O ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Morares, disse ontem, durante audiência com o secretário-executivo do Ministério da Alimentação e Agricultura da Alemanha, Gerard Thalheim, que o Brasil quer aumentar de 5 mil para pelo menos 30 mil toneladas a cota de exportação de carne bovina para União Européia (UE). No encontro, Thalheim disse que a tendência da UE é de reduzir os subsídios às exportações agropecuárias – apontadas por Pratini de Moraes como uma das causas do desequilíbrio mundial do comércio agronegócio.
As exportações brasileiras de carne bovina à UE somam hoje cerca de 400 mil toneladas por ano. “Mas tudo que ultrapassa as 5 mil toneladas da chamada cota Hilton tem taxas que variam de 100% a 300%”, lembrou Pratini de Moraes durante a audiência. Segundo ele, o Brasil – assim como os outros 14 países agrícolas que integram o Grupo de Cairns – espera ainda que haja uma redução mais acentuada dos subsídios agropecuários. Caso contrário, a próxima reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), em novembro, no Catar, pode ficar comprometida.
“Preocupa-nos a lentidão com que essas medidas são implementadas”, destacou Pratini de Moraes. Acrescentou também que o Brasil quer agilizar a assinatura do acordo de equivalência sanitária do Mercosul com a UE. Em outubro, informou, o Mercosul deverá apresentar sua contraproposta à UE. “Precisamos eliminar as restrições que impedem o acesso dos produtos do agronegócio brasileiro ao mercado europeu. Sem isso, os países agrícolas em desenvolvimento não poderão fortalecer suas economias.”
Ao reconhecer a legitimidade das posições defendidas pelo governo brasileiro, Thalheim lembrou que a UE vem reduzindo sistematicamente os subsídios às exportações. “Porém, esse é um processo gradual”, argumentou. “O importante é que estão sendo tomadas medidas para corrigir esses desvios.” Revelou ainda que os consumidores alemães cada vez mais dão preferência a produtos orgânicos. Isso, assinalou Pratini de Moraes, reforça a decisão do Brasil em intensificar o marketing de carne bovina naquele mercado. “Nosso boi é alimentado com pasto. Por isso, produzimos carne orgânica.”
fonte: Ministério da Agricultura e do Abastecimento, adaptado por Equipe
BeefPoint