"A Comunidade Europeia dará abertura para o Brasil indicar um número maior de fazendas credenciadas a exportar carne para o mercado europeu", disse o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi. Hoje, duas mil propriedades estão habilitadas a vender carne para a União Europeia e cabe aos membros daquele bloco econômico decisão de selecioná-las. "Com essa sistematização, os técnicos europeus terão o direito de inspecionar, a qualquer tempo, as fazendas escolhidas, o que é muito correto", enfatizou o ministro.
“A Comunidade Europeia dará abertura para o Brasil indicar um número maior de fazendas credenciadas a exportar carne para o mercado europeu”, disse o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, em teleconferência com os jornalistas de Brasília, nesta terça-feira (13). Hoje, duas mil propriedades estão habilitadas a vender carne para a União Europeia e cabe aos membros daquele bloco econômico decisão de selecioná-las. “Com essa sistematização, os técnicos europeus terão o direito de inspecionar, a qualquer tempo, as fazendas escolhidas, o que é muito correto”, enfatizou o ministro.
Segundo o ministro o Brasil terá mais autonomia para definir quais propriedades estarão aptas a exportar carne para a Europa. “A negociação está consolidada, faltando definir apenas a operacionalização das medidas”, disse.
O ministro convenceu os europeus a transferir ao Brasil, “sob argumentos técnicos ainda pendentes de acordo”, a administração da lista de fazendas credenciadas a vender gado a frigoríficos habilitados. “Mas eles se reservam o direito de auditar o processo a qualquer momento. Ainda remanesce no imaginário do consumidor europeu os resultados de uma campanha insidiosa sobre as condições da agropecuária brasileira, de trabalho escravo, desmatamento ou de que não temos todos os controles, como bem-estar animal”.
Durante a missão à Europa, a delegação brasileira apresentou o cenário real da agricultura e pecuária do Brasil e suas melhorias na qualidade. “Neste ano, incluímos uma preocupação, já latente e que nos colocou na vanguarda da agricultura mundial, que é a introdução do apoio específico para a agricultura de redução dos gases do efeito estufa, às mudanças climáticas, com melhoria das relações de produção e meio ambiente”, ressaltou o ministro.
Rossi disse que ainda existe algum preconceito em relação à carne brasileira. “Há uma desinformação grande e isso gerou preocupação no consumidor europeu em relação à carne e outros produtos vindos do Brasil. Introduziram algumas questões ambientais como se o Brasil tivesse fazendo uma agricultura de destruição da floresta”. Segundo o ministro, a desmistificação dessas informações preconceituosas está sendo trabalhada diretamente pelo Ministério da Agricultura entre os comissários do bloco europeu.
A comitiva comandada pelo ministro Wagner Rossi também contou com a participação de empresários brasileiros como Joesley Batista (JBS), Otávio Cançado, da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Pedro de Camargo Neto, da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), e representantes da Brasil Food e da Seara.
As informações são do Mapa, Zero Hora, Brasil Econômico e Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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Prezados, ontem lí em vários jornais que os Europeus consideram o SISBOV, o nosso sistema de Rastreabilidade Bovina, como consolidado e muito bom. Pelo que deprendi das entrevistas do Sr. Ministro, o Brasil tem a mesma posição e o que queremos é consolidar ainda mais a confiança no sistema para voltarmos a ter o “pré-list”. Parabéns ao Minstro e a equipe que conseguiram transformar um sistema que sofreu fortes ataques durante anos em algo elogiável pelos países de primeiro mundo. Este é um exemplo do qual o Brasil deve ser orgulhar. Parabens também aos produtores que acreditaram que o modelo que estava implantado estava correto e continuaram no SISBOV, colhendo bons frutos de valorização de seus animais. Entendo que aqueles de declararam de forma cabal o SISBOV já tinha acabado devem ser cobrados pelos produtores que, acreditando nisso, acabaram por ter enormes prejuízos na perda da valorização de seus animais. Este fato é muito sério e deveria ter consequências. Se mexeu, e muito, com o dinheiro dos outros, as vezes de forma irresponsável.
Sisbov? Brinco Sempre !!!
Cabe a todos os elos da cadeia sugerir e trabalhar para aperfeiçoar cada vez mais os sistemas, tanto o SISBOV quanto a Defesa Agropecuária, para que nos antecipemos às exigências sempre crascentes dos compradores e não como historicamente o Brasil vem fazendo: “ficamos correndo atrás do prejuízo”
O pecuarista que enxerga mais longe combate o Sisbov porque sabe que a rastreabilidade, de acordo com a lei aprovada pelo Congresso, pode ser feita de maneira muito simples, sem identificação individual.
