgotamento precoce dos recursos para equalização de juros, principalmente das linhas de investimentos.
Ele não revelou valores, mas ressaltou que será difícil conseguir qualquer montante adicional em razão do momento fiscal complicado do país.
“Vivemos um momento importante de responsabilidade na questão fiscal, o que limita mais ainda que os recursos sejam um pouco maiores. Só de recursos para investimentos, quase R$ 60 bilhões, estamos praticamente esgotado e estamos apenas começando a safra. Estamos tentando aumentar um pouco, mas sabemos que o governo tem dificuldade”, disse durante uma videoconferência hoje.
O BNDES informou que vai reabrir a linha de financiamento de máquinas e equipamentos agrícola Moderfrota, suspensa recentemente, com R$ 740 milhões, além de reforçar linha própria para investimentos. O Banco do Brasil também anunciou um reforço de R$ 1 bilhão para a compra de maquinários essa semana.
Montes afirmou que a falta de recursos é um limitador do crescimento do agronegócio e admitiu que o crédito rural oficial deve voltar a diminuir, após aumento de volume total, em torno de 6% esse ano, e de equalização, com R$ 1,5 bilhão a mais na safra 2020/21. “Plano Safra a cada ano vai ser mais arrefecido, não é papel do governo. Nos cabe ir no caminho de buscar captação do mercado. Existe uma quantidade de recursos espalhados pelo mundo a taxas de juros baixíssimas e nosso setor pode proporcionar retorno de rentabilidade em percentual muito acima dos investimentos que estão sendo colocados hoje”, acrescentou.
As declarações foram feitas durante evento online com a Climate Bond Initiative (CBI), para apresentação dos critérios para certificação de títulos verdes, os green bonds, para financiamento do agronegócio no Brasil. “Quase tudo pode ser investimento verde e isso nos anima mais. É um instrumento para nos firmamos na questão que queremos mostrar ao mundo que é a nossa sustentabilidade, vai dar um discurso forte que é o que precisamos lá fora”, concluiu.
Fonte: Valor Econômico.