Missão brasileira estará na Rússia entre 8 e 11 de março

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai enviar uma nova missão técnica para a Rússia com a finalidade de convencer as autoridades daquele país a eliminar o embargo à importação de carnes bovina e suína do Brasil.

Em princípio, a missão estará em Moscou entre os dias 8 e 11 de março. O secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Gabriel Maciel, informou que foram encaminhadas a Moscou, na semana passada, informações adicionais sobre os mecanismos de defesa sanitária adotados pelo País.

As autoridades russas responderam com um novo pedido: que os técnicos brasileiros explicassem pessoalmente as medidas aplicadas no Brasil. “Nós vamos à Rússia, pela segunda vez, porque temos um enorme interesse em liberar esse mercado para os nossos embarques”, afirmou Maciel. “Como foram eles que solicitaram a nossa presença, creio que há grande possibilidade de suspenderem as restrições. Espero que isso ocorra durante a nossa visita”, completou o secretário.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) esperava que a suspensão do embargo se desse ainda nesta semana e considera preocupante o adiamento sucessivo dessa decisão, segundo o assessor técnico para a área de pecuária de corte, Paulo Mustefaga.

Conforme afirmou, a CNA quer que o Brasil se posicione contrário ao pleito da Rússia de ingressar na Organização Mundial do Comércio (OMC), caso aquele país mantenha o embargo às carnes suína e bovina e, também, seu novo sistema de cotas, anunciado no ano passado.

Negociado antecipadamente com os Estados Unidos e a União Européia, esse sistema destina aos exportadores desses dois parceiros a maior fatia do mercado russo, que deverá importar um total de 430 mil toneladas de carnes neste ano. Ao Brasil e aos demais exportadores, como a Argentina e a Austrália, caberia a disputa por uma parcela de apenas 69 mil toneladas.

No ano passado, os exportadores brasileiros forneceram pouco mais de 150 mil toneladas de carnes à Rússia, no valor equivalente a US$ 240 milhões. “Se o governo russo seguir à risca este sistema, teremos sérias perdas em um setor prioritário do agronegócio brasileiro”, afirmou Maciel.

Fonte: Estadão/Agronegócios (por Denise Chrispim Marin), adaptado por Equipe BeefPoint