Já o frigorífico não pode pagar muito mais caro pela pelo Boi-Europa, porque dele só se exporta alguns poucos quilos. Embora o pagamento seja bom, o sobrepreço tem que ser diluído por todo o boi. O interesse do frigorifico, portanto, é ter um suprimento amplo, cativo e de baixo poder de barganha.
Se permitirmos que os frigoríficos exportadores imponham a todos a adesão ao Sisbov, veremos o diferencial cair a zero. Quem quiser continuar no Sisbov, que continue por sua conta e risco.
Vejam a propósito o interessante depoimento
´´Confinamento de Goiás recebe fiscalização para exportar para a Europa. Mas custos não favorecem o pecuarista´´
http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=71463
Bom dia, estava vendo a reportagem do confinamento de Goiás e nao consegui enternder pq o produtor não esta tendo lucro mesmo ganhando 1,00 real por boi, sendo que na verdade o custo esta sendo 4,00 por animal e esta sendo pago o diferencial de 1,00 por @, entao da um lucro livre de de 14,00 por animal (um boi de 18 @).
Certamente nem sempre é pago esse incentivo de Boi Europa, mas na minha opinião os produtores que estão na Lista TRACES, teriam que se juntar e lutar pelos seus direitos, pois como produzem animais diferenciados tanto na qualidade como no custo final teriam que ser melhores remunerados…
Vejo com muito otimismo as afirmaçoes do Ministro da Agricultura, sabemos que atualmente a operacionalização do SISBOV, já esta extremamente flexivel, com a implementação da IN 14, pois proporciona ao produtor em geral, ajustar os daos das propiedades bem como do rabanho a qualquer momento.
Democatizando e facilitando a adesão dos produtores junto ao sistema, a lei de rastreabilidade sancionada pelo presidende LULA, vem de encontro com os anseios dos produtores, criando mecanismos de reastreamento do rebanho brasileiro, e ira fortalecer a adesão aos programas de adesão voluntaria como o SISBOV, e hoje se temos 2.000 propriedades na lista da UE, foi graças ao trabalho de todos os envolvidos no elo da cadeia produtiva de bovinos e bubalinos, produtores,certificadoras, Orgãos de Defesas Agropecuarias dos estados e do Ministerio da Agricultura
Graças ao esforços de todos, conseguimos alavancar as exportações de carne bovina, para varios paises e graças ao sitemas de garantias de alimento seguro.
Parabéns ao Ministro Rossi por ter coneguido dar o primeiro passo no sentido de desburiocratizar aprovação de propriedades rurais para exportação de carne bovina à Europa. Corrigi-se desta forma este absurdo, tendo o Brasil recuperado em parte a credibilidade em relação ao seu sistema de rastreabilidade bovina, o SISBOV. Poderemos agora elaborar a lista de propriedades aptas a exportação aqui no Brasil, o que agilizará o processo de aprovação.
Por outro lado, a reformulação do SISBOV nos moldes do que foi proposto pela consulta pública em janeiro, deverá levar ainda algum tempo para acontecer, se é que será realmente implantado. A União Européia parece não querer abrir mão da auditoria prévia da autoridade oficial (MAPA, Secretarias de Agriculturas e Institutos Estaduais de Defesa Santária) para aprovação das propriedades, o que dificultaria a adoção de rastreabilidade individual somente nos lotes destinados ao abate. Não chego a dizer que o SISBOV é “muito bom”, mas está cumprindo a função e reaquiriu esta credibilidade, que havia perdido. Bom seria se mais produtores estivessem participando e o custo de participação não fosse tão alto, pagar R$ 4,00 para ganhar R$ 5,00 é pouco, ainda mais que nem sempre quem paga acaba usufruindo do benefício, pois algumas propriedades não conseguem cumprir a regra na sua integridade.
Quanto a Lei aprovada pelo Congresso e pelo Presidente Lula, esta não prevê a identificação individual dos animais, o que parece ser exigência indispensável pelos europeus. Desta forma, o simples cumprimento da Lei de rastreabilidade talvez não dê as garantias que este mercado exige e portanto não sirva para a exportação de carne para lá.
