Missão dos EUA inspeciona frigoríficos

O “recall” da carne enlatada brasileira, feito pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na última semana, provocou a vinda de uma missão americana ao Brasil. Desde ontem, um veterinário do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar dos Estados Unidos está em território brasileiro para inspecionar 14 frigoríficos “in loco”, dois laboratórios do governo e auditar documentos de outros oito frigoríficos e entrepostos de carnes. Há dois anos a instituição americana tem um sistema de inspeção que não precisa da visita “in loco”, ou seja, sem uma visita à fábrica. O técnico norte americano ficará no Brasil até o dia 6 de fevereiro, depois de percorrer os estados de Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Missões técnicas deste órgão norte americano geralmente ocorrem no meio do ano. Mas, em virtude dos problemas com as carnes dos frigoríficos Quatro Marcos, BF, Pampeano e Friboi, esta missão foi antecipada.

Das sete empresas credenciadas para exportação para os Estados Unidos, quatro sofreram “recall”. Na semana passada, o Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar dos Estados Unidos anunciou a retirada de corned beef (carne cozida enlatada e curada) do Quatro Marcos das redes varejistas daquele país por conta de rotulagem indevida. No caso dos demais frigoríficos, a carne foi contida no porto.

De acordo com o chefe da Divisão de Controle de Comércio Internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (Mapa), Marcelo Vieira Mazzini, a retirada ocorreu porque as indústrias inseriram ingredientes que não constavam no rótulo.

A partir de segunda-feira, o veterinário norte americano segue em missão para a visita aos frigoríficos. A primeira unidade a ser inspecionada é a do Friboi Ltda., de Goiânia (GO), e a última, do Bertin, de Lins (SP). Os frigoríficos que não forem aprovados podem ser descredenciados ou ter que corrigir operações, sendo auditados pelo governo brasileiro. Serão avaliados ainda os laboratórios do governo de Pedro Leopoldo (MG) e de Porto Alegre (RS).

Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint