Transcrição da coletiva com a Secretária de Agricultura dos EUA sobre EEB
24 de dezembro de 2003
EUA dizem que caso de “vaca louca” pode ter origem no Canadá
29 de dezembro de 2003

Ministro da Agricultura suspende importação e vislumbra abertura de mercados

O ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, suspendeu na quarta-feira (24), por tempo indeterminado, a importação de ruminantes, seus produtos e subprodutos procedentes dos Estados Unidos em razão do diagnóstico da doença da “vaca louca” naquele país.

As eventuais licenças de importação já concedidas estão canceladas. As partidas desses produtos que chegarem aos portos e aeroportos brasileiros serão devolvidas à origem ou queimadas.

Em maio deste ano, quando o Canadá anunciou a ocorrência de um caso de “vaca louca” no estado de Alberta, o Departamento de Defesa Animal do Ministério iniciou, por precaução, o rastreamento dos 4,8 mil animais importados dos Estados Unidos desde 1995.

A informação oficial sobre o diagnóstico positivo da doença da “vaca louca” em território norte-americano foi prestada na quarta-feira ao governo brasileiro pela Embaixada dos EUA.

Mercados abertos

Roberto Rodrigues afirmou que o registro de um caso da doença da “vaca louca” nos Estados Unidos pode abrir mercados não apenas para a carne bovina, como também permitir o acesso de frangos e suínos brasileiros a novos consumidores.

“Essa doença produz uma série de influências no mercado mundial de carnes. As hipóteses favoráveis ao Brasil são a abertura de mercados fora dos EUA e do mercado norte-americano para nossa carne bovina, além da abertura de todos os mercados mundiais para as carnes de frango e de suínos do Brasil”, diz.

Os EUA exportaram 1,2 milhão de toneladas e importaram 1,3 milhão de toneladas de carne bovina em equivalente carcaça em 2003. Cerca de 60% das vendas norte-americanas, segundo dados de 2000, seguem para Japão, México e Coréia.

Apesar das oportunidades de negócio, o ministro é cauteloso em sua avaliação: “Pode haver um crescimento do protecionismo sanitário dos países importadores de carne, que criarão cada vez mais dificuldades para que países produtores, como é o caso do Brasil, possam avançar sobre os mercados consumidores”.

Segundo o ministro, governo e setor privado têm uma difícil tarefa pela frente. “Isso exigirá do Brasil muito mais rigor e muito mais dureza nos controles sanitários de toda ordem. Portanto, é fundamental que o setor privado e o governo estejam muito unidos e muito articulados na firmeza da defesa sanitária, impedindo que a nossa carne venha a ser condenada em qualquer situação por causa de problemas de natureza sanitária”.

Diário Oficial

O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) publicou, também na quarta-feira (24), no Diário Oficial da União, a Instrução Normativa nº 18, proibindo o abate, no Brasil, de bovinos e bubalinos importados de país onde houver ocorrência ou for considerado de risco para a “vaca louca”.

A instrução proíbe o comércio e a transferência dos animais para outros estabelecimentos de criação. Em caso de morte, o descarte dos animais só pode ocorrer após comunicação ao serviço oficial de defesa sanitária animal. Quem importou animais dos países de risco até ontem terá direito a indenização pelo governo federal.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Aurelio Fernandes Rosa disse:

    Gostaria de fazer um comentário: nossa Defesa Sanitária está sucateada, não temos pessoal para inspecionar nossos animais.

    Como iremos tirar proveito desta situação se nossos produtores rurais ignoram a legislação e fornecem aos seus animais cama de frango, farinha de osso e farinha de sangue.

    Como esta situação será que teremos êxito em aproveitar esta oportunidade que estão dando a nós?