A adesão ao SISBOV, exceto por um breve período de 2003 (quando alguém teve a idéia que poderia ser obrigatório), sempre foi por conta e risco do produtor. Por um determinado período de tempo, por falhas de vários elos da cadeia, foi de muito pouco risco e de muito boa conta, muitos ganharam dizendo que faziam coisas que realmente não faziam. Daí os Europeus, que viram o preço dos seus bois despencarem, reclamaram e vieram aqui mostrar que queriam mais seriedade no sistema. Hoje, todos ganham menos, mas continua entrando no sistema somente quem quer e porque acha que vai ter algum benefício com ele. Já fui numa propriedade onde o produtor não vende para exportação mas usa o SISBOV para ter um controle maior dos seus animais, uma vez que vai pouco a propriedade e desta forma alguém controla se não está sumindo gado.
Hoje, com a lista de propriedades reduzida, parece que os frigoríficos não têm aquilo que almejam: “um suprimento amplo, cativo e de baixo poder de barganha”. Por um outro lado, a falta de matéria prima para exportação para a Europa faz com que os elos da cadeia de exportação se rompam e talvez seja difícil reconstruí-los. Desta forma todos na cadeia perdem! Tomara que as melancias se acomodem na carroça com o tempo.
Fala-se em mexer com o dinheiro dos outros de forma irresponsável.Gostaria de saber que nome é dado a pressão que é feita sobre o pacuarista pelos agentes de certificadoras e frigoríficos no sentido de realizar uma rastreabilidade que muda de regras seguidas vezes,aumentando custos e em casos conhecidos em nossa região de produtores de ciclo completo que estão rastreando seus animais na esperança de algum dia começarem a ter retorno sobre o que foi investido no ponposo SISBOV.
Prezados.
A informação dada pelo ministro, embora não tenha sido confirmada pela UE (vide notícia neste site), seria no mínimo, muito animadora, para todos os que decidiram, aliás, como bem disse o Sr. Humberto de Freitas Tavares, continuar no Sisbov por sua conta e risco. Isso só mostra que o trabalho realizado nestes últimos dois anos pelo Mapa, pelos produtores que acreditaram, e também pelas certificadoras credenciadas, após o embargo europeu, não foi em vão, visto que cada segmento assumiu as suas responsabilidades no processo com a devida seriedade, obediência à legislação e, principalmente, com trabalho árduo.
Respeito as opiniões de todos, mas acredito que não cabe agora fazer uma caça às bruxas, e por um motivo muito simples. Após o embargo às exportações, cada um decidiu, por livre e espontânea vontade, é bom que se diga, se continuaria ou não no sistema. A adesão voluntária é, inclusive, um dos pontos positivos do Sisbov. Uma parcela significativa dos produtores desistiu, acreditando que as regras eram impraticáveis. Várias certificadoras também jogaram a toalha (havia quase 70 delas na época, hoje permanecem 42 credenciadas, sendo que destas, algumas também já deixaram de atuar).
A verdade irrefutável: aqueles que permaneceram no sistema demonstraram, de forma cabal, que as regras não têm nada de impraticável. É trabalhoso? Têm falhas? Sim, dá muito trabalho, têm falhas, isso não é segredo para ninguém. Mas como todo processo de certificação confiável que se preze, o conjunto de normas regido pela IN 17, vem sendo aperfeiçoado e melhorado a cada dia, por todos que dele participam.
É interessante notar que, não obstante todas as conquistas recentes do sisbov e, principalmente, as exigências do nosso principal mercado comprador, os produtores que não aderiram ainda exigem do governo a implantação de um “novo” sistema de rastreabilidade, que seja mais “flexível”, mais “fácil”. Alguns solicitam que se cumpra aquilo que foi aprovado pela lei Nº 12.097, de 24 de novembro de 2009, que, em minha modesta opinião, certamente levaria ao embargo definitivo. Outros aguardam a regra que ainda está em discussão, editada na Portaria nº 459, de 17 de dezembro de 2009, que se for posta em prática conforme foi publicada mudará radicalmente, de novo, tudo. E diante do sucesso alcançado pela norma que está em vigor, não há como fugir da dúvida que paira na cabeça de todos: Uma mudança de rumo desse porte, agora, será mesmo melhor para o setor? Não jogará por terra todo o trabalho realizado até agora, em um caminho trilhado há oito anos, que finalmente gerou resultados muito positivos? Precisamos mesmo correr esse risco?
