Entre cinco mil e oito mil agricultores e pecuaristas de todo o Paraná participarão amanhã (31/05), em Londrina, do Dia Nacional da Mobilização da Agropecuária Brasileira, que tem como objetivo demonstrar ao governo federal e à sociedade a crise pela qual o setor passa este ano. Protestos e mobilizações regionais também estão sendo organizados em diversas regiões do país, como a dos produtores de arroz no Rio Grande do Sul, de agricultores da região paulista de Ourinhos, e no Mato Grosso. O município de Londrina foi escolhido por ser importante pólo de produção agropecuária do Paraná, maior produtor de grãos do Brasil.
No Paraná, a mobilização foi convocada pela Sociedade Rural estadual, Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Federação da Agricultura do Estado (Faep), sindicatos rurais e fornecedores de insumos. Essas entidades estão organizando carreatas e “tratoraços” de todos os municípios paranaenses que se concentrarão em frente ao Parque de Exposições Governador Ney Braga, em Londrina, a partir das 11h de terça-feira. A organização do movimento informa que não há intenção de bloquear as rodovias.
O presidente da Faep, Ágide Meneguette, afirmou que, se não houver o socorro financeiro, os produtores, que já contabilizam prejuízos históricos, ficarão inadimplentes e não terão condições de plantar a próxima safra. “Por sua vez, os fornecedores de insumos não terão condições de financiar a sua parte, complementando o escasso crédito rural”, completou.
O presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Edson Neme Ruiz, afirmou que os produtores reivindicam uma política que atenda melhor o setor. “Que antecipe eventuais problemas e variáveis específicas da agropecuária, como intempérie e oscilações de preço nos mercados internacionais”. Os produtores do Paraná, segundo ele, pedem a prorrogação de vencimentos de empréstimos de custeio e investimento nas mesmas condições em que os contratos foram assinados.
O setor pede também que o governo promova efetivamente a garantia dos preços mínimos oficiais, pois alguns produtos estão sendo comercializados abaixo desses patamares, como arroz e algodão. “A crise na agropecuária vai se refletir em outros setores, como a indústria e exportações do agronegócio, o emprego e os setores de serviço e comércio das cidades”, destacou Ruiz.
Solicitações
Fonte: Gazeta do Povo/PR (por Mirian Gasparin), adaptado por Equipe BeefPoint