O Sistema de Classificação de Bovinos será instituído em todo o território nacional em 2004, informou na sexta-feira (19), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, ao fazer um balanço do ano para o setor agrícola.
Nesta semana, será publicada no Diário Oficial a Portaria no 88, que submete a consulta pública, por um prazo de 90 dias, o projeto de Instrução Normativa que aprova o novo sistema. “Finalmente teremos um sistema de tipificação e classificação de carcaças. Isso representa um progresso técnico que diferenciará o produtor que usa mais tecnologia e consegue tirar o boi mais cedo do pasto”, disse o ministro.
O novo sistema torna obrigatória a classificação de bovinos abatidos nos estabelecimentos sob a fiscalização do SIF (Serviço de Inspeção Federal), tendo como base as características de sexo e maturidade do animal, peso e acabamento da carcaça.
Pelo projeto de Instrução Normativa, a aferição da qualidade dos animais e das respectivas carcaças será feita, durante o processo de abate, por profissional habilitado e credenciado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), às custas do setor privado.
Também prevê a criação, no âmbito do Mapa, do ROC (Registro Oficial de Classificadores), no qual serão inscritos os profissionais credenciados para fazer a classificação dos bovinos e das respectivas carcaças, de acordo com os parâmetros fixados na Instrução Normativa. O ROC definirá os princípios do Sistema Nacional de Classificação de Bovinos e publicará, regularmente, os resultados de sua aplicação.
As atividades do ROC serão coordenadas por um Comitê Gestor, composto por seis membros representantes dos pecuaristas, frigoríficos, comércio varejista e os setores de pesquisa e ensino. As indicações dos membros do Comitê serão feitas pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), CNI (Confederação Nacional da Indústria), CNC (Confederação Nacional do Comércio), Embrapa e universidades. A presidência do Comitê ficará a cargo do titular do Dipoa (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal).
Os profissionais habilitados a fazer a classificação só poderão exercer a atividade após obtenção do registro no ROC. Para isso, o Mapa exigirá que o profissional seja diplomado em medicina veterinária ou zootecnia e registrado em seu conselho de classe. Além disso, deverá ter sido habilitado em curso de capacitação específico, ministrado por instituição aprovada junto ao ROC.
Segundo o projeto de Instrução Normativa, o Sistema de Classificação de Bovinos deverá ser requisito obrigatório para os produtos a serem exportados pelo Brasil, obedecendo às regras internacionais da OMC (Organização Mundial do Comércio).
Fonte: Assessoria de Imprensa do Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint
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Sem dúvida nenhuma um passo importante está sendo dado ao se criar um sistema de tipificação e classificação.
Caberia junto a esta importante iniciativa estabelecer a padronização do processo de abate nos frigoríficos de maneira que os animais neles abatidos tivessem o mesmo rendimento de carcaça independente do local onde fossem abatidos, passando então a ter valor real o valor pago pela arroba.
Vale ressaltar que do bovino abatido, “ainda não se comercializa apenas o berro”, por tanto, nada mais justo que carcaça seja tudo aquilo que se tem após a retirada da cabeça, patas, couro e vísceras.