Alheios a essa discussão, já que não foram chamados a participar dela, ou se foram, não lhes deram a atenção devida, os produtores que participam e confiam no sisbov, esses mesmos que contribuíram para que ele fosse aprovado e elogiado pelos europeus, compartilham outras preocupações, necessidades e opiniões. A maioria hoje, por exemplo, não reclama mais do controle rigoroso dos registros das movimentações, nascimentos, mortes, etc., pelo contrário, percebeu que o sistema é uma ferramenta importante a colaborar na gestão da fazenda. E pergunte a um produtor habilitado a exportar para o mercado europeu, quais são as suas preocupações, o que ele acha que deve ser mudado agora, aperfeiçoado? Para nós, certificadores, que convivemos com isso todos os dias, chega a impressionar as diferenças entre as demandas dos dois grupos de produtores.
Chega a ser curioso mesmo, pois ambos os grupos parecem viver em países, mundos diferentes. Os que estão no sisbov argumentam, por exemplo, sobre a demora na realização das auditorias oficiais nas propriedades aprovadas (dependendo da região em que estão localizadas), da baixa qualidade dos brincos, que acarreta alto índice de perda de identificação, da falta de um programa de incentivo dos frigoríficos para que essa carne, de alto valor agregado, seja sempre melhor remunerada e alcance outros mercados exigentes, além do europeu (a propósito, a ABRAS não sabia da existência do sisbov quando lançou seu programa de certificação?). Enfim, são outros quinhentos, como se dizia antigamente… Fico a imaginar o que devem ter pensado os europeus, ao final da visita de auditoria realizada este ano, quando parabenizaram o governo pelo grande avanço no sistema, conquistado pelo Brasil, e em seguida ouviram: Os senhores gostaram? Bom não é? Então, só que agora, “nós” queremos fazer assim…
Não me surpreenderia nem um pouco se soubesse que algum deles tenha pensado: “É, agora eu entendo o que De Gaulle quis dizer sobre este país…”
A resposta é simples, Leonardo. Gerenciar a rastreabilidade vai exigir a contratação de um funcionário que, entre salário e encargos, vai custar no mínimo R$ 3.000,00 por mês.
Ele não vai andar a pé, logo vai rolar uma Strada na mão dele, com manutenção por conta da empresa. Casa? Não pode ser qualquer uma, tem que ser igual ou melhor que a do gerente. Cerca de 90% do tempo de trabalho ele vai ficar na Internet olhando mulher pelada. Nariz empinado, os outros funcionários não se conformam — aumentam as brigas e rotatividade daqueles colaboradores que realmente fazem a diferença.
A mulher dele, se tiver, odeia o mato. Se não tiver, fim de semana é na cidade, com o carro por conta de quem? Interurbanos e quinhentas viagens à cidade para resolver o detalhe daquele maldito fax que extraviou. E a tralha eletrônica? Laptop, programa especial de cuja manutenção só o fornecedor entende, coletores de dados, impressoras especiais, chips, bolus etc. A conta anual vai só aumentando…
Quando um lote é desclassificado, ele fica furioso. — Viiu, doutor, o que fizeram com a gente? Não, o prejuízo não é descontado dele. O salário não pagaria.
Numa conta em guardanapo de boteco, digamos que o custo dessa patacoada seja R$ 80.000 por ano. Cada um sabe quantos bois tem e como diluir. Eu não embarcaria nisso nem que por um milagre eu tivesse do Marfrig ou do JBS compromisso por escrito de ganho do dobro, com garantia de que o peso seria honesto e o valor da arroba 2 reais abaixo do preço ESALQ. Não tenho estômago, deixo os ganhos para os mais jovens…
SISBOV? Bem, deixa prá lá…
Pois é, Sr. Humberto,
A quantidade de parasitas que orbitam a atividade é muito maior do que a capacidade da mesma em se recuperar. A cada canetada, surgem mais e mais parasitas, que não se importam se o seu negócio vai pro brejo, desde que o deles esteja garantido.
E poderia ser tão mais simples, bastaria retirar do negócio, o ente “estado” e os parasitas que se beneficiam de suas “canetadas”; que os frigoríficos fossem responsáveis em definir com seus fornecedores os controles necessários para que cada propriedade pudesse fornecer animais para exportação, ou mesmo para o mercado interno, tudo muito simples, com os registros sanitários armazenados localmente em cada propriedade fornecedora.
