Ministro da Agricultura participa da reunião da OMC

O ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, não acredita que a instabilidade mundial – provocada pela guerra dos Estados Unidos contra o Afeganistão para combater o terrorismo – prejudicará as negociações multilaterais previstas para a área agrícola na Organização Mundial do Comércio (OMC). Ele salientou que o governo não espera “milagres” em Doha, no Catar, onde ocorrerá a partir de sexta-feira, 09/11, a reunião ministerial da OMC.

“Se houver entendimento, a reunião da OMC marcará apenas o início das negociações sobre a redução dos subsídios e dos programas internos de apoio às exportações dos países ricos”, disse o ministro, antes de embarcar para o Catar. Pratini de Moraes informou ainda que os integrantes do Mercosul e dos 18 países que integram o chamado Grupo de Cairns (os maiores exportadores agrícolas mundiais) não abrirão mão, na reunião da OMC, da sua posição em defesa de uma maior abertura comercial na área agrícola. “Se não houver discussão sobre redução de subsídios e acesso a mercados, não há o que negociar”, garante. Dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que os 29 países desenvolvidos que integram a organização concederam 380 bilhões de dólares em subsídios a seus produtores agrícolas no ano passado. Ou seja, cerca de um bilhão de dólares ao dia.

Para o ministro da Agricultura, não só os países em desenvolvimento sairão lucrando com a redução da proteção agrícola mantida pelos países industrializados. “Países como o Brasil irão exportar mais. Mas, em contrapartida, também irão importar mais, principalmente máquinas e implementos para aprimorar seu processo de produção. Com isso, os países industrializados também sairão ganhando”, argumenta. Na opinião de Pratini, a liberalização do comércio mundial será um instrumento necessário para combater a recessão econômica mundial prevista para este ano e que deverá ser ampliada em razão do conflito entre Estados Unidos e Afeganistão. “A única forma de combater a recessão é com mais comércio.”

Fonte: Diário Popular (RS), adaptado por Equipe BeefPoint