A missão da União Européia (UE) apontou falhas no sistema de defesa sanitária do Brasil. O grupo encerrou sua visita ao País ontem, com reunião no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, onde fez recomendações ao governo brasileiro. Os técnicos europeus vistoriaram áreas já credenciadas na região Centro-Oeste e frigoríficos da Bahia e Tocantins que queriam exportar para aquele bloco econômico.
O grupo tem 28 dias para fazer o relatório final da viagem e outros 24 dias para complementar as informações. A decisão final sobre as novas áreas poderá depender do envio de outra missão ao País. Segundo o secretário de Defesa Sanitária do ministério, Maçao Tadano, a visita indica que todo o setor pecuário nacional precisa reforçar os trabalhos de defesa animal para que no futuro não tenha as mesmas dificuldades.
Problemas apontados
Entre os problemas apontados, alguns referem-se a exigências sanitárias aos frigoríficos. Em Rio Verde (GO), o frigorífico Margem foi descredenciado pelo governo devido a problemas de qualidade.
“O frigorífico perdeu o registro no Sistema de Inspeção Federal (SIF) por não estar em conformidade com as regras determinadas pelo ministério. Nós temos várias exigências que devem ser cumpridas pelos frigoríficos, como a qualidade da água, lavagem dos recintos, tratamento, entre outros. O frigorífico não cumpria essa exigência”, afirmou Tadano. Segundo ele, o frigorífico poderá recuperar o registro desde que cumpra as determinações do ministério.
A missão européia visitou outras quatro indústrias nos municípios de Campo Grande e Nova Andradina (MS); Tangará da Serra (MT) e Niterói (RJ).
Tadano disse que em Goiás o problema apontado foi a falta de qualidade no frigorífico. Na Bahia, os serviços sanitários não foram plenamente satisfatórios. Em Tocantins, foram considerados razoáveis. Outro problema levantado pelos europeus é a questão da rastreabilidade. Segundo o secretário, é preciso que seja cumprida a determinação de identificação tanto da origem quanto do abate do animal, mas que os técnicos entenderam que o Brasil ainda está se ajustando a estas normas.
Controle sanitário
“No conjunto, precisamos melhorar”, admitiu o secretário. Apesar disso, ele não acredita que a União Européia possa suspender a importação de carne bovina brasileira dos estados visitados. Tadano disse que, para reforçar o controle sanitário no País, no próximo dia 27, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará em Mato Grosso do Sul anunciando a doação de 1 milhão de doses de vacinas antiaftosa para o Paraguai e outras 500 mil para a Bolívia.
O secretário afirmou ontem que todos os documentos necessários foram enviados à Rússia, no que se refere à questão sanitária dos suínos de Santa Catarina e que o governo está aguardando a confirmação da data para o envio de uma missão àquele país. Ele também disse que determinou que seja proibida a produção e comercialização de nitrofurano no Brasil.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi) e Agência Estado – O Popular/GO, adaptado por Equipe BeefPoint