Aí está o problema, os “muito-nacionais” teriam que pagar pelo que estariam recebendo dos produtores, afinal animais estariam sendo produzidos sob especificação de cada um deles… É tudo que não desejam, então inventaram o tal sistema (sisbov), criaram uma série de entidades (publicas e privadas), que teoricamente deveriam garantir que o tal sistema fornecesse animais na quantidade necessária para cumprir as metas de exportação a custos baixos…
Como todos os projetos gestados nas tetas do estado, os custos em geral são transferidos para quem teima em produzir.
Nossa sorte, é que o tal sistema, seus gestores e os parasitas que o orbitam, não funcionam como um conjunto harmônico, cada um por si, eventualmente um defende o outro, e a coisa não anda como deveria, e nunca andará, pois padece do que chamamos de “vício de origem”…
É só ler as notícias de como anda a Defesa Agropecuária e algumas agencias de saúde publica para concluir que em breve “o finge que faz que eu finjo que acredito” não mais funcionará… um pouco mais de paciência e veremos o que acontece.
Como curiosidade: onde se encontra o inventor do “tal sistema”? qual é mesmo o cargo que o mesmo ocupa agora?
Como dizem os americanos: basta seguir o caminho do dinheiro…
Sabem porque uma obra de picasso vale milhões de euros?porque uma ferrari custa centenas de milhares de dolares?por que a terra em são paulo é mais que cara que muitos lugares do brasil?é óbvio,não tem pra todo mundo, a demanda é maior que a oferta.esta é a regra.
a demanda por carne certificada,brasil e exterior, ainda nâo tem pressão suficiente para forçar a cadeia produtiva investir.
o dia que esta demanda aparecer pra valer,o frigorifico vai pagar,e o pecuarista vai investir.e ser remunerado pelo custo mais elevado.
pecuaria produtiva tem que ser mensurada com rastreamento ou não,
é questão de tempo!por enquanto quem quiser se antecipar,irá beber
agua limpa,talvez?
Comentário interessante do Fabiano Tito Rosa, divulgado dia 3 de agosto pelo Rogério Goulart em seu artigo no site da Scot Consultoria
http://scotconsultoria.com.br/articulistas.asp?idN=8247
1. Boi ERAS hoje não tem prêmio, afinal preço diferenciado na carne é só na exportação para a UE, e para atender a UE tem que ser ERAS e estar na lista TRACES.
2. O prêmio pago ao chamado “boi UE” (boi na lista TRACES) varia em função de várias coisas. Primeiro, é preciso considerar que apenas 15% da carcaça, mais ou menos, vai para a UE. Depois, estar na lista não é garantia de atender as exigências européias, pois em função de problemas de gordura de cobertura e de pH elevado, os frigoríficos têm, seguramente, uns 50% de perda.
3. Alem dos fatores acima, que fazem com que o premio não possa partir de um patamar elevado, é preciso considerar o mercado. Em linhas gerais, dá para pagar mais no primeiro que no segundo semestre, pois na nossa “entressafra”, alem de ser período de queda de consumo na UE, a oferta aumenta, já que a maior parte das fazendas na lista TRACES são confinamentos. O prêmio pago por boi UE no primeiro semestre às vezes é o dobro do segundo. Aliás, no segundo, o prêmio às vezes zera, (isso está acontecendo este ano, pois tem o agravante da situação econômica da UE). Lei da oferta e da procura, básico.
4. Boi capão sempre consegue prêmio maior, às vezes o dobro.
Prezado Humberto Tavares,
Para ser ERAS não basta apenas identificar os animais. É preciso estar certificado por uma empresa credenciada pelo MAPA.
Mas infelizmente desde a crise das exportações de carne para a UE foi firmado um acordo entre governos de realização de auditorias oficiais em todas as propriedades certificadas. E de envio do resultado destas auditorias para análise prévia pela UE. A falta de auditoria oficial e análise pela UE são as razões de algumas propriedades certificadas ainda não estarem na lista Traces. E sem poder exportar a carne os frigoríficos não pagam qualquer diferencial para animais rastreados de propriedades que ainda não estejam na lista Traces, pois a demanda interna por este tipo de garantia / informação, apesar de crescente, ainda é incipiente.
E contra este acordo tenho protestado energicamente. Tornamos o processo caro e moroso sem necessidade. Até entendo a implantação destes procedimentos adicionais, que não fazem parte das normas do SISBOV propriamente, em uma grave crise de credibilidade. Mas, sanados os vícios existentes, bastaria agora o governo implantar um bom plano amostral para realização das auditorias oficiais, o que não existia pré-crise, aliado a retomada da gerencia das propriedades habilitadas a exportar.
Agora flutuações do diferencial de preços pagos ao longo do tempo e segundo a região sempre existirão em mercados livres (voluntários). Concordo que o diferencial nos últimos anos tem “encolhido” no segundo semestre por causa da oferta de animais dos confinamentos. Para eles o custo unitário do processo, seja pela escala ou tempo de permanência dos animais, é menor que para o invernista tradicional. Isto explica o percentual elevado de confinamentos, em relação aos existentes, na lista Traces.
Como invernista tenho concrentrado minhas vendas no primeiro semestre, onde conto ainda com pastagens de melhor qualidade. E para melhorar nos últimos anos o preço da safra foi melhor ou igual ao da entresafra.
Na minha opinião cada um deve se programar para explorar melhor suas vantagens.
E certamente existem limites de diferencial de preços pagos por animais rastreados que podem ser absorvidos pelo mercado para uma determinada conjuntura. Cada produtor deve avaliar se são limites compensadores ou não.
Att,
Assocon quer tirar os brincos dos rastreados, e transformá-los em bois comuns. Saiba porquê…
Entrevista de Ricardo Merola.
http://bit.ly/cwhjNc
Prezado Humberto de Freitas,
Li o artigo e assisti o vídeo existentes no link mostrado em seu comentário.
Minha opinião diverge um pouco da do Sr. Ricardo Merola, ou seja: Produzir bezerros só para seu negócio… recriar, terminar e vender para abate mas… Nunca para fornece-los ao mercado. Quanto mais bezerros disponíveis, menores serão os preços.
Quem precisar de bezerros, que os produza, veremos se os acharão caros depois de ter o trabalho e os riscos de produzi-los.
Os criadores devem manter viva a lembrança dos valores pagos nos bezerros até 2007… um achaque… explicação óbvia: muita oferta os preços caem, muitas vezes abaixo do limite suportável. É a tal da lei da oferta e procura, tão verdadeira quanto a tal lei da gravidade.
Quanto ao boi Europa, o esquema é o mesmo desde a invenção do sisbov: beneficiar os frigoríficos exportadores.
Quem é aprovado não pode vender sem os tais brincos, sob risco de perder a certificação duramente conseguida. Como há oferta suficiente, por que motivo os frigoríficos iriam pagar mais e repartir parte do ganho com quem produz?
Escolhem alguns produtores de maior visibilidade, pagam adicionais diferenciados a eles, os beneficiados espalham aos 4 ventos que o prêmio é muito bom. Como conseqüência muitos produtores acreditam, se qualificam para exportação, e nada recebem…
É o capitalismo predatório em operação, beneficiado por incentivos governamentais, turbinado por empréstimos de longo prazo e juros baixos…
Esperar pra ver…
Prezado Sr Humerto de Freitas Tavares,
Esqueci de mencinar na resposta anterior que entendo e concordo com seu argumento que os custos da rastreabilidade não se restringem a brincos e certificadora.
Mas sinceramente o custo administrativo com rastreabilidade que mapeou, por baixo, de R$ 80.000,00 anuais é completamente fora da realidade do custo da minha operação e das outras que conheço.
Acho que qualquer um que toque seu negócio nos termos que descreveu, não apenas a rastreabilidade, não sobreviverá.
Mas acho importante que tenha levantado o assunto.
Realmente a rastreabilidade exige certa estrutura administrativa mínima.
No meu caso ocupa parte do tempo de um funcionário admistrativo e que obviamente não se parece com o que descreveu.
Além da rastreabilidae este funcionário no meu caso cuida de cotaçoes, pedidos, pagamentos, emissões de GTAs e NF, regsitros genealógicos, inventários periodicos do rebanho, etc, etc, etc. Não vejo a menor razão para se ter alguém ocioso na equipe. E ele certamente contribui para o sucesso do meu negócio tanto quanto os outros funcionarios.
E quem não a possuir uma estrutura administrativa mínima e contar apenas peões não capacitados deve avaliar com mais cuidado antes de iniciar a operação. Alías, este foi um dos erros mais comuns dos produtores e que levou muita gente a desistir.